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O caso Americanas por outro ângulo

Nos últimos dias só se fala em Americanas. O caso repercutiu de maneira intensa na mídia e tomou praticamente toda a atenção do mercado. Sem dúvidas, a situação foi um choque, afinal, “da noite para o dia” o passivo da empresa – que já estava na casa dos R$ 20 bi – dobrou de tamanho e tudo isso desencadeou uma série de eventos que geraram pânico em muitos investidores.

No entanto, no artigo de hoje, quero mostrar para aqueles que se assustaram com o ocorrido que ainda pode ser cedo para achar que “tudo está perdido” para a Americanas SA.

Antes de começar, vamos entender o caso:

O ex-CEO da empresa, Sergio Rial, identificou inconsistências contábeis no balanço na casa de R$ 20 bilhões, renunciou pouco tempo após sua entrada no cargo e justificou sua saída com a falta de transparência da companhia. Um combo devastador para a reputação da empresa no mercado.

Alguns dias se passaram e a Americanas, aparentemente, confirmou esse rombo de R$ 20 bilhões e a sua dívida dobrou de tamanho em questão de dias. Com isso, as ações da companhia se desvalorizaram mais de 75% em um só dia, a empresa entrou na Justiça pedindo proteção para Recuperação Judicial e, até agora, é o que sabemos.

 

 

Agora, será que essa proteção da Justiça e uma possível Recuperação Judicial (RJ) seriam ruins para a Americanas? Essa é a pergunta que você deve se fazer e eu te respondo que talvez seja a melhor estratégia para a empresa neste momento.

Quando uma companhia entra em RJ, a ideia principal é a suspensão do pagamento e renegociação das dívidas acumuladas.

De maneira simples, o objetivo é tentar dar um jeito da empresa ser capaz de pagar o que deve sem que precise encerrar suas atividades e causar uma série de outras complicações. Em outras palavras, a Americanas ganha tempo para estudar melhor o caso, uma chance de negociar suas dívidas e, portanto, uma oportunidade de sair da crise. Inclusive, é importante ressaltar que o fato da empresa solicitar RJ não significa que ela não tenha capacidade de gerar o caixa necessário para pagar seu passivo, mas que talvez precise de tempo para tal.

Claro, pessoal, a conjuntura é caótica e R$ 40 bi de dívida não é pouca coisa, né? No entanto, antes de se desesperar, vale a pena enxergar o caso por outro ângulo. Só, por favor, não comprem ações da empresa apenas por conta deste artigo, ainda tem muita água para rolar e não sabemos, de fato, qual será o desfecho disso tudo, ok?

Fez sentido? Compartilhe esse artigo com algum(a) amigo(a) investidor(a)!

Grande abraço, João Pedro Mello

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