No mercado de ações separamos as empresas em, basicamente, dois tipos: de crescimento e de dividendos. Apesar das coisas não serem tão simples assim, de fato, algumas companhias apresentam-se mais inclinadas a distribuir grande parte do lucro em dividendos e outras mais inclinadas a reter grande parte do lucro para reinvestir no próprio negócio.
Tratando-se disso, uma espécie de dogma do mercado diz que toda empresa de crescimento, um dia, será uma empresa de dividendos, em outras palavras, que um dia, toda empresa pagará dividendos.
Agora, o que está por trás dessa afirmativa?
Pois bem, para entender isso, basta pensarmos nas motivações que uma empresa tem para distribuir dividendos ou reter seus lucros. E é mais simples do que parece.
Primeiramente, vamos pensar em um negócio que opta por reter seu lucro ao invés de distribuí-lo aos sócios, as famosas empresas de crescimento. Uma companhia que retém seus lucros, certamente, considera que reinvestindo no próprio negócio ela pode fazer cada R$ 1,00 que ela tem no caixa se transformar em R$ 1,20 ou R$ 1,50. Logo, ela toma esse tipo de decisão, pois assim estará gerando mais valor para seus acionistas do que lhes dando somente R$ 1,00.
Em segundo lugar, pensando nos negócios que optam por distribuir seu lucro aos sócios, as famosas empresas de dividendos, o raciocínio é exatamente o contrário da primeira. Uma companhia que distribui seus lucros entende que se ela reinvestir cada R$ 1,00 do caixa no próprio negócio, provavelmente, ela não conseguirá transformá-lo em R$ 1,20 ou R$ 1,50. Portanto, distribuir o dinheiro aos sócios é a melhor alternativa para gerar valor para os mesmos.
Essa é a lógica.
Claro, nada disso é uma regra. Empresas que geram muito caixa, por exemplo, podem reinvestir 30% do lucro e distribuir os outros 70% em dividendos ou distribuir 30% do lucro em dividendos e reinvestir 70%, caso considerem uma alternativa mais rentável.
É assim que uma companhia pensa. Todo negócio busca agregar valor e, para isso, ele deve procurar a melhor opção de acordo com sua realidade.
Então, não necessariamente distribuir dividendos é pior, assim como, reter o lucro também não é melhor. Cabe analisar caso a caso para compreender o que faz mais sentido naquele determinado momento e com aquele determinado montante de capital.
Afinal, imagine só uma companhia que só retivesse o lucro e investisse em projetos pouco rentáveis? Ou uma companhia que distribuísse todo o seu lucro aos sócios e não fosse capaz de evoluir? Nenhuma dessas funciona.
Fez sentido?
Grande abraço, João Pedro Mello
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