Depois de três anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a Selic em 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros deixa o patamar de 13,75% ao ano e vai para 13,25%.
O ciclo de aperto monetário do Banco Central começou em março de 2021 e seguiu até agosto de 2022, após 12 altas seguidas. Desde então, a Selic está sendo mantida no patamar de 13,75%. Antes do início do aperto, os juros estavam estacionados em 2%, menor patamar histórico, desde agosto de 2020.
Em seu comunicado, o Banco Central já adiantou que novos cortes da mesma magnitude estão previstos.
Internacional
A economia global demanda atenção, mas deixou de ser um ponto de preocupação.
“O ambiente externo mostra-se incerto, com alguma desinflação sendo observada na margem, mas em um ambiente marcado por núcleos de inflação ainda elevados e resiliência nos mercados de trabalho de diversos países”, diz o comunicado.
A autoridade monetária ainda destaca que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas.
Inflação
No quesito “cenário doméstico”, o Banco Central aponta que o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres.
A inflação apresenta sinais de queda, mas é esperada uma alta no acumulado em doze meses ao longo do segundo semestre. O Copom também listou os fatores de risco em seus cenários para a inflação. São eles:
(i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais;
(ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.
Risco de baixa
(i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada, em particular em função de condições adversas no sistema financeiro global;
(ii) os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
O Banco Central ainda destacou que a melhora do quadro inflacionário, reflete os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre a meta para a inflação.
Novos cortes
O Copom já sinalizou que novos cortes estão no radar.
“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, diz o texto.
Com isso, se confirmando o cenário esperado, o Banco Central adiantou que reduções da mesma magnitude devem acontecer nas próximas reuniões e avalia que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.
Racha no BC?
Desde a reunião passada, os integrantes do Copom andam desalinhados. Segundo o comunicado, o grupo avaliou a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,50%, mas considerou ser apropriado adotar ritmo de queda de 0,50 pp. O motivo foi a melhora do quadro inflacionário.
Com isso, o placar ficou em 5 a 4. Votaram por uma redução de 0,50 pp os seguintes membros do Comitê: Roberto Campos Neto, Ailton de Aquino, Carolina de Assis Barros, Gabriel Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso.
Por outro lado, votaram por uma redução de 0,25 pp Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes.
Money Times