Mulheres e finanças, dois assuntos que devem se misturar.
Durante os últimos 10 anos em que trabalhei não apenas no mercado financeiro, mas também que estive em universidades lecionando sobre finanças, algo sempre me chamou a atenção: a baixa participação de mulheres.
Na minha faculdade de economia, das 70 vagas na época, apenas 11 foram ocupadas por mulheres. Fui a única representante feminina no meu mestrado em finanças, o qual possuía 8 vagas. Sempre trabalhei em ambientes predominantemente masculinos, além das minhas salas de aulas não apenas possuírem mais homens, mas também os tinham como os mais participativos.
Não me restringi a estatísticas acima, mas elas também não são favoráveis.
As mulheres representam cerca de metade da população brasileira, porém se limitam a menos de um quarto dos CPFs inscritos na Bolsa de valores. Além de claro, elas serem muito menos representativas em posições em cargos de liderança, elas não atuam muito no mercado. As mulheres representam apenas 21% das agentes autônomos, 15% dos analistas CNPI e 11% dos CFAs (sendo a média mundial 18%).
A grande questão aqui não é listar motivos, não é estabelecer culpados e muito menos discorrer sobre ideologias. Na minha visão, talvez muito simplista, o que faz as mulheres permanecerem longe do mercado é na grande parte falta de interesse.
As mulheres são magníficas e não digo isso por eu ser integrante desse grupo, mas por presenciar constantemente a persistência única delas. Entretanto é algo comum a falta de interesse por assuntos envolvendo dinheiro, investimentos e finanças de forma geral pela maioria feminina.
E é exatamente para isso que eu estou aqui.
Quero motivar as mulheres a gostarem do assunto. Não almejo transformar ninguém no gênio do mercado, muito menos a colocar ninguém em outro emprego. Apenas quero conseguir motivar pessoas a tomarem mais consciência sobre o seu dinheiro e começarem a investir.
Dos diversos mitos que encontrei, tanto refletindo por mim mesma como através da internet, não encontrei nada que fosse exclusivo de mulheres. Muito dos comportamentos que são citados, são mais um estereótipo forçadamente criado para representar elas do que qualquer outra coisa. Talvez eu diga isso por abominar definições, ou mesmo por já ter presenciado uma quantia bem relevante de homens fazendo essas coisas (aqueles exemplos clássicos de aversão ao risco, dificuldade em poupar, falta de controle com o cartão de crédito, serem mais impulsivas, e etc..).
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Comportamento feminino e masculino
Não consigo distinguir explicitamente o que é o comportamento feminino e masculino sobre dinheiro, mas também posso afirmar com convicção que isso não é o mais importante. Afinal cada um de nós é muito diferente, independente de sexo. Além que analisar como você age em relação com o dinheiro é apenas citar as consequências, e quais são as causas?
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As causas na verdade poderiam ser várias, mas precisaríamos analisar caso a caso. De forma geral vejo que as pessoas (e não apenas mulheres) não entendem duas coisas:
1 – Dinheiro é liberdade.
Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda. Talvez você acredite, assim como eu, que dinheiro não deve ser a finalidade de tudo o que você faz. Mas um fato é indiscutível: ele é uma excelente ferramenta para te auxiliar em quase tudo.
Apenas com o controle financeiro e o cuidado que ele requer, você poderá garantir ter tranquilidade. Ter a paz que se algo der errado, você tem dinheiro para consertar, se alguém ficar doente, você tem dinheiro para pagar o médico, se seu filho quiser estudar, você tem dinheiro para pagar. E por aí vai…
Você queira ou não, a verdade é que a conscientização financeira é a única coisa que vai garantir a sua liberdade e independência no futuro, para não dizer também a sua aposentadoria. Ou você continua esperando que alguém, para não dizer o Governo, vai cuidar disso para você?
2 – Finanças não é algo complicado.
Finanças pode ser um assunto chato (não para mim, mas quem sou eu para argumentar), mas com certeza não é algo complicado. A teoria financeira é muito recente, e por mais que ela venha se desenvolvendo em complexidade, você não precisa de um doutorado na área para entender sobre. Na verdade, toda a dificuldade existente no assunto está de acordo com o nível de complexidade que você deseja.
O mais bonito sobre esse assunto é que o necessário para você poder fazer uma mudança na sua vida é extremamente simples. As operações matemáticas se resumem em somar e subtrair e os conceitos principais não vão além do que você encontra no seu dia-a-dia.
Isso não se restringe a apenas cuidar do seu orçamento, mas também a fazer a gestão dos seus investimentos. O que funciona é o simples e esse foi sempre o lema na minha vida financeira e no que eu ensino.
Cuidar bem do seu dinheiro precisa de muito pouco conhecimento, porém muito comprometimento. Não é necessário horas de intensas estudos, mas sim constância em fazer pequenos atos dia após dia.
O fato de termos poucas mulheres investindo e com pouca representatividade no mercado é porque elas não se deparam com essas duas verdades tão frequentemente como os homens.
Os motivos para isso podem ser vários, desde como foram criadas até devido às escolhas que fizeram ao longo de suas vidas, e não me cabe debater eles.
O desinteresse delas pelo assunto é devido a elas não perceberem o poder libertador que o conhecimento financeiro proporciona. Afirmo isso com tanta veemência, pois quando encaramos essas verdades fica praticamente impossível não se interessar, para não dizer viciar, pelo conhecimento financeiro, por não querer cuidar no nosso orçamento e muito menos por não buscar continuamente investimentos melhores.
Afinal, quem não se interessa por sua própria liberdade e independência?
Todos temos histórias, desafios enfrentados e motivos para cada uma das nossas ações. Onde estamos hoje é uma mistura de tudo isso, podendo esse resultado ser algo do qual gostamos ou não. Entretanto o nosso amanhã pode ser diferente, um futuro com mais consciência e inteligência financeira depende apenas de nós mesmo, afinal agora já sabemos por onde começar essa mudança.
Feliz Dia das Mulheres,
Gabriella Mosmann