Resultados de Vale do 1T19
Vale (código Bovespa: VALE3)
RESUMÃO – Resultados 1T19:
(Data de divulgação: 09/Maio/2019)
(Dados retirados do site de RI)
Estratégia da Empresa:
Após 3 meses da tragédia de Brumadinho(MG), a Vale continua completamente focada nos esforços para garantir a segurança das pessoas e a integridade de seus ativos, atendendo às necessidades dos afetados e mitigando os danos. A Vale acredita que este enfoque nas pessoas e na segurança impulsionará sua excelência operacional e fortalecerá sua licença para operar, garantindo resultados sustentáveis através do fornecimento de portfólio de produtos de alta qualidade.
Composição Acionária:
Destaques Operacionais e Financeiros:
– Produção:
No 1T19 a produção de finos de minério de ferro da Vale totalizou 72,8Mt, ficando 28% e 11% menor do que no 4T18 e 1T18, respectivamente, principalmente em função dos impactos decorrentes da ruptura da barragem de Brumadinho e da sazonalidade climática mais forte do que o normal. É importante destacarmos que o Sistema Norte, composto por Carajás e S11D, produziu 41,0 Mt no 1T19, ficando 11,9 Mt abaixo do 4T18 e em linha com o 1T18, já que chuvas anormais no porto de Ponta da Madeira (Maranhão), em março, aumentaram o efeito da sazonalidade climática. No entanto, isso foi parcialmente compensado pelo bem-sucedido ramp-up do S11D.
A produção de pelotas totalizou 12,2 Mt no 1T19, ficando 23% e 5% menor do que no 4T18 e 1T18, respectivamente, devido principalmente às paradas nas usinas de pelotização, após a ruptura da barragem de Brumadinho, bem como às manutenções programadas em Tubarão e Omã.
– Vendas:
O volume de vendas de finos e pelotas de minério de ferro atingiu de 67,7 Mt no 1T19, ficando 30% e 20% menor do que no 4T18 e 1T18, respectivamente. A redução em relação ao 4T18 foi decorrente dos seguintes efeitos: (a) sazonalidade usual (14 Mt); (b) impacto de paradas de produção após a ruptura da barragem de Brumadinho (7 Mt); (c) novos procedimentos de gerenciamento de estoque nos portos chineses, que impactaram o tempo de reconhecimento da receita de vendas (6 Mt); (d) chuvas anormais impactando os embarques do porto de Ponta da Madeira, no Sistema Norte (5 Mt); os quais foram parcialmente compensados pela utilização de estoques nos portos chineses no 1T19 (3 Mt).
A participação dos produtos Premium nas vendas totais foi de 81% no 1T19, ficando praticamente em linha com o 4T18. Os prêmios de qualidade de finos de minério de ferro e pelotas alcançaram US$10,7/t3 no 1T19 contra US$ 11,5/t no 4T18, principalmente devido aos menores prêmios de mercado para os finos de Carajás, que foram parcialmente compensados pelo impacto positivo dos novos termos para os contratos de vendas de pelotas.
– Receita Operacional Líquida:
A receita operacional líquida totalizou US$ 6,3 bilhões no 1T19, o que representa uma redução de -17% em comparação com o 4T18 e redução de -2,8% em comparação com 1T18. Com destaque positivo para “Pelotas” que teve um aumento de receita em dólar de 5,6% em relação a1T18.
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– EBITDA Ajustado:
Os impactos financeiros da ruptura da barragem de Brumadinho levaram ao primeiro EBITDA negativo da Vale em sua história, negativo de US$ 652 milhões, no 1T19. O impacto financeiro do desastre no EBITDA do 1T19 foi de US$ 4,954 bilhões devido a:
- provisões para os programas e acordos de compensação / remediação (US$ 2,423 bilhões);
- provisão para descomissionamento ou descaracterização de barragens de rejeito (US$ 1,855 bilhão);
- despesas incorridas diretamente relacionadas a Brumadinho (US$ 104 milhões);
- volumes perdidos (US$ 290 milhões);
- despesas de parada (US$ 160 milhões);
- outros (US$ 122 milhões).
O EBITDA Ajustado também foi impactado: pela forte estação chuvosa de verão de 2019, que afetou as operações no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira(Maranhão), no Sistema Norte, e aumentou o impacto da usual sazonalidade climática (US$ 766 milhões); pela mudança no gerenciamento de estoques de minério de ferro nos portos chineses, o que causou um efeito pontual no momento do reconhecimento da receita (US$ 249 milhões). Esses efeitos negativos foram parcialmente compensados pelos maiores preços realizados (US$ 951 milhões).
– Lucro Líquido:
No 1T19, a Vale registrou um prejuízo líquido de US$ 1,6 bilhão, ficando US$ 5,4 bilhões abaixo do 4T18 devido, principalmente, às provisões relacionadas à ruptura da barragem de Brumadinho e aos menores volumes de vendas. Excluindo o impacto financeiro da ruptura da barragem de Brumadinho (US$ 4,954 bilhões) do EBITDA da Vale, o lucro líquido pró-forma seria de US$ 3,312 bilhões em 1T19, sendo US$ 0,5 bilhão abaixo do 4T18, devido, principalmente, a menores volumes de venda.
– Endividamento:
A dívida bruta totalizou US$ 17,051 bilhões em 31 de março de 2019, aumentando em US$ 1,585 bilhão em relação a 31 de dezembro de 2018, principalmente como resultado da adição de US$ 1,842 bilhão de novas linhas de crédito captadas para cumprir com a obrigação de manter fundos bloqueados relacionados à ruptura da barragem de Brumadinho. A dívida líquida aumentou US$ 2,381 bilhões em comparação com o 4T18, totalizando US$ 12,031 bilhões, principalmente como resultado de fundos bloqueados no valor de US$ 3,490 bilhões, que foram separados da posição de caixa disponível, e do mencionado aumento na dívida bruta. A alavancagem, medida pela relação da dívida líquida/LTM EBITDA ajustado, aumentou para 1,0x, e além disso, a Vale reconheceu o passivo de arrendamento no valor de US$ 1,746 bilhãode acordo com o IFRS 16.
– IFRS 16 – Alterações nos padrões contábeis sobre arrendamento:
A Vale adotou o IFRS 16 a partir de 1º de janeiro de 2019, o que resultou em mudanças na política contábil aplicada para os seguintes contratos de arrendamento:
- Terminais marítimos de Ponta da Madeira e Itaguaí, no Brasil, e um terminal marítimo em Omã, principalmente para movimentação de minério de ferro e pelotas;
- Contratos de afretamento na modalidade time-charter com armadores de embarcações de minério;
- Contratos de longo prazo para a exploração e processamento de minério de ferro com joint ventures, como, por exemplo, os contratos de arrendamento de usinas de pelotização no Brasil;
- Planta de oxigênio para suportar a operação de níquel no Canadá;
- Contratos de arrendamento de propriedades para instalações operacionais e escritórios.
O passivo de arrendamento é apresentado no balanço patrimonial na rubrica “Arrendamentos” e totalizou US$ 1,746 bilhão (US$ 219 milhões do Passivo Circulante e US$ 1,527 bilhão do Passivo Não Circulante) em 31 de março de 2019.
Conclusão sobre os resultados de vale do 1T19:
O resultado ruim de Vale já era esperado. Nós antecipamos alguns desses impactos no dia útil seguinte a tragédia de Brumadinho outro artigo aberto aqui no site, clique aqui. Falamos do aumento do preço do minério de ferro, e também citamos que o impacto sentido deveria ser de R$ 20 bilhões, além de uma redução de margem devido a maiores paradas, menor diluição de custos fixos, e maiores custos logísticos. Vimos no resumo acima que o preço médio do minério de Ferro subiu de US$ 71 por tonelada para US$ 82 por tonelada. Esta alta do preço serviu como um colchão de amortecimento para Vale. Vimos uma redução grande da Produção e das Vendas, mas a Receita Líquida reduziu apenas 5%.
Influenciadores
As duas grandes novidades do resultado de Vale foram: As maiores chuvas no Norte do país que impactaram mais ainda a sazonalidade já existente no primeiro trimestre. Mas esta questão das chuvas é algo extremamente pontual e que não deve se repetir no segundo trimestre. E a segunda novidade foi que o impacto na produção e nas Vendas de Pelotas (que possui valor agregado maior) foi mínimo (4% e 6% respectivamente). E com o aumento do preço do minério tivemos inclusive uma alta da Receita Líquida da Vale.
Em 2018:
As projeções da Vale no ano passado era de ultrapassar a produção de 400 milhões de toneladas de minério de ferro ainda em 2019. Essa projeção deve passar para 2021 ou 2022, mas no preço atual o negócio da Vale é extremamente saudável. Com relação ao endividamento, que foi um problema recente da história da Vale e de outras metalúrgicas, este está controlado, apesar da tragédia de Brumadinho. Houve uma pequena alta na dívida Bruta e na dívida Líquida que não me preocupa, porque apesar de tudo a Geração de Caixa operacional foi de US$ 2,2 bilhões igual a do 1T2018. A geração de Caixa Livre ficou negativa pelos Bloqueios bancários e depósitos judiciais no total de US$ 3,5 bilhões.
Previsão 2019
Muito provavelmente no 2T2019, os resultados da Vale já voltarão ao normal, com uma produção e vendas menores, mas com preço maior do minério de ferro. Para saber a minha recomendação e o preço justo de Vale, você que é assinante da Area de Membros, basta ir na parte de Resultados de Empresas – 1T2019. Você que ainda não sabe o que se trata veja mais nos próximos parágrafos.
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Abraços e Bons Investimentos!
Daniel Nigri (analista CNPI)
Com a ajuda de Leo Bittencourt
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