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1.779% do Ibovespa sem risco em 5 anos

Nos últimos anos, o mercado financeiro brasileiro ofereceu um contraste gritante entre o desempenho do CDI e o Ibovespa. Para quem acompanha de perto, fica evidente que a bolsa de valores nacional tem entregado resultados bastante modestos, enquanto a renda fixa se destaca como uma alternativa atrativa e segura. Neste texto, exploraremos o que aconteceu nos últimos cinco anos e por que diversificar é essencial, especialmente no contexto brasileiro.

De 2020 para cá, o Ibovespa rendeu apenas 2,88%, enquanto o CDI acumulou impressionantes 51,21% no mesmo período. Essa diferença, traduzida em termos relativos, mostra que o CDI entregou 1.779% do desempenho do Ibovespa. Em outras palavras, enquanto a renda fixa oferecia um retorno consistente, a bolsa brasileira enfrentava altos e baixos, frustrando muitos investidores que apostaram na recuperação pós-pandemia.

Focando nos últimos dois anos, os resultados continuam a reforçar a superioridade da renda fixa. O CDI apresentou um rendimento acumulado de 25,13%, enquanto o Ibovespa rendeu apenas 9,88%. Nesse caso, o CDI entregou 254,4% do desempenho do Ibovespa, consolidando seu papel como uma opção de investimento que combina segurança e retorno.

O contraste fica ainda mais evidente quando analisamos o último ano. Enquanto o CDI rendeu 10,79%, o Ibovespa caiu 9,37%, gerando uma diferença dramática de desempenho. Dessa vez nem calculamos a melhor performance do CDI para não ficar feio para a bolsa. Esses dados ressaltam não apenas a consistência da renda fixa, mas também o risco de depender exclusivamente da renda variável no Brasil.

Alguns fatores ajudam a entender por que a renda fixa superou tão amplamente a bolsa brasileira:

  1. Alta da Selic: Nos últimos anos, o Banco Central precisou elevar a taxa básica de juros para combater a inflação. Isso beneficiou diretamente os investimentos indexados ao CDI, tornando a renda fixa extremamente atrativa.
  2. Incertezas: A bolsa brasileira sofreu com um ambiente macroeconômico desafiador, incluindo crises políticas, incertezas fiscais e impactos da pandemia. Além disso, a concentração do Ibovespa em setores como commodities e financeiros aumenta sua vulnerabilidade a choques externos.

Diante desse cenário, é crucial destacar que ter todos os recursos alocados em ações é uma estratégia arriscada — e, para a maioria dos investidores, ela simplesmente não faz sentido. O mercado acionário oferece grandes oportunidades, mas também traz altos riscos, especialmente em países emergentes como o Brasil.

Um investidor que aloca 100% do patrimônio na bolsa precisa estar preparado para enfrentar longos períodos de baixa ou retornos modestos. Além disso, há o impacto emocional de lidar com perdas temporárias, que podem levar a decisões precipitadas, como resgates em momentos de desvalorização.

A renda fixa, por outro lado, oferece uma combinação única de previsibilidade e retorno competitivo no Brasil. Com taxas de juros frequentemente elevadas, ela é uma escolha estratégica para compor uma carteira balanceada. Mesmo investidores com maior apetite por risco podem se beneficiar ao destinar parte do patrimônio à renda fixa, garantindo estabilidade em momentos de turbulência.

Diversificação é a chave

Os dados deixam claro que diversificar é essencial. Uma carteira bem equilibrada deve incluir tanto ações quanto títulos de renda fixa, além de considerar outras classes de ativos, como investimentos no exterior ou fundos imobiliários. Essa abordagem reduz riscos e aumenta as chances de atingir objetivos financeiros de longo prazo.

A importância da diversificação pode ser vista claramente nas simulações abaixo, que combinam CDI e Ibovespa em diferentes proporções ao longo de 5 anos:

  • Carteira 95% CDI e 5% Ibovespa: Rendimento acumulado de 48,79%.
  • Carteira 90% CDI e 10% Ibovespa: Rendimento acumulado de 46,38%.
  • Carteira 80% CDI e 20% Ibovespa: Rendimento acumulado de 41,54%.
  • Carteira 50% CDI e 50% Ibovespa: Rendimento acumulado de 27,05%.
  • Carteira 5% CDI e 95% Ibovespa: Rendimento acumulado de 5,30%.

Esses exemplos mostram como a diversificação, mesmo em um cenário simples de renda fixa e renda variável, pode ajudar a equilibrar riscos e retornos. Ao combinar diferentes classes de ativos, o investidor reduz a dependência de uma única fonte de rendimento e potencializa a estabilidade da carteira.

Veja, inclusive, que até o investidor que adicionou 5% apenas do CDI na carteira e não ficou 100% comprado em bolsa já obteve quase o dobro da performance do Ibovespa em 5 anos e ainda com menos risco!

No Brasil, ignorar a renda fixa é um erro. Ela não apenas protege o capital contra inflação e volatilidade, mas também entrega retornos consistentes que podem superar, com folga, a bolsa em determinados períodos. Por outro lado, abrir mão da renda variável significa perder oportunidades de crescimento em momentos de recuperação econômica.

Os últimos anos foram um lembrete contundente de que investir exclusivamente na bolsa brasileira é uma estratégia arriscada e frequentemente ineficiente. O desempenho modesto do Ibovespa, combinado com o destaque da renda fixa, reforça a importância de diversificar e adaptar a carteira ao cenário econômico.

Investir é um jogo de longo prazo, e tomar decisões embasadas nos dados é essencial para construir riqueza com consistência. Portanto, ao avaliar suas escolhas financeiras, lembre-se: no Brasil, a renda fixa deve sempre ter um lugar de destaque na sua carteira.

 

Grande abraço,

João Pedro Mello

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