2022, um ano sem IPOs. Por quê?

Desde 1998 a bolsa brasileira não passa um ano sem IPO. No entanto, 24 anos depois, o evento se repetiu.

Antes de começarmos, vamos entender, o que seria IPO? Initial Public Offering é o nome dado ao primeiro dia de negociação das ações de uma empresa na bolsa de valores. Na maioria das vezes, esse processo tem como objetivo principal promover liquidez aos sócios do negócio, ou seja, fazer com que estes consigam se desfazer de sua participação nas companhias de maneira mais fácil e rápida.

Entendida essa parte, para entendermos porque o ano de 2022 não contou nenhum IPO, precisamos compreender as motivações do empresário que deseja abrir o capital do seu negócio.

De maneira resumida, coloque-se no lugar do dono de uma companhia. Se o seu intuito é vender algumas ações do seu negócio, o que você mais deseja é que sua companhia seja avaliada no maior preço possível. Nesse caso, para que o mercado fique otimista com as ações da sua empresa, é preciso que as condições estejam favoráveis para tal.

Em 2022, passamos por poucas e boas na bolsa. Tivemos juros e inflação altos no mundo todo, cenário que, inclusive, tende a causar uma recessão global em 2023. Tivemos tensões acontecendo entre Rússia e Ucrânia, as quais respingaram na União Europeia e no mercado de commodities. Tivemos novos casos de Covid-19 aparecendo na China, os quais atrapalharam a cadeia de suprimentos de diversas empresas. Tivemos demissões em massa de big techs. Enfim, muitos pontos que influenciaram negativamente os mercados.

Em uma situação como essa, convencer o mercado de investir em qualquer negócio torna-se mais difícil, afinal, temos uma renda fixa super atrativa e inúmeras incertezas acerca do futuro.

Tendo em vista todo esse quadro, imagine o tamanho do risco que o mercado enxerga em uma empresa que recém chegou na bolsa, muitas vezes, sem um longo histórico de resultados e com projetos para o futuro que podem custar caro ou, pior, não dar certo?

Sem dúvidas, para que valha a pena investir em um negócio desse tipo, o preço precisa ser bem atrativo, concorda? Ou seja, ótimo para o mercado, péssimo para o empresário que queria vender participações em sua companhia o mais caro possível.

Portanto, basicamente, foi isso que aconteceu em 2022. Juros e inflação elevados, incertezas sobre o futuro e um cenário macroeconômico turbulento. Nada favorável para tomar risco investindo em novos negócios e, assim, nada interessante para o dono de uma empresa que planejava ter sua companhia muito bem avaliada.

Grande abraço e até 2023!

João Pedro Mello

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