A onda de empresas entrando em Recuperação Judicial: como se proteger?

 

Nos últimos tempos, diversas empresas têm entrado em recuperação judicial e essa onda tem assustado muitos investidores. Sendo assim, no artigo de hoje vou te contar como você pode se proteger de empresas que podem estar passando por situações complicadas.

 

A título de exemplo, vale a pena citarmos algumas companhias que entraram com pedido de Recuperação Judicial em 2023:

 

  1. Grupo Petrópolis (cervejaria)
  2. Amaro (varejista)
  3. Americanas (varejista)
  4. Oi (telecomunicações)
  5. Raiola (azeites e azeitonas em conserva)
  6. Nexpe (imobiliário)
  7. Prieto Alimentos (embutidos e cortes de suínos)

 

Embora os setores sejam diversos, o ponto em comum entre todas era o seguinte: elevado endividamento e incapacidade de cumprir obrigações de curto prazo.

 

Sabendo disso, optei por elencar os 4 fatores principais, na minha opinião, que podem levar uma empresa a entrar em Recuperação Judicial:

 

  1. Alto endividamento

 

Independente dos motivos, essas companhias precisaram emitir dívidas aquém do que conseguiriam arcar. Em algumas situações, empresas se alavancam para expandir operações, fazer melhorias, investir em novos projetos ou para reabastecer o caixa, entretanto, quando os juros e inflação sobem muito – como ocorreu nos últimos 2 anos – essas dívidas podem se tornar grandes deterioradoras dos resultados e qualquer imprevisto nas vendas, nos custos ou nas despesas, pode deixar o negócio extremamente debilitado.

 

  1. Setores sensíveis a taxa de juros

 

Em relação aos juros do país, algumas empresas sofrem por conta do desestímulo ao consumo. Juros e inflação elevados desincentivam a tomada de crédito e reduzem o poder de compra da população, ou seja, setores como varejo e construção civil que dependem bastante desses dois fatores tendem a sofrer com diminuições consideráveis nas vendas.

 

  1. Setores de margens comprimidas

 

Neste quesito, o setor mais afetado é o varejo. Pelas empresas não conseguirem trabalhar com margens elevadas, sua lucratividade é bem reduzida quando comparado a outros setores. O problema é que isso traz riscos grandes para momentos em que as vendas caem, pois se perdem no volume de vendas e a margem é pequena, fica difícil obter um faturamento interessante.

 

  1. Inconsistências contábeis

 

Por fim, e não menos importante, precisamos ressaltar o medo das inconsistências contábeis. Recentemente, o caso de IRB Brasil e Americanas chamou atenção do mercado para este tipo de questão. Uma governança ruim ou manobras contábeis que mascarem os resultados da companhia, quando atrelados à dívidas, como aconteceu com a Americanas, podem colocar uma empresa em Recuperação Judicial em questão de dias.

 

De maneira geral, se o investidor evitar investir em empresas com tais características (alto endividamento, sensíveis a juros, margens comprimidas e com histórico de inconsistência contábil), provavelmente, ele não passará por uma situação deste tipo com suas ações.

Grande abraço, João Pedro Mello

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