Somente em 2024 as ações da Azul (AZUL4) já caíram quase 70% e, dando um zoom-out, a situação fica ainda pior.
Desde a crise de 2020 a Azul, assim como outras companhias aéreas, vêm sofrendo bastante por conta de vários fatores, dentre eles: alta dos juros, alta da inflação, alta do dólar, do preço dos combustíveis, etc.
O setor aéreo é conhecido por ter um histórico bastante negativo quando se trata da perenidade das empresas. Isso tudo porque além de ser um mercado super competitivo, ainda são empresas com receitas em reais, custos em dólar e muito endividadas. Ou seja, um combo desastroso para a atual conjuntura econômica do Brasil.
Mas então, o que faz alguém se interessar por ações como a da Azul? Simples, um cenário que combine queda de juros e perspectiva de crescimento econômico. Veja só o que aconteceu, por exemplo, quando os juros brasileiros caíram em 2020 e quando o mesmo aconteceu de 2018 a 2019.
Nos últimos 12 meses, o que aconteceu? Quando ainda era possível projetar uma queda de juros e melhora do cenário econômico, as ações da Azul poderiam até voltar aos holofotes. O problema é que, atualmente, já se espera uma alta dos juros brasileiros, logo, serve como um bom indicativo de que a situação da Azul ainda não deve melhorar tão cedo.
Se você pensa em comprar ações de uma companhia aérea como essa, é importante estar ciente dos riscos envolvidos. Caso a conjuntura mude e a queda dos juros e melhora da economia volte a ser uma realidade, pode ser que as ações da Azul tenham uma boa valorização (se a empresa ainda estiver viva, é claro).
Agora, se a conjuntura continuar como está, a probabilidade é que as ações continuem se desvalorizando e talvez a empresa até entre em recuperação judicial.
Quer especular com ações de aéreas? Eu não recomendo, mas se for fazer, ao menos esteja ciente dos riscos.
Grande abraço,
João Pedro Mello
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