CONHEÇA UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA NA BOLSA

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Conheça um pouco da minha história na Bolsa

Segunda feira passada estava dando uma aula normal de assessoria e o aluno confidenciou que não estava se sentindo seguro para começar a investir em ações. Se eu achava ruim ele continuar a investir em renda fixa e Fundos de Investimento imobiliário. E me perguntou o que eu achava disso.

Eu achei fenomenal a reação deste meu aluno. Confesso que até fiquei orgulhoso. Uma das coisas que mais peço para os meus alunos nas assessorias e aulas que dou é para que as pessoas se respeitem, e que aceitem as suas próprias limitações. Melhor ganhar um pouco menos e dormir tranquilo, que ficar abrindo o homebroker de 5 em 5 minutos. Vou contar parte da minha historia.

Comecei a investir em forma geral em 1999 em fundos de Renda Fixa. Peguei um topo de juros que o antigo presidente do Banco Central, acho que era o Armínio Fraga, mas realmente estou em dúvida, precisou aumentar os juros naquele momento no país para 41% ao ano. Claro que foi somente 1 mês que essa taxa aconteceu, mas eu achava incrível. Tinha investido na época todo o meu dinheiro, 5000,00 (Cinco mil Reais) e todo dia o dinheiro rendia em torno de 7,00. No fim de um Mês eu já tinha mais de 5100,00. Só que aí os juros começaram a cair, e naquela época eu não entendia ainda nada de macroeconomia e percebi que o valor diário começou a cair pra 6,00, depois pra 5,00, e quando chegou em 3,00 por dia, o equivalente a uma taxa mensal de 1,2% ao mês, eu achei que era momento de procurar novos ares e me aventurar em um novo mundo, porque comecei a achar muito pouco o rendimento de 1,2% ao mês da Renda Fixa. Estou escrevendo isso, pra vocês verem como a falta de estudo deixa a nossa visão distorcida.

Conhecendo o mundo das Ações

Eu sabia que o novo mundo era o mercado de ações. Lembro de ter lido que era muito arriscado investir todo o dinheiro no mercado de ações, porque você podia perder tudo. E também ouvi falar na época que era importante diversificar. Como eu não tinha dinheiro suficiente para diversificar (nesta época ainda não existiam ETF) eu preferi entrar em um fundo de ações do Banco do Brasil de taxa de administração horrível, acho que era 4% ao ano, mas era o único que eu tinha acesso naquela época. Reitero que eu não entendia ainda nada de Macroeconomia nesse período, mas pensem comigo. O cenário brasileiro era de queda forte nos juros, saindo de 45% pra 19,5% então a bolsa começou a subir forte, e eu peguei uma alta maravilhosa. Em cerca de dois meses os 1500,00 que eu saquei do fundo de renda fixa e coloquei no mercado de ações tinha rendido mais de 60%. Ou seja, em dois meses, ganhei com ações o que eu demoraria mais de dois anos pra ganhar na Renda Fixa.

Vejam como, normalmente a queda de juros traz alta para a bolsa de valores e vice versa no gráfico abaixo:

 

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Obviamente pensei que havia achado o pote de ouro, e cheguei até a fazer cálculos de quanto tempo eu demoraria pra me aposentar se eu continuasse com aquela taxa de retorno de cerca de 60% a cada dois meses. Recordo de calcular até um cenário “conservador” se eu “só ganhasse 30% em dois meses”. Infelizmente no fim da década de 90, não existia muito material para pesquisa sobre a bolsa de valores, e este era um mercado restrito a poucos investidores. Eu não tinha a mínima noção que 30% a cada dois meses era algo irreal na bolsa. Mas a minha experiência era a única experiência e saber que eu tinha nessa época. Hoje em dia eu rio desses cálculos, e das estratégias que eu tentava montar pra ganhar na bolsa de valores.

Logo depois, me aventurei no mercado de ações propriamente dito. Comprei ações da Vale5 e revendi dois meses depois com 22% de lucro. Até esse momento eu ainda não tinha perdido nenhuma vez no mundo dos investimentos, nem na bolsa, mesmo sem ter quase nenhum conhecimento. Já tinha mais de 10 mil e me considerava um expert. Até eu comprar uma ação da Light por 144,00 reais e tomar uma queda feia. Fiquei esperando para ver se a ação recuperava e só foi caindo. Quando eu vendi 1 ano em meio depois ela só valia 25,00. Ela ainda chegou em 12,00 depois e eu fiquei aliviado de não ter continuado nela. Percebam no gráfico postado acima que depois da alta de 1999, a bolsa caiu forte, mais de 60% até o fim de 2002.

 

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Foto da ordem ainda em papel que eu tinha que entregar na agencia em 1999, antes dos homebroker. Vejam, que era impossível ser trader dessa forma. E eu tinha que colocar pra ordem ser executada por 15 dias, pra facilitar e não correr o risco da ordem não pegar. Ou se não eu marcava preço a mercado e torcia para que a ação caísse neste dia de atraso entre a entrega da ordem na agencia e a efetiva negociação dos ativos.

Neste momento eu percebi que eu tive sorte no início e que eu não sabia nada. Aí fui estudar e começar a aprender as razões que fazem as ações subirem e caírem. A importância do contexto macroeconômico, na precificação de ativos na bolsa, dentre outros. Não dei muita importância para a análise gráfica, porque não tinha o menor sentido análise gráfica sem no mínimo um homebroker. Então conheci e tentei me aprimorar na escola fundamentalista de ações que também sempre fez mais sentido para mim como um todo.

Mas porque eu escrevi isso? Mesmo pra mim, eu tive um período que eu tive medo de operar na bolsa, depois teve um período que eu só aceitei colocar 20% a 30% em renda variável. Em poucas palavras, eu respeitei o meu tempo. Acho muito complicado quando as pessoas escrevem para mim frases do tipo: Quero ficar milionário (a), me ajuda? Ou Você acha que eu posso ganhar mais de 50% ao mês com opções?

O mundo dos investimentos é uma historia longa de aprendizado a cada dia que passa. Eu aprendo até hoje. Eu compro livros até hoje, para refinar cada vez mais minhas pesquisas, meus métodos de valuation e de análise financeira e operacional das empresas. Acho temerária a pessoa que investe em bolsa sem saber o que faz. Sem ter nenhuma estratégia, como disse no outro post, e completo neste agora, e sem saber o seu próprio perfil de risco.

E porque eu sempre insisto na questão do perfil de risco? Algumas pessoas aceitam tranquilamente, ver no homebroker que sua carteira está caindo 10% e não se desesperar. Algumas conseguem ver a Sanepar (Sapr4) cair 17% em um dia, ou a ggbr4 cair 12% em um dia ou a Card3 cair 15% em um dia e não se desesperar e dormem tranquilos. Outras pessoas me mandam email e acham que uma determinada empresa está derretendo porque caiu 3% ou 4%. Esta última pessoa não está preparada para a bolsa de valores e muito menos para comprar ativos muito voláteis, típicos de uma carteira agressiva. Mas, normalmente são os que querem ganhar dinheiro mais depressa e que menos têm paciência.

Eu ainda incluo outras questões para que a pessoa determine o próprio perfil de risco.
Se você quer ter uma carteira mais agressiva e de maior risco, na minha opinião deve passar nos seguintes critérios.

1) Total de gastos de no máximo 65% da renda, assim todo mês terá 35% para investir e caso dê algum problema com um gasto extraordinário, dificilmente você precisará sacar o dinheiro das aplicações em um momento de baixa.
2) Ter já investido uma reserva de emergência com liquidez diária, que seja o equivalente a 3 a 6 meses dependendo do seu emprego.
3) Sua fonte de renda é preferível que não venha toda de um lugar só. Caso seja um emprego. Porque aí se você perder o emprego você perde 100% da Renda. Se a pessoa for dona do próprio negócio, este critério pode ser pulado
4) Conseguir ficar sem abrir o homebroker todo dia
5) Estudar bem sobre volatilidade dos ativos.

Concluindo…

O que eu concluo desse artigo, é que o importante é a pessoa permanecer na Bolsa de Valores fazendo com que o seu dinheiro renda no longo prazo acima da Taxa Selic. Se você teve rendimento inferior ao Ibovespa (benchmarking) 3 ou 4 meses seguidos ou se você fez mais de 20 operações sem estratégia nenhuma, em um mês desconfie que o seu método não está sendo eficiente e estude para melhorá-lo ou mudá-lo. Aceite as suas limitações e se for necessário opere apenas Renda Fixa até você ter uma noção maior. Depois que você estiver mais preparado na conta demo, comece com quantidades ínfimas como 1% ou 2% em Renda Variável. Acho esse movimento fundamental para você ver a alegria no dia que ganha e a chateação e a angústia no dia que perde. Se você colocar 1% em renda variável pra testar e você perder tudo, a sua carteira de Renda Fixa irá repor essa perda em 1 mês. Então você não vai ficar sem dormir a noite, e ainda estará aprendendo sobre renda variável da melhor forma possível. Na prática.

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