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Custos Logísticos:Influência nos Resultados

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Custos Logísticos:Influência nos Resultados

A logística fez parte de todas as grandes invenções da humanidade, por exemplo, os romanos seus aquedutos transportando água potável, estradas que tanto desenvolveram a economia da época,  Sun Tzu, que era um estrategista e usava a logística quando analisava deslocamentos, suprimentos das tropas etc, Arquimedes e a logística de transporte ( elevador de água), a logística intermodal entre Europa e Ásia no século XIII ( especiarias), na época qualquer rota que fosse “tomada” aumentavam consideravelmente os preços dos insumos porque aumentavam os custos logísticos do transporte.

Depois da segunda guerra as preocupações eram ainda maiores devido à falta de produtos e a precariedade para distribuição, até a década de 60 acreditava-se que o transporte era a menor parcela dos custos industriais e por isso usavam muito as ferrovias, mas sabemos que um trem de carga precisa ter volumes maiores, logo demanda uma armazenagem maior e uma produção maior, sem necessariamente conseguirmos colocar no mercado no tempo correto as mercadorias. Três estudantes de Harvard apresentaram então o custo total, onde por exemplo, eliminamos o trem e usamos o avião, produzimos só o que a demanda solicita por lotes, eliminando grandes armazéns e custos desnecessários.

Mas ainda assim temos pessoas no mercado que acreditam que a logística não contribui tanto para o resultado final de um negócio, que o custo dos produtos vendidos se resume a compra de matéria prima, que uma planta produtiva autossuficiente em energia não é relevante para a receita liquida, ou que a gestão da cadeia logística, desde fornecimento ate distribuição não afeta o lucro.

Custo Total e suas aplicações

Gerenciar o sistema logístico com eficácia é um dos principais motivos que levam a empresa a alcançar um resultado positivo, isso porque essa gestão controla os custos logísticos de toda a cadeia e as perdas no sistema, assim como tradeoffs, que são as compensações dos custos. Quanto mais à produção industrial cresce mais a cadeia se movimenta, aumenta a necessidade de armazenamento, transporte e isso gera custo e perdas (inevitáveis e evitáveis), chegando assim ao custo total.

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Quando uma empresa tem um custo de perda com avarias no estoque ou  na distribuição, ou quando tem uma ociosidade na produção devido a um mercado em baixa sem demanda e mesmo assim decide fabricar a capacidade efetiva aumentando estoques e os mesmos não tem variação de demanda provocando um custo maior ainda de perda ( varejo e suas coleções encalhadas, pátios de montadoras lotados em 2015, etc). Contrário se aplicaria a uma planta que tem demanda com alta variação, podendo assim usar produção empurrada (onde ainda não existe pedido) mantendo estoques que possam atender essa variação de demanda e assim preservar mercados, mas é mais raro.

 

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Como Reconhecer essas Variáveis

Então como saber de que forma a empresa, onde invisto meu dinheiro, faz a gestão do custo logístico total?

  • Reconhecendo quais fatores geram perdas, exemplo: tempo que o produto fica parado no transporte para (trânsito também considera estoque quando parado), qual a tarifa e o tempo de pagamento antecipado, relação do pagamento com o fornecedor e o recebimento do valor pelo produto (abev é um caso clássico, assim como empresas que gerenciam esses prazos e fazem esse dinheiro render). Isso se chama Trade-off , compensamos aumentando um custo para diminuir outro em proporções maiores.
  • Entendendo que custo de entrada de produto não é só matéria prima como algumas empresas tendem a mostrar nas apresentações. Seria a soma do custo da matéria prima, do subsistema de produção na distribuição e o custo para acessar o processo seguinte, no caso armazenagem para produção. Nesse caso analise sem os impostos, isenções e incentivos, é mais realista.
  • Custo de estocagem e de beneficiamento, sempre contabilizado a plena produção. Quanto custa deixar meu estoque nesses volumes em relação a fixos e em relação à oportunidade. Vale a pena manter? Descentralizar CDs? Fique atento a este custo na contabilidade da empresa que estas investindo.
  • Custo Financeiro que nada mais é que o custo do capital de giro, quanto ele vai render quando aplicado no sistema logístico? O cálculo é básico: valor do produto x taxa de atratividade ( TMA, que é a divisão do lucro bruto pelo patrimônio liquido) + soma dos tempos de deslocamento, beneficiamento e estocagem
  • Custo de Obsolescência, seja por validade no caso de produtos alimentícios, por exemplo, ou tecnológicos, moda de estações especificas etc. No caso dos dois últimos é o consumidor que determina se a demanda será crescente ou decrescente. E no caso dos alimentos, por exemplo, a variável utilizada é o valor versus tempo de estoque no PPD ( ponto potencial de demanda), considerando varejos alimentícios, a cada tempo estabelecido de PPD , 5 dias mantém o valor, 15 dias perde um percentual de preço, 30 dias outro percentual e assim por diante até chegar a validade e ser descartado gerando perda total. Daí a necessidade de controlar estoque e demanda principalmente nos varejos.
  • Custo de oportunidade que nada mais é que o não aproveitamento das sobras do processo ou ociosidade de tarefas, equipamentos e colaboradores, e sim isso tem um custo e reflete na receita bruta.

Muitas empresas trabalham com verticalização da cadeia para acumular ganhos ao manter elos estreitos entre processos MDIA, por exemplo, fabricando a própria farinha. Como isso impacta no custo? Qual o percentual de retorno médio organizando o abastecimento de todas as fábricas? Essas respostas estão nos documentos que a empresa divulga, mas para conseguir identificar e interpretar é preciso conhecer o negócio.

Outro exemplo clássico para compreender a formação dos custos é o modal de transporte utilizado, afinal o valor do produto esta ligado ao custo financeiro da operação. Quanto menor o valor agregado mais lento o transporte porque o impacto nesse caso é menor, já quanto maior o valor agregado mais rápido o modal escolhido, isso porque a TMA é muito alta, logo a compensação do custo (tradeoff) se dá pelo menor tempo.

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Porque motivo o minério de ferro e o agronegócio (safras) são as campeãs do modal ferroviário?  Menor valor agregado, por isso as indústrias que dependem de commodities agrícolas geralmente trabalham com contratos fechados com o produtor, facilitando a gestão dos custos, vide ocorrido com BRFS.

 

Concluindo

As empresas precisam ser analisadas além do balanço, isso é verdade, mas não esqueça que aqueles números que estão na DRE, no Balanço Patrimonial, no Relatório, na apresentação recheada de gráficos e muito colorida, são a representação numérica  do desempenho dos processos daquele negócio, e para compreendê-los e saber o que significam cada um deles na realidade não basta apenas analisar os múltiplos isoladamente, significa que é necessário entender que a receita não foi como esperada porque o custo não foi controlado, que a receita liquida está menor porque não soubemos planejar a cadeia logística adequadamente para aquele momento mercadológico.

Empresa não é só passado e não é só projeção, negócio é união de fatores que refletem o que ocorreu no passado, ocorre no presente e possivelmente ocorrerá no futuro.

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Abraços e bons investiementos,

Patricia Rossari

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