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Carteira: Diversificação por setor

Carteira: Diversificação por setor

O mercado financeiro é um ambiente extremamente rentável, mas para se obter bons resultados é importante filtrar as melhores oportunidades.

Como escolher uma boa opção de investimento levando em consideração qual o setor de atuação dessas empresas?

Dentro da Bovespa, encontramos uma série de empresas dos mais diferentes ramos de atuação.

Uma maneira interessante de conduzir os seus investimentos em ações é diversificando a sua carteira em vários setores.

Dessa forma você não fica exposto a possíveis fatores que podem afetar diretamente o setor e consequentemente todas as ações que tem em carteira.

Imagine que você invista em 4 empresas do setor de petróleo e ele esteja em queda. Você terá 4 ações em queda simultaneamente, o que pode comprometer todo o seu capital.

Mas se você investe em uma empresa do setor de petróleo e as outras 3 em outros setores, você tem chance de ter apenas uma ação em queda.

 

Duas coisas que você precisa ficar atento:

1) Concentrar o seu capital em apenas um setor pode ser uma arma extremamente perigosa como falamos acima.

2) O fato de um setor possuir boas perspectivas a longo prazo não faz de todas as empresas boas opções de investimento, também é necessário analisar cada ação do setor.

 

Porque Diversificar?

Diversificação versus risco

Como diz o velho ditado: renda variável… varia. E se varia, varia também para baixo. Senão seria chamada de renda que só cresce.

Empresas, mercados, países e o mundo passam por ciclos de alta e de baixa. Felizmente, a maioria desses ciclos não ocorre ao mesmo tempo.

Quando, por exemplo, o desemprego aumenta, muitos bens deixam de ser consumidos.

Entretanto, itens básicos como alimentos e medicamentos caem menos do que a média.

O dólar alto beneficia setores da economia que exportam. Afinal, eles têm custos em reais e receitas em dólar – quando o dólar sobe, as receitas em reais sobem.

Companhias aéreas, ao contrário, prejudicam-se quando o dólar sobe. Afinal, a maioria dos seus custos é em dólar.

Imagine agora que você tenha uma carteira de ações composta exclusivamente por empresas atreladas ao dólar.

Qualquer movimentação naquela moeda afetará a sua carteira e, sendo você um investidor de longo prazo, que usa suas ações para sua aposentadoria, não ficará feliz em ver seu patrimônio perdendo valor.

 

É para isso que existe a diversificação.

Como os setores não se movimentam todos na mesma direção, colocar em sua carteira ações de diversos setores protegerá seu patrimônio de eventuais flutuações no mercado.

Por outro lado, se uma das ações de sua carteira subir de maneira estrondosa, o efeito dessa alta no conjunto de ações que você tem será diminuído porque as outras ações provavelmente não subirão tanto.

A diversificação ajuda a mitigar o risco e, como vimos, diminui também a rentabilidade média.

No entanto, no longo prazo, essa rentabilidade média será bem maior que a renda fixa.

A ação do Magazine Luiza subiu, entre os anos 2015 e 2018, quase 1.300% – bem mais do que qualquer instrumento de renda fixa.

Cielo, por sua vez, caiu, no mesmo período, praticamente 65%.

Mas como ninguém tem bola de cristal para saber qual empresa irá subir ou cair, a diversificação o ajudará a formar uma carteira que ofereça uma boa segurança.

E proporcione um rendimento bastante satisfatório em relação a qualquer instrumento de renda fixa.

 

Perfil Conservador

Se você possui um perfil de investidor mais conservador, poderá mesclar sua carteira de ações com alguns títulos de renda fixa, como:

Tesouro Direto, CDBs e Debêntures, ou mesmo ativos de renda variável menos voláteis como os Fundos Imobiliários (FIIs), que proporcionam renda mensal e poucos altos e baixos.

A diversificação serve exatamente para isso – proteger o seu capital sem abrir mão de uma boa rentabilidade.

 

Ciclos econômicos

O conceito de ciclos econômicos é utilizado para designar flutuações econômicas em um período de tempo.

Ao longo da história, a economia alterna momentos de crescimento e de retração. Agora, o Brasil está saindo de uma recessão e está voltando a crescer.

 

E o que isso tem a ver com os riscos? Tudo.

“A economia funciona em ciclos. Logo, em um determinado momento, os juros podem estar elevados e deve haver ótimas oportunidades de ganhos com investimentos em renda fixa, ao mesmo tempo em que o preço das ações e dos imóveis esteja em baixa. Em um outro cenário, a inflação pode subir e o Real desvalorizar-se, e vice-versa”

Os economistas podem até prever esses movimentos, mas é impossível antecipá-los com 100% de certeza – justamente porque a economia sofre influência de diversos fatores externos.

A impossibilidade de prever todos os fatores torna a diversificação uma proteção contra eventos extraordinários – aqueles que precisam acontecer uma única vez na vida para destruir um patrimônio inteiro.

 

O que são ativos correlacionados?

Existe uma maneira “melhor” de diversificar.

Especificamente: examine os ativos em que você pretende investir, para encontrar aqueles que não tendem a subir ou descer em correlação uns com os outros.

Ao fazer isso, você pode efetivamente reduzir o risco do seu portfólio.

Isso funciona, como explica o Instituto CFA (2014), por causa da correlação – um conceito importante em estatística.

 

Correlação

Correlação é a medida do grau ou extensão em que dois valores numéricos separados se movem juntos.

Aqui, esses valores nos quais estamos interessados ​​são ativos. A quantidade máxima de correlação possível é de 100%, expressa em 1,0.

Quando dois ativos têm uma correlação de 1,0, quando um se move, o outro sempre se move.

Embora a quantia que esses ativos movimentem possa ser diferente, uma correlação de 1,0 indica que eles sempre se movem juntos na mesma direção.

Por outro lado, quando dois ativos se movem em direções opostas, sua correlação é negativa.

Se eles sempre se moverem 100% do tempo na direção oposta, isso será considerado -100% ou -1,0.

Assim, ao examinar a correlação de ativos, quanto mais próximo de -1,0, maior o efeito da diversificação.

 

Setores perenes

Primeiramente, setor perene é aquele que é resiliente no longo prazo, que mesmo com o passar dos anos ainda continuará existindo e sendo necessário para a população.

Você consegue imaginar um país funcionando sem energia e saneamento? Nós também não, portanto esses são perfeitos exemplos de setores perenes.

Para quem busca um filtro inicial antes de estudar uma companhia, vasculhar em empresas desses setores é um ótimo começo.

Mas isso não significa que empresas de outros setores não sejam boas opções para dividendos. Trata-se somente de um ponto partida, um fator positivo.

Inclusive, deixar de analisar empresas em outros âmbitos pode ser um grande erro, pois boas oportunidades podem ser deixadas de lado.

 

Juros Baixos: Quais Empresas e Setores se Beneficiam deste Cenário?

Os cortes na taxa básica de juros brasileira, a Selic, sempre levanta questionamentos sobre como ficam os investimentos.

Este é apenas um dos pilares da mudança estrutural – do ponto de vista dos investimentos – que o Brasil está vivendo.

Atrelada à continuidade das reformas – tributária e administrativa – e também ao cenário de juros baixos, mudar a maneira de investir é fator chave para buscar boas rentabilidades.

A porta está aberta para que os investidores, que sempre optaram pela renda fixa mais conservadora, acessem outros mercados. Um deles é a renda variável.

Uma pergunta recorrente é como o tema de juros baixos por mais tempo impacta os investimentos na Bolsa.

Por isso, para explicar quais setores e empresas tendem a se beneficiar desse cenário, preparamos este conteúdo especial.

No geral, o principal impacto é a redução no custo de dívida das companhias. E, para mensurar esse efeito, é preciso analisar:

(1) a parcela da dívida cujo custo é atrelado à Selic;

(2) o patamar de endividamento, que pode ser medido pelo indicador “Dívida Líquida em relação ao EBITDA”.

 

Setores da nossa cobertura mais beneficiados são locação de veículos, shoppings, elétrico e varejo. 

Por outro lado, vemos impacto reduzido para os setores de mineração e siderurgia, papel e celulose e alimentos e bebidas.

Muitas pessoas tentam adivinhar os movimentos do mercado. Isso é completamente errado.

Por mais que você consiga prever pontos de resistência ou suporte, a renda variável é imprevisível.

 

Como Minimizar Risco de Investir em Ação

Muitas pessoas tentam adivinhar os movimentos do mercado. E isso é completamente errado.

Por mais que você consiga prever pontos de resistência ou suporte, a renda variável é imprevisível.

Mesmo que você acerta uma vez ou duas, é complicado fazer esse tipo de investimento com consistência.

Por isso, o segredo é estar preparado para todos os eventos possíveis.

A maneira de minimizar isso é montando um carteira diversificada com ações que podem se beneficiar num cenário positivo e podem se proteger em um cenário negativo.

Podem ter ações de empresas que ganham com crescimento da economia, como de infraestrutura, varejo, ligadas à economia doméstica.

E também empresas ligadas à economia internacional como a Vale, Petrobras e empresas exportadoras como a Suzano.

“O ponto principal é saber a quais os riscos está exposto e a partir disso montar uma carteira com os mesmos ativos para o cenário positivo e negativo. O que muda é a quantidade de investimento em cada ação.”

Somente com a diversificação de investimentos você estará preparado para diferentes eventos da economia, e ainda sair no lucro.

No entanto, mesmo assim, é possível ter perdas no curto prazo ao investir em ações. Não esqueça que o seu objetivo na renda variável deve ser a longo prazo.

 

Conclusão

Mercado de ações não é cassino

O maior risco de investir em ações, no entanto, está no próprio comportamento do investidor, uma vez que não são poucos os que investem sem saber o que estão fazendo.

Muitos não aplicam, apostam. E os riscos de não levar a sério a “ciência” do mercado financeiro podem ser amargos.

Existem diversas técnicas e metodologias para avaliar o mercado e o próprio desempenho dos ativos em Bolsa.

As quais são capazes de diminuir a imprevisibilidade do mercado, reduzindo riscos e maximizando as possibilidades de lucro.

Além disso, paciência e frieza também são bem-vindas em um mercado no qual alta volatilidade não necessariamente significa catástrofe.

Uma tendência de queda (realização de lucros) é salutar para que uma ação volte a apresentar valorização no médio/longo prazo.

Você já deve ter ouvido falar no ditado “nunca coloque todos os ovos na mesma caixa”, certo? Pois é, essa é uma das maiores máximas do mercado acionário.

Isso porque, ao diversificar sua carteira, você dilui o risco ao investir em ações de setores e características diferentes e mantém uma boa rentabilidade média.

Por: Marcelo Rabinovici

 

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