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ESG: “modinha” ou mina de ouro?

Sem dúvida alguma, muitas pessoas lêem a palavra “ESG” e já fecham os textos, afinal, dificilmente alguém se interessa, de fato, no tema sustentabilidade.

Porém, grandes corporações têm realizado importantes investimentos visando a redução da emissão de carbono, movimentos para ampliar a diversidade de pessoas, ideias e opiniões dentro dos conselhos e esforços para manter uma governança o mais transparente e confiável possível.

Mas, por que isso? Bom, porque obviamente elas estão enxergando algo muito valioso que talvez todos que não se importam com o ESG estão.

Resumidamente? As empresas não são bobas e não gastam dinheiro à toa. Tem muito dinheiro envolvido nessa história e elas já perceberam que as organizações que mostrarem descaso com esses compromissos sustentáveis, certamente, perderão muito dinheiro no futuro.

O porquê disso estar acontecendo, imagino eu que você já saiba, mas não custa lembrar:

  • O aquecimento global está piorando e é uma grande ameaça a raça humana.
  • A nova geração percebeu que ideias, opiniões e pessoas com visões de mundo diferentes são cruciais para atender melhor às demandas dos mais diversos clientes e tomar decisões mais eficientes e;
  • Os milhares de problemas de governança que empresas já tiveram mostram como a perda de reputação pode ser um poderoso destruidor de valor.

 

Sendo assim, é bastante justificável existir um movimento nesse sentido.

Nações de todo o mundo têm se reunido para estipular metas de redução de emissões de carbono. A bolsa de valores já manifestou seu interesse em ampliar a diversidade do conselho das empresas listadas e os investidores estão cada vez mais antenados em companhias com problema de governança.

O ESG não é mais uma discussão ou uma modinha, é a realidade.

Agora, como isso se torna dinheiro para os negócios? Como isso vai gerar valor para você, acionista dessas companhias?

Pois bem, tratando-se de emissões de carbono, por exemplo, negócios que tiverem produtos que emitem menos carbono durante seu processo de fabricação, tendem a ser mais visados por clientes e nações que precisam reduzir sua pegada de carbono. Por que isso?

Porque as empresas e nações precisarão cumprir suas metas de redução nas emissões e para isso só existem três caminhos: 1. desenvolver novos produtos que emitem menos carbono 2. criar novos processos com menos emissões 3. comprando produtos de empresas que já tem essa característica ou créditos de carbono para compensar suas grandes emissões (aqui está o ouro).

 

Logo, quem sairá na frente nessa corrida? Negócios que, hoje, já estão desenvolvendo produtos que geram menos emissões e buscando reduzir as emissões nos seus processos.

Quer exemplos? Eu te dou.

Klabin: desenvolveu o Eukaliner, uma nova embalagem mais leve, mais resistente e que demanda menos área plantada para sua produção. Permite carregar mais peso gerando economia no transporte de mercadorias e precisa utilizar menos área plantada para ser fabricada.

Randon: eixo elétrico (e-Sys). Faz com que as carretas utilizem a energia gerada durante a frenagem e descidas. O eixo elétrico acumula energia e depois ajuda as carretas a subir ladeiras com menos consumo de combustível.

 

Gerdau: aço verde. A siderúrgica já tem utilizado fornos elétricos para fabricação de aço a partir de sucata metálica. A empresa é a maior recicladora de sucata da Am. Latina.

 

E não se esqueça, empresas não gastam dinheiro à toa! Monitore isso nos seus investimentos e esteja à frente do seu tempo.

Grande abraço,

João Pedro Mello

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