Em poucos dias, o Ibovespa perdeu e retomou os 100 mil pontos. O índice deixou o patamar na quinta-feira (23) após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), considerado “hawkish” (mais duro, reforçando uma política monetária mais restrita), suscitando também ruído político, com o governo pressionando por queda de juros. Já nesta terça (28), após uma abertura tímida do mercado, o Ibovespa começou a registrar ganhos e não superou apenas os 100 mil, como também os 101 mil pontos, descolando do dia “morno” em Wall Street e renovando máximas durante a tarde.
O índice fechou o pregão com ganhos de 1,52%, a 101.185 pontos, tendo avançado 1,89% na máxima, chegando aos 101.559 pontos. Tudo isso apesar da ata do Copom ser vista, ao contrário do documento da decisão de fevereiro, também como “hawkish”, em linha com o tom do comunicado após a decisão.
A ata, mesmo adotando um tom duro e destacando a importância da questão fiscal para as expectativas de inflação, também teve mais espaço para falar sobre o arcabouço fiscal. No documento, o Copom destacou que materialização de um cenário com um arcabouço sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno, mas manteve cautela sobre esse processo. Assim, o Banco Central mostrou tanto o comprometimento da autarquia com o controle da inflação quanto alguns acenos aos esforços do governo para melhorar a credibilidade fiscal do país.
No primeiro caso, o BC destacou que os dados de atividade, crédito e mercado de trabalho seguem desacelerando. Do lado “hawkish”, o aumento das expectativas de inflação de longo prazo foi o principal foco do comitê, que debateu inclusive possíveis mudanças no regime de metas de inflação e seu impacto no processo desinflacionário. “A diretoria avaliou a possibilidade de aumentar sua estimativa de taxa de juros neutra, em meio a expectativas de longo prazo mais altas, mas optou por mantê-la em 4%.
O externo está um pouco melhor, parece que houve um estancamento da desconfiança no momento da crise no setor bancário. Já a fala do Haddad sobre a reunião conclusiva de amanhã sobre o arcabouço antecipa o anúncio das regras fiscais, lembrando que o mercado estava vendo a decisão só para depois da viagem para a China, lá para a metade do mês de abril, então podemos ter novidades em breve.
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