Desde 2020, o Comitê de Políticas Monetárias vem reajustando a taxa Selic – principal taxa de juros do Brasil – para cima. A taxa saiu do patamar de 2% ao ano e, hoje, já está em 13,25%.
Em cenários de juros maiores, é natural observarmos muitos investidores prestando atenção nos bancos. O noticiário fica entupido de matérias recomendando ações de bancos e reforçando que eles tendem a ser beneficiados pelo aumento dos juros.
A ideia mais comum de ser vista é simples: com juros mais altos, a tendência é que os bancos cobrem juros maiores sobre o crédito concedido e isso pode favorecer essas instituições financeiras.
A princípio, faz sentido pensar desta forma. Só que as coisas não são simples assim… Existem outros fatores que também precisam ser considerados em um cenário de juros elevados e que podem fazer essas projeções de melhora nos bancos serem frustradas.
Para entendermos o que a economia do Brasil vive, é preciso compreender o que motivou a subida dos juros.
De forma resumida, subir a Selic é o único “remédio” que o Banco Central possui para conter a inflação. Ao subir as taxas de juros do país, o intuito é diminuir o consumo e a busca por crédito, assim, a quantidade de moeda em circulação cai e a mesma se valoriza.
Via de regra, a inflação é sentida no bolso das pessoas quando elas vão ao mercado, ao posto de gasolina, pagam as contas ou planos de saúde. Em um primeiro momento, a sensação é de que tudo está mais caro, mas na verdade, é o nosso dinheiro que perdeu poder de compra.
Adicionalmente, se avaliarmos a taxa de desemprego brasileira, notamos que ela também subiu bastante no decorrer dos últimos anos e, só agora tem voltado a cair.
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Todavia, é preciso ligar os pontos. Mesmo que o desemprego esteja arrefecendo, ainda temos o problema da inflação e das taxas de juros que permanecem em faixas elevadas comprometendo a renda das famílias brasileiras.
Agora, vamos voltar a falar sobre os bancos. Sabemos que a principal linha de negócio de um banco é o crédito. Instituições financeiras, por essência, emprestam dinheiro para pessoas ou empresas e cobram juros em cima do valor fornecido.
Em tese, o pensamento de que juros maiores geram mais dinheiro para os bancos está correto. Entretanto, para que este pensamento seja de fato efetivo é preciso que a demanda pelo crédito também permaneça intacta, correto? Afinal, de que adianta cobrar juros maiores se não houver clientes solicitando crédito? Desse modo, cabe pensar, será que o consumo se manterá nos níveis que estavam anteriormente ou vai desacelerar com as taxas de juros?
Ademais, é factível imaginar que aquelas pessoas que estão com o poder de compra do dinheiro reduzido e/ou desempregadas, também terão sérias dificuldades de arcar com as obrigações financeiras do cartão de crédito, financiamentos, empréstimos, cheques especiais, etc. O mesmo vale para algumas empresas que podem não ter sobrevivido à crise ou terem sofrido sérios danos por conta das restrições de circulação da pandemia.
Diante disso, podemos colocar na conta, também, um possível aumento da inadimplência, o qual tende a prejudicar os bancos.
Estes são os primeiros pontos a se pensar.
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Por conseguinte, devemos pensar que com juros mais altos, assim como os bancos aumentam os juros cobrados sobre os empréstimos, financiamentos e outros, a captação do crédito também se torna mais custosa.
Além disso, a concorrência entre os bancos cresceu. Diversos novos bancos digitais surgiram no mercado e, agora, também estão na busca pela captação e fornecimento de crédito. Então, será que todos os bancos vão conseguir repassar o Spread (diferença entre o custo de captação e os juros cobrados no crédito)? Ou a concorrência fará com que eles pressionem as margens para não perder a demanda dos clientes?
Estes são mais alguns pontos a serem considerados.
Enfim, o meu intuito com este artigo é justamente induzi-lo(a) a pensar de uma forma mais ampla. Se restringir a taxas de juros pode fazer com que suas projeções de performance e dividendos dos bancos sejam falhas. É preciso analisar todo o contexto para traçar um futuro plausível.
Analisar empresas, contextos, ciclos econômicos e outras variáveis do mercado para tomar decisões assertivas e bem fundamentadas, não é uma tarefa fácil. É preciso experiência, estudo e muita dedicação para fazê-lo com maestria.
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