Surpresa!! Lucro não é causa, é consequência!
A Importância da Análise Qualitativa e dos Gatilhos
Sim caro amigo(a) leitor (a), para alguns é óbvio para outros é surpresa, o lucro não é resultado de mágica, torcida, sorte, assim como os resultados dos seus investimentos também não.
É comum encontrarmos investidores que não tem o hábito de calcular o retorno real de seus investimentos, é um jogo de cabra cega, uma ilusão de rentabilidade que ao longo do tempo acaba sendo ínfima se não prestarmos atenção aos índices. E já mostramos isso aqui algumas vezes, a relação entre o cenário macro e o negócio, como a taxa de juros afeta o tipo de investimento que você escolhe, assim como a inflação.
Compreender “como” influencia o negócio é tão importante como “calcular” o quanto afeta.
A inflação acelerando tem um impacto na renda fixa, e tem impacto também em muitos ativos de renda variável que aumentam a receita com o índice, outros setores não conseguem repassar a inflação ao produto devido à concorrência por exemplo, e isso reduz margem para não perder mercado, ou seja, a análise qualitativa é que determina o resultado do seu preço justo.
A frase que mais estamos ouvindo nessas semanas é:
Está tudo caro, não tem nada para comprar. (como se bolsa fosse sinônimo de liquidação eterna, lembrem que são ciclos!).
Então vamos aos fatos: o índice subiu, cotações subiram, algumas mais outras menos, principalmente devido a projeções de crescimento econômico, por enquanto baseadas nas reformas (previdência, fiscal) e privatizações para estancar o déficit (essa parte causa muita discussão)
Existe euforia, o mercado funciona na especulação e a curto prazo é ótimo para ganhar dinheiro (aqui entra ajuste de carteira, proporção no caso de alguma venda).
E então o investidor se pergunta se é hora de fazer revisão do preço justo, afinal tudo está subindo. Eu não faço revisão em euforia, não existe gatilho em especulação, não para LP.
Dito isso, para ativos que já estão na sua carteira a reavaliação de projeção só ocorre na medida que tu tenha alguma solidez de informação, como por exemplo visualização de crescimento da receita / lucro / mercado / nos releases trimestrais, uma regulamentação pontual sobre aquele negócio que favoreça.
Digamos que tu tenhas estudado um ativo que já está na sua carteira, e não está fazendo aportes agora porque o preço está esticado, e o índice sobe sem parar, o ativo também, porque estão todos eufóricos com as reformas, então você sente que está ficando pra trás.
Esse é o cenário base.
Então, eu pergunto o seguinte:
Este ativo tem projeções de aumento de receita e lucro?
Como ele pretende fazer isso acontecer?
Isso será retornado ao acionista em crescimento ou dividendos?
Ele é um ativo que faz subscrição, bonificação, é algo que me interessa a longo prazo e poderia fazer com que eu aportasse nele sem margem de segurança?
Ele tem potencial de crescimento com as reformas aprovadas, qual percentual que tu estipulaste decrescimento?
Esse percentual elevou teu preço para quanto, acima ou abaixo do preço de mercado?
Esse percentual de projeção com base em rentabilidade futura, entende esse ativo pode crescer em um percentual maior do que nos últimos cinco anos?
O congresso está de férias,se você for mais conservador, não seria prudente esperar os primeiros sinais para um posicionamento mais efetivo?
Então, o gatilho precisa ser algo mais palpável do que euforia, essa é minha opinião.
E se for a reforma básica?
O mercado irá pra frente, os empresários querem investir, o custo do capital está baixo, o que mais interessa a eles é segurança no sistema, isso agora o mercado enxerga que existe (fantasma do socialismo se foi), então as empresas irão aos poucos crescer a economia vai ajustar, o juro e a inflação andando com lógica de simetria consciente, para o crescimento econômico ocorrer de forma orgânica.
Mas o mercado não vai ficar eufórico para sempre, não vai chegar em 200 mil pontos até fim do mês, o índice vai oscilar, testar suportes e resistência, porque é isso que ele faz, é o trabalho dele, a operação funciona assim , o importante é saber o que fazer quando o momento chegar, estar preparado.
E alguns ativos não irão ter oscilação de queda na cotação? Eu perderei o bonde?
Provavelmente! Mas não se ganha todas lembra?
Então, no caso de não querer arriscar, ou achar que está deixando o bonde andar sem você, estabeleça aportes menores nos ativos que você vê um gatilho de alta, com base na expectativa do mercado.
E para deixar claro, os gatilhos são:
Nova parceria comercial
Regulamentação favorável
Mercado novo com fusões então consolida resultados (Weg)
Aumento de renda da população, serviços aumentam também (saúde )
Serviços essenciais estatais ou não, nessa época de euforia cuidado (aqui entra gatilho de privatização)
Potencial de crescimento de receita / lucro já está no teu preço, pode aumentar esse percentual porque o congresso já sinalizou a votação de uma reforma que agrada o mercado.
Ou então uma alteração de estratégia, expansão, essa quando pegamos no começo, PL baixo e projeção de expansão em crescimento.
Estratégias diferenciadas, cases da Arezzo, Natura.
Quando a Natura estava a R$27,00 eu escrevi sobre ela, artigo está aqui no site, desde então a cotação avançou, porém ainda tem dívida e precisa consolidar resultados, então significa que não volta nunca mais? Mas se você tem pressa, pode comprar agora, em 20 anos um aporte na alta não prejudica ninguém, não sejam muito rígidos em relação a isso.
Às vezes alguns ativos entram em preços mais altos que o justo no início da carteira, e alguns negócios, como eu disse demoram anos pra voltar, são negociados a múltiplos elevados por muito tempo …acontece!
Então nesse caso você esperou e ele não voltou, fazer o que? Rever o preço justo, entender se as projeções de aumento de lucro têm consistência nos releases, então altera teu preço e continue aportando a partir daí
Mas sempre levando em consideração que não acertamos todas, porém diversificando,as chances de sucesso são maiores.
Conclusão
Foco na Qualitativa
A análise de uma empresa requer domínio de conceitos básicos na área de gestão, entender como é formada a receita de um negócio, vai além de saber qual produto é produzido ou comercializado, exige compreender o fluxo dos processos desde o fornecimento da matéria prima até a aceitação pelo consumidor final.
O preço da matéria prima afeta diretamente a gestão dos custos no processo de produção , logo a gestão dos mesmos deve ser adequada aquela lógica produtiva, analisar a cadeia produtiva não é tarefa simples, exige uma visão sistêmica do panorama econômico as vezes mundial as vezes regional, saber que o fato de mudar o ponto de pedido afeta diretamente o seu custo final , que a decisão de manter um estoque maior do que o essencial para produção puxada também incorre em custos, que não manter necessita de uma relação de confiança com o fornecedor, é uma disponibilidade logística de reposição eficiente, e que tudo isso gera custo.
A receita e às margens, estão vinculadas ao comportamento da capacidade de produção x custos, tempo de projeto, capacidade de produção e distribuição. Quando os fluxos não estão alinhados temos gargalos, que não ocorrem somente no setor produtivo, pelo contrário, é muito comum observar que grandes obstruções nos fluxos são causadas por falhas em setores auxiliares, seja por erros humanos ou de sistemas.
Parar uma linha produtiva por falha na manutenção preventiva, causa tantos problemas quanto diminuir ritmo de produção por problemas na reposição de estoque, devido à falta de produto ou falta de pagamento ao fornecedor.
Erros humanos ocorrem e devem ser gerenciados, erros de sistema também, porém é preciso prevenir com ações efetivas de controle, usar as ferramentas a favor do processo e não como um entrave (belo no papel é inútil na prática). Vide caso da Vale na semana passada.
Análise qualitativa não se trata de estudar um ativo, e eleger setores para descobrir “problema” na receita ou na falta dela, é sobre entender a organização como um corpo, composto por variadas células e todas elas indispensáveis para o bom funcionamento da máquina!
Informação é dinheiro
Até a próxima semana.
Daniel Nigri falando agora:
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