É recorrente ver investidores comprando ações muito baratas pensando apenas no potencial de valorização e não no risco que estão correndo.
Se uma ação caiu 80%, 90% ou até mais, com certeza, o risco de investir nela também subiu muito e cabe ao investidor que está de olho na empresa monitorá-los.
Os melhores investimentos são aqueles em que existe uma boa assimetria entre o risco e o retorno esperado, ou seja, sua chance de ganhar dinheiro é bem maior do que a chance de perder.
Desde o pico em 2020, as ações da Magalu #MGLU3 caíram cerca de 92%. E, claro, depois de ser a ação que mais subiu no último grande ciclo de alta (+20.000%), após uma queda tão forte, é natural que ela volte a chamar a atenção dos investidores.
No entanto, o investidor que compra Magalu hoje precisa saber dos riscos embutidos no investimento que está fazendo e do que é necessário para que a ação se valorize. Caso contrário, ele pode ter surpresas negativas.
Então, vamos aos fatos.
Quais são os riscos de investir na Magalu hoje?
- Risco de falência
- Risco de falta de dinheiro
No primeiro, o investidor provavelmente perderia todo o seu capital investido. No segundo, a participação do investidor na empresa seria diluída.
O que precisa acontecer para as ações da Magalu subirem?
O resultado precisa melhorar.
A Magalu vem acumulando prejuízos e está bem endividada. A companhia precisa reduzir os prejuízos e mostrar ao mercado que está contornando a situação de alguma forma.
O que está prejudicando a Magalu?
Além das condições macroeconômicas, estão as despesas financeiras (juros da dívida elevada que tem).
Com a queda dos juros, controle da inflação, redução do desemprego e endividamento da população com o programa Desenrola Brasil, as condições macroeconômicas parecem melhorar. Agora, o desafio é reduzir a dívida para que a varejista volte a respirar.
Para isso, recentemente, a companhia anunciou um aumento de capital privado, no qual a família Trajana se comprometeu a injetar 80% do valor (R$ 1 bilhão).
Apesar dos efeitos negativos de diluição dos minoritários, é preciso reconhecer o alinhamento da gestão com os mesmos. Colocar R$ 1 bilhão na empresa mostra compromisso e vontade de fazer o negócio prosperar, diferente do que vimos na Americanas no início do ano, por exemplo.
No mais, é esperar os próximos resultados e averiguar se vão melhorar ou não. Ao que tudo indica, o mercado recebeu com bons olhos esse aumento de capital privado, pois o dinheiro será bem útil em reduzir o problema financeiro enfrentado pelo negócio.
Resumo da história: quer investir porque acha que a ação está muito barata? Vá em frente, mas esteja ciente dos riscos envolvidos.
Grande abraço,
João Pedro Mello
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