Quantas vezes você já se perguntou: “No que devo investir agora?”. É importante saber que, mesmo que haja uma grande chance de acertar o ativo que terá maior valorização nas próximas semanas ou meses, isso pode não ser relevante para a sua carteira de investimentos.
Imagine que você tenha comprado um ativo especulativo que todos diziam ter um grande potencial de valorização e, após algumas semanas, ele tenha se valorizado em 50%. Agora, reflita: qual seria a proporção desse ativo em relação ao seu patrimônio total?
Sejamos sinceros: quando nos expomos a um novo ativo, especialmente algo de alto risco, geralmente fazemos uma alocação pequena, muitas vezes até mesmo de forma não planejada, em relação ao nosso patrimônio. É como se fosse uma aposta.
Então, qual seria o real impacto dessa valorização no seu patrimônio como um todo? Na tabela a seguir, simulei a exposição de capital em relação ao total do patrimônio considerando uma alta de 50%. Também levei em conta uma possibilidade de queda de 25% e seu impacto geral. Em ambas as simulações, mantive o restante do patrimônio sem valorização, para que o impacto do ativo em questão pudesse ser observado. Seguem os resultados:
| Percentual do ativo sobre o total do patrimônio | Valorização do patrimônio considerando uma alta de 50% | Perda de patrimônio considerando uma queda de 25% |
| 2% | 1,00% | -0,50% |
| 5% | 2,50% | -1,25% |
| 10% | 5,00% | -2,50% |
| 20% | 6,00% | -5,00% |
| 30% | 9,00% | -7,50% |
| 50% | 15,00% | -12,50% |
Perceba que, se você tivesse uma exposição pequena de apenas 2%, essa alta de 50% representaria um retorno equivalente ao CDI atual em seu patrimônio total. E é importante ressaltar que muitas vezes a exposição não chega nem a 2% do seu patrimônio total. Da mesma forma, uma queda expressiva também não teria um grande impacto, sendo um ponto positivo para você considerar assumir algum risco em busca de retornos expressivos por meio de estratégias de curto prazo. Observe como um percentual de 5% já se torna interessante nesse aspecto.
A relevância dessa alta realmente fará diferença à medida que a exposição total da carteira for aumentada. Mas observe cuidadosamente a coluna da direita, onde estimo o risco: você estaria disposto a aceitá-lo? Qual seria o seu limite de tolerância? Lembre-se de que a queda de 25% do ativo isoladamente representaria a perda patrimonial total descrita na tabela considerando todos os outros elementos da carteira constantes.
A partir dessa simulação, chegamos ao objetivo de reflexão deste texto: a valorização e a depreciação patrimonial dependem da alocação total. Altas e quedas expressivas podem ter um impacto total ou nenhum impacto na carteira. Sempre que adquirir ou considerar vender ativos, analise o panorama geral e planeje sua exposição de acordo com sua aceitação de risco. Esse é o princípio fundamental que ensinamos na Carteira Plena ao distribuir classes e adicionar ativos de risco.
Em 30/05, às 20h, teremos uma aula inaugural na Comunidade Plena. Nela, nosso objetivo é ensinar, discutir e avaliar carteiras em conjunto, para que todos possam aprender mais sobre alocação de ativos. Inscreva-se no link https://t.me/+RvC-4AJx1V5SIp7Z para participar da aula.