Crises: O que aprendemos com elas?

 

As crises econômicas não acontecem do dia para a noite, tampouco os reflexos das crises  desaparecem rapidamente. O exemplo mais utilizado para demonstrar como uma crise pode afetar a economia a nível global, é a crise de 1929 e a grande depressão que sucedeu o evento principal, uma das crises mais avassaladoras da historia.

O crescimento da economia norte-americana foi impulsionado por vários acontecimentos históricos, e um deles foi a Primeira Guerra Mundial.

O que não é novidade, mas essencial para compreender que grandes nações são construídas quando entendem a importância da produção. No caso dos EUA, o impulso ocorreu pelo aumento das transações de produtos industriais e agrícolas, devido a abertura de créditos aos países aliados. Além de conceder empréstimos para esses países (mais tarde a Alemanha também), que elevou o país ao patamar de maior credor do mundo, e responsável por quase metade da produção industrial global.

 

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E qual a relação desses fatores com a crise de 1929?

Provavelmente você já saiba disso, mas vamos relembrar: com o aumento da produção industrial houve uma melhoria significativa no consumo, o que é natural, afinal o poder aquisitivo das pessoas aumenta.

A roda girando: mais produção, mais emprego, mais dinheiro e mais consumo.

Porém, o aumento salarial não acompanhou a expansão da produção, então quando o consumo recuou o mercado interno também não comportava parte significativa do excedente, ocasionando uma das crises mais agressivas da história.

Os anos vinte foram denominados de Roaring Twenties, e surge o American way of life. Traduzindo: loucos anos vinte e estilo de vida americano.

Mas essa melhoria foi em percentuais elevadíssimos, o que fez o consumo atingir números impressionantes, então empresas buscavam expandir suas operações como se esse consumo elevado, devido às questões de fragilidade na Europa, (França, Inglaterra e Alemanha não chegavam sequer a 30% da produção industrial, juntas), fosse permanecer por muito mais tempo.

Para contextualizar, na época os norte-americanos não eram somente responsáveis por 42% da produção de tudo que era produzido no mundo, mas também importava cerca de 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações que mais comercializavam na época.

 

Logo, a renda variável faz seu papel.

Já que as empresas estavam com grandes resultados, expandindo e com um otimismo em relação ao futuro, vemos o movimento de tomada de crédito em instituições financeiras para investir em ações, especulando para gerar lucro.

 

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E o que acontece?

Um aumento impressionante do valor negociado pelos ativos, triplicando de 1924 até a crise em 1929.

Amparados pelo fato de que os índices eram convidativos, a taxa média de desemprego na década de 20 era 4%, a indústria automotiva aumentou mais de 30%, de eletrodomésticos também, o que fez a quantidade de indústrias crescer 10% em seis anos, e com isso um aumento de receita tanto na indústria quanto no varejo.

Porém, não existe almoço grátis e dinheiro não é produzido por uma varinha de condão, logo as empresas não tinham mais toda a demanda que haviam projetado. Então, se existe produção, mas não existe consumo…temos um grande problema: o excesso de estoques, e isso em larga escala é um estopim em economias que passam a competir por mercados.

 

E foi o que ocorreu!

A Europa ensaiava uma recuperação, logo a produção dos EUA começa a perder força, um dos setores que perceberam esse movimento em primeira mão foi o agrícola, através do clássico movimento nessas circunstâncias:  queda dos preços dos produtos além da diminuição da quantidade exportada e fornecida para a indústria de transformação, que usava a MP para produção dos produtos que também eram exportados, criando um efeito dominó.

O movimento de recuperação da Europa fez com que a economia americana sofresse com a concorrência, e como as empresas e o setor agrícola haviam contraído dívidas para o aumento da produção/expansão, com a queda nos resultados muitos não podiam pagar o que deviam aos bancos.

 

O resultado?

O preço dos produtos caiu, por estoques excedentes e queda na demanda, fruto do aumento de desemprego (gerado pelo movimento de queda no consumo/produção/renda), e isso fez muitas empresas fecharem as portas, o que obviamente agravou ainda mais a situação.

E não esqueçamos que havia também o movimento de crédito para a compra das ações na bolsa, e como elas haviam valorizado demasiadamente e os resultados não acompanharam tanto otimismo, o volume na ponta vendedora foi avassalador.

 

E isso é um problema por quê?

Por que haviam poucas pessoas dispostas a comprar, ou pelo menos a quantidade era extremamente menor do que as dispostas a vender, logo ocorre a desvalorização do preço dos ativos.

Como ápice desse movimento ocorreu a “quinta feira negra”, ou o Crash, nesse dia mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda, no dia 28 foram mais 33 milhões de ações.

Lembrando que o maior movimento de investimento na época era especulativo, devido ao crescimento meteórico das empresas, dos bancos, da economia em geral. Então, a compra das ações era baseada na valorização imediata, auferindo assim lucro na venda. E nós sabemos que esse movimento faz com que a cotação do ativo suba, então monta-se um cenário de valorização sem amparo de resultados reais, mas uma hora a conta chega.

Para termos uma ideia da força do ocorrido, a taxa de desemprego nos anos seguintes chegou a 27%, as exportações recuaram mais de 50% e as importações mais de 70%. A indústria automobilística que havia despontado como um grande negócio recuou 50%.

Hoje a taxa de desemprego do Brasil é de 12%, para facilitar o comparativo.

 

E o Brasil nessa história de crises?

Você deve ter estudado na escola, na disciplina de história que Getúlio Vargas incendiava as sacas de café para controlar o preço do produto no mercado internacional. Pois bem, esse foi o principal impacto que sofremos na época, até porque ainda éramos uma economia forte na produção agrícola.

 

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Os Estados Unidos eram o maior comprador do nosso café, cerca de 80% do que exportávamos, considerando que éramos responsáveis por quase 70% do café vendido globalmente, não é pouca coisa. Então, veio a crise e a importação recuou, isso fez o preço cair.

Vem desse movimento comercial a ideia do governo de comprar e queimar muitas toneladas de café, com o objetivo de controlar o preço através da redução da oferta. O movimento posterior foi de migração de investimentos do setor cafeeiro para o setor industrial, principalmente após a década de 40.

 

E a recuperação das crises ?

 

New Deal

O plano do presidente Franklin Roosevelt, chamado de New Deal ou Novo Acordo, era para tentar controlar à depressão econômica. A meta era, através do estado intervindo pontualmente na economia, criar e implantar mecanismos de controle de crédito e com isso as empresas teriam financiamento para exportações, além de investimento em infraestrutura e outras medidas como um salário mínimo.

Somente a partir de 1937 a economia apresentou sinais de aumento de produção industrial, emprego e renda, mas o crescimento econômico com mais força só ocorre através da indústria bélica, com o advento da Segunda Guerra Mundial no inicio da década de 40.

 

E então, o que podemos aprender com as crises?

Em uma frase eu diria: nunca subestime a capacidade do mercado projetar resultados que dificilmente irão se realizar.

Acima de tudo, tente alguma coisa.

Franklin Roosevelt

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Até a próxima semana.

Daniel Nigri com apoio de Patricia Rossari

O analista Daniel Nigri CNPI1810 é o responsável pelas informações perante a ICVM 598

 

 

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