O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, desacelerou para 0,07% em março, depois de ter registrado uma taxa de 0,25% em fevereiro, segundo divulgou nesta quinta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse é o menor resultado para o mês de março desde 1995.
No ano, o indicador acumula alta de 0,53% e, nos últimos 12 meses, 3,30% – bem abaixo do centro da meta para o ano, que é de 4%.
Em virtude da pandemia de coronavírus, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços. Desde então, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas em sites de internet, por telefone ou e-mail.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 3 a 30 de março de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de janeiro a 2 de março de 2020 (base), informou o IBGE.
Meta de inflação e perspectivas
Para 2020, os economistas das instituições financeiras projetam uma inflação de 2,72%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Neste ano, o centro da meta é de 4%, um pouco menor que em 2019. A meta terá sido cumprida se o índice oscilar de 2,5% a 5,5%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 3,75% ao ano.
O mercado financeiro também passou a projetar um corte maior, de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, para 3,25% ao ano, no começo de maio. A previsão é que a taxa permaneça nesse patamar até o fim de 2020.
Destaques
O grupo alimentação e bebidas apresentou a maior variação, 1,13%, e o maior impacto, 0,22 ponto percentual (p.p.), no mês de março, mostrando aceleração em relação ao resultado de fevereiro (0,11%). Outros cinco grupos também registraram alta, com destaque para educação (0,59%) e Habitação (0,13%).
No lado das quedas, embora a menor variação tenha sido a dos artigos de residência (-1,08%), a maior contribuição negativa no índice do mês (-0,18 p.p.) veio dos transportes (-0,90%). Também houve deflação em despesas pessoais (-0,23%).
Fonte: G1
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