Há evidências de que a inflação ocasiada pela disrupção da oferta de alguns produtos está se difundindo pela cadeia de preços americanas, aumentando as dúvidas de que o Federal Reserve manterá o posicionamento de elevar as taxas de juros somente em 2024, disseram analistas do ING em relatório.
Segundo eles, em documento publicado nesta quarta-feira (12), a alta de 0,8% na inflação dos EUA em abril, acima do consenso de 0,2% e o maior avanço mensal desde setembro de 2009, foi impulsionado surpreendentemente pelos maiores preços de carros usados, que subiram 10% no período.
A maior procura por esse segmento pode ser explicada pela dificuldade que a indústria automotiva enfrenta no abastecimento de semicondutores para a produção de novos carros, apontam os analistas.
Para eles, a inflação deve continuar em trajetória de alta, considerando o avanço dos preços das commodities e dos fretes, combinados com estoques em baixa e falta de mão de obra no mercado por conta da pandemia ainda trazendo efeitos de lockdown em algumas regiões.
Eles orientam que investidores fiquem de olho nos preços de casas e aluguel principalmente no segundo semestre, quando a maior parte dos contratos deve ser atualizada.
Se comprovada a retomada da economia e do pleno emprego, com inflação em alta, os analistas acreditam que o Fed possa elevar as taxas de juros a partir do primeiro trimestre de 2023, em vez do início de 2024, como projetado pela autarquia.
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