In Paulo Guedes, we trust

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Ontem o Ministro Paulo Guedes disse que não estava preocupado para onde o dólar ia parar.

Por que podemos concordar com ele?

 

Na última terça o dólar bateu a máxima histórica.

Após romper a importante barreira psicológica do mercado financeiro de R$ 4,20, a alta do dólar mostrou que veio para ficar e agora pode ir a R$ 4,60 e, se romper este próximo patamar, chegar até R$ 5, de acordo com alguns gráficos.

Muitos estão atribuindo o avanço da moeda hoje à repercussão negativa das declarações recentes do Ministro da Economia, Paulo Guedes. Para um terceiro analista, porém, o motivo é estrutural, pois investidores estrangeiros estão descrentes sobre a economia brasileira.

 

A economia brasileira

Na verdade, trata-se de uma conjunção de fatores e um dos motivos é estrutural, pois definitivamente os gringos ainda estão descrentes sobre a economia brasileira.

E toda essa descrença se agrava com  a guerra comercial que continua sendo a maior razão para essa turbulência.

Ainda que a frustração do excesso de expectativas com relação ao pré-sal tenha deixado o investidor internacional com as barbas de molho quando se fala em Brasil.

Dessa forma, muitos investidores que acreditavam na valorização do real após a reforma da previdência, tiveram que desmontar suas posições e até mesmo muitos  fundos de investimentos tiveram que ajustar suas carteiras para uma exposição bem menor na moeda brasileira.

 

Mas afinal, para onde o dólar vai?

O mercado interpretou a declaração de Paulo Guedes como uma ordem para ficarmos comprados em dólar, o que levou a moeda a ultrapassar R$ 4,27.

E para complementar, o Ministro também afirmou que não estava preocupado com a alta.

 

Será que o Ministro tem razão?

Vamos ver.

Saiu o resultado das contas externas do Brasil em outubro e vimos um déficit de 7,8 bilhões de dólares.

Vamos traduzir isso? As contas públicas externas tratam-se das relações entre todo dólar que entra e que sai.

A relação da conta comercial, que é exportações – importações, o saldo é positivo.

Na conta de serviços esse resultado é geralmente negativo, onde incluímos, por exemplo, os gastos dos brasileiros no exterior.

 

O turismo no Brasil

Uma razão para esse saldo ser geralmente negativo é o fato de que o nosso turismo aqui no Brasil é muito fraco e atrai poucos turistas estrangeiros. Dessa maneira, as pessoas acabam gastando mais dinheiro lá fora do que aqui.

Ao contrário de países como França e Espanha, onde o turismo é uma importante fonte de renda, aqui no Brasil o turismo como setor de serviços é uma fonte de despesa. No entanto, nesse ano, com a alta do dólar, os gastos de brasileiros no exterior estão caindo.

Já nas contas chamadas de  remessas de capitais, como pagamento de lucros, dividendos, tomada e pagamento de empréstimo, o saldo continua sendo positivo, mas caiu bastante.

 

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A queda da Selic

Com a queda da Selic, os juros no Brasil ficaram mais baratos, logo está valendo a pena para certas empresas quitar os empréstimos em dólar para pegar empréstimos em reais. É uma relação bem clara, e assim as empresas compram dólares, remetem capital e não vemos esse dinheiro.

A verdade é que o Brasil continua sendo mais exportador do que importador, mas esse saldo caiu por causa da Argentina, fruto da política de esquerda que está em recessão. Como consequência, acabamos comprando menos do Brasil e também há certa desaceleração do comércio externo mundial, tanto pela guerra comercial como também a desaceleração do bloco europeu.

Para se ter uma ideia, esse saldo comercial, em outubro, foi de U$$ 500 milhões de dólares, muito menor quando comparamos com o saldo comercial de outubro do ano passado, de U$$ 5 bilhões. Sendo assim, podemos concluir que essa foi a causa principal para o aumento do déficit das contas públicas.

Com relação às contas externas, também temos que lembrar de outra conta que vem separada, que é a conta dos investimentos diretos no país. Traduzindo: os gringos que vêm fazer negócios diretamente no Brasil, como por exemplo, os chineses quando compram fábricas, estaleiros e etc…

A entrada de investimentos diretos no país foi a principal razão da fala do Ministro Paulo Guedes quando ele disse que não estava preocupado com a alta do dólar, afinal, quando somamos essa conta dos investimentos com o déficit de U$$ 7,8 bilhões, essa lacuna desaparece.

 

Conclusão

Sendo assim, até outubro o saldo ainda é positivo e também, principalmente, se o saldo for negativo, o Brasil possui uma grande reserva em dólares.

Podemos concluir que, quando o Ministro Paulo Guedes disse que não estava preocupado, essa piora das contas externas essa era fruto da desaceleração do comércio mundial.

Não pelos investimentos diretos aqui no Brasil.

A política de juros baixos é excelente para o Brasil, pois juro é o preço do dinheiro e ele está mais barato.

No entanto, uma das consequências dessa política monetária acaba tendo o efeito colateral da alta do dólar, o que não seria ruim para um país exportador.

E nesse sentido, o Ministro disse que não estaria preocupado.

Mesmo com todo o colapso no mercado mundial, estamos tendo investimentos diretos e contamos com uma farta reserva de dólares.

 

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Debora Toledo

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