Rentabilidade e capacidade ociosa

Rentabilidade e capacidade ociosa

Muito se falou sobre isso devido a nossa última recessão, o que é absolutamente normal, visto que é nesse cenário que vemos essa capacidade em maior grau nos processos produtivos, e nesses últimos balanços foi possível observar que muitos negócios ainda estão trabalhando para ajustar as projeções de demanda, visto que muitas delas estão aumentando estoque, pois o varejo/cliente final ainda está com níveis elevados, ou seja, também está ajustando (caso da TUPY3 no último trimestre;aliás, tem podcast dela disponível na área de membros).

Parte desse movimento se deve à mudança de estratégia logística (aliás, fiquei feliz em ver essas palavras nos releases, usada com maior frequência do que o habitual). Aqui estamos falando de coisas básicas para algumas companhias e de projetos audaciosos de outras, estamos falando de ferramentas de operação para agilizar sistemas de entrega, como no caso da Raia Drogasil(RADL3), e de ferramentas mais avançadas, como integração dos sistemas/canais (estruturando também distribuição) de marketplace (caso da MGLU e LINX).

E por que não falarmos dos caminhões elétricos da Ambev, ou então do investimento da Ultrapar (UGPA3)em tecnologia da informação para entender melhor o mercado e recuperar o share que perdeu?  Poderíamos citar também a modularidade da Weg (WEGE3) e seu nível de investimento (verifique o percentual de retorno/composição dos novos produtos do mix dela). A Renner (LREN3),com sua segunda etapa do projeto, que consiste na implementação do sistema de vendas on-line e da implantação do omnichannel, ou quem sabe a big data em outros varejos, possibilitando coleções menores e com flexibilidade para mudanças de acordo com a demanda apresentada(LLIS3).

Vamos além: quem sabe falarmos sobre o custo de extração da Petrobrás(PETR4), com a aplicação da tecnologia de IA? Ou voltando ao básico, falando de sell in e sell out, e como isso está afetando grandes negócios, como Grendene(GRND3), Hypera(HYPE3), e indiretamente pode afetar negócios indiretos, como o caso da Weg (WEGE3), que produz para linha branca.

E como deixar de lado o agronegócio e as empresas que dependem desse volume para gerar valor: RUMO (RAIL3),por exemplo, e como o fator capacidade afetou os resultados e é impeditivo em alguns casos para aumento no volume, consequentemente no faturamento e, obviamente com maior escala, no melhoramento das margens (tem podcast sobre Rumo na área de assinantes).

A questão é que os negócios e suas capacidades não são calculados com base em achismos, eles são baseados em projeções e essas devem estar de acordo com as políticas de estoque. Essas, por sua vez, estão intimamente ligadas a dois fatores essenciais: consumo (que está ligado à renda/concorrência/tipo de demanda/nível de necessidade) e questões geográficas (que envolvem infraestrutura/preço do frete/disponibilidade, ou seja, distribuição), que determinam o ponto de estoque e que estão relacionadas com a malha logística (eficiência) do negócio.

OBS.: ouça o podcast sobre Suzano (SUZB3), disponível na área de membros, para entender melhor essa relação.

Em relação ao investimento, investir naquele ativo/negócio comprando suas ações, é preciso perceber que existem diferentes estratégias em relação a como usar essa capacidade ociosa para rever a estrutura do negócio, como torná-lo mais eficiente, por exemplo, ou analisar se a forma como estamos aplicando os recursos é de fato a mais lógica/inteligente para ganharmos e mantermos mercado. Nesses últimos anos, vimos muitos gestores desinvestindo – podemos citar as gigantes VALE3e PETR4(aqui o foco para o desinvestimento era outro, ligado à manutenção das atividades principais, ou seja, fazendo o caminho de volta, que havia sido percorrido quando era “tendência” adquirir negócios para diversificar (multinegócios) ou operar toda a cadeia terceirizando o mínimo possível, e eu não preciso dizer que não deu certo…todos vimos o que aconteceu).

Logo, em épocas de capital de terceiros com custo atrativo, é preciso cuidado redobrado com os projetos das companhias: nem toda aquisição é SUCESSO, assim como nem toda dívida é ruim.

Nas contas, você precisa observar os seguintes pontos: a empresa está com capacidade ociosa acima da média histórica, seja ela qual for, a economia aquece (mesmo que devagar), logo, essa empresa começa a receber mais pedidos e, com isso, aumenta o volumeproduzido ou diminui o estoque (que aumenta ofaturamento) e ativando a produção para repor os pontos de estoque, o que afeta o custo e o capital de giro, e consequentemente, com esse movimento, diminui a capacidade ociosa.

Porém, até a produção não atingir o percentual considerado viável pelo investimento físico do negócio (por isso preste sempre atenção ao giro de ativos), a empresa/gestão pode apresentar taxas de reinvestimentos negativas. Mas não se engane acreditando que isso é infinito – não é, pois existe um limite até onde a empresa pode chegar sem precisar fazer novos investimentos líquidos.

O crescimento vai ocorrer nesse meio tempo devido à maior diluição dos custos fixos, visto que o volume aumenta e os recursos são utilizados em maior escala, aumentando a base, e também pelo fato de que com maior faturamento aumenta o giro, e aqui, dependendo da capacidade da gestão/eficiência do processo, pode ser significativo.

Então, cuidado para não se enganar com as projeções de crescimento, afinal, crescer, quando se trata de negócios, é mensurar o custo dessa expansão em relação ao mercado consumidor/demanda apresentada e projetada, custo/benefício. E sabemos que toda estratégia tem seu preço e muitas vezes ele é alto demais (veja a dívida da Vale em 2015/16 ou a MillsMILS3,empresa da Copa que está fazendo desinvestimentos e focando no segmento mais rentável), então o tamanho não é o primordial, mas sim como a empresa faz a gestão da estrutura que existe, seja ela gigante ou mediana.

Vamos focar no que importa: se o negócio vende mais e é mais eficiente na gestão dos custos desse processo que gera valor, maior será a margem. A relação dessa variável com o custo de capital do negócio é que vai fazer com que o acionista veja geração ou destruição de valor.

A vida é curta e o dinheiro também.

Bertolt Brecht

Daniel Nigri com apoio da Patrícia Rossari

O analista Daniel Nigri CNPI1810 é o responsável pelas informações perante a ICVM 598

As informações não constituem recomendação de compra ou venda de qualquer ativo

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