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Risco País: Qual a importância desse indicador?

 

O que é Risco País?

Risco País é um índice criado pelo banco J.P. Morgan na década de 1990. Na ocasião, o objetivo era orientar clientes sobre investimentos, fugindo de ambientes com alta possibilidade de crise — o que, afinal, aumentaria substancialmente os perigos dos investimentos.

Desde então, esse se tornou um indicador muito utilizado dentro do mercado financeiro para medir e qualificar a instabilidade de um país, analisado em termos políticos, econômicos e financeiros.

Investidores e organizações financeiras tendem a fazer análises rigorosas desse índice sempre que enxergam uma boa oportunidade de investimento em um novo país, especialmente em condições emergentes.

A medição é feita por bancos de investimento ou por agências especializadas em classificação de risco.

 

O que o risco país representa?

O risco-país sinaliza o grau de confiança ou desconfiança dos investidores financeiros na capacidade dos países emergentes em saldar suas dívidas externas. Como a macroeconomia lida com ‘n’ variáveis (indicadores econômicos e sociais), este grau de desconfiança é bastante hipotético.

Hipotético é uma palavra evasiva e genérica. O risco-país também é. O fato gerador destas desconfianças não precisa acontecer necessariamente no Brasil para que a taxa se eleve. Um exemplo, foi a recente crise do sub-prime, ocorrida no setor imobiliário-financeiro norte-americano, que elevou em mais de 20% o risco-país.

 

Mas o que isso significa na prática?

Aqui, você entenderá melhor qual é o conceito desse nível de risco e, como esse indicador influencia as decisões de financiamento e investimento.

 

O risco-país

Esse indicador mede o grau de confiança e desconfiança dos investidores em relação à economia de um país, no nosso caso, o Brasil. O risco mensurado é relativo aos títulos públicos de curto, médio e longo prazos emitidos pelo governo federal. Por isso, esse indicador está relacionado ao nível de inadimplência do governo.

 

Para chegar a esse resultado as agências de rating consideram diferentes fatores, como:

  • Índices econômicos e financeiros;
  • Produto Interno Bruto (PIB);
  • Ambiente político;
  • Déficit fiscal;
  • Sistema financeiro;
  • Aprovações realizadas pelo Congresso.

 

EMBI+

O principal índice de risco país tem a denominação de EMBI+ (Emerging Markets Bond Index Plus). Este índice é calculado por bancos de investimento e agências de classificação de risco. O termo foi criado por J.P.Morgan, em 1992, com o objetivo de orientar seus clientes sobre o direcionamento de seus investimentos. O principal objetivo era alocar recursos em países emergentes com bom potencial de retorno, mas evitando aqueles com grande chance de crise financeira.

O EMBI+ é calculado utilizando-se pontos base onde cada ponto equivale a 0,01 pontos percentuais de prêmio acima do rendimento dos papéis da dívida das EUA. Por exemplo, se o risco Brasil for de 200 pontos, os estrangeiros “mereceriam” um prêmio de 2% de rendimento acima do papel americano.

Ter uma pontuação muito alta no EMBI+ pode fazer com que os investimentos estrangeiros em um país sejam afastados trazendo grandes prejuízos na economia uma vez que estes investimentos são essenciais para o desenvolvimento dos mercados emergentes.

 

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Índices de Risco

Além do risco país divulgado pelo EMBI+ e as notas de rating emitidas pelas agências de risco existem centenas de índices que medem desvios de preço de um conjunto de ativos financeiros em relação à média. Todos estes indicadores tem o intuito de apresentar ao investidor uma medida quantitativa do risco associado ao investimento.

Quais são os efeitos para a economia do país que é classificado como “risco perigoso”?

As principais consequências são: a redução do fluxo de investimentos estrangeiros e um menor crescimento econômico, o que acaba acarretando um aumento do desemprego e salários menores para a população.

 

Métodos Utilizados para Avaliar o Risco-País

 

metodos-risco-pais

 

Existem alguns métodos que os especialistas utilizam para calcular e avaliar o risco de se fazer investimentos em um país:

  • Análise Quantitativa: O uso de estatísticas e cálculos para determinar o risco de investimentos em um país são dados como a relação da dívida com o PIB de um país, ou o coeficiente beta do índice MSCI para se determinar o índice de risco de um investimento em um determinado país. Os investidores internacionais podem encontrar essa informação em relatórios de agências de classificação, em revistas especializadas como a “The Economist”, e através de várias fontes online como a Wikipedia, por exemplo.
  • Análise Qualitativa: O uso de análise subjetiva é também um meio de se determinar o risco, tais como notícias de última hora sobre o cenário político e as opiniões ou rumores de mercado que sejam realistas também são levados em conta para analisar o risco de investimentos em um determinado país. Os investidores internacionais podem encontrar este tipo de informação relevante em publicações financeiras especializadas, como “The Economist” e “The Wall Street Journal”, bem como pesquisando em agregadores de notícias internacionais, como o Google News.

Previdência e cenário externo contribuíram para queda do risco Brasil

 

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Indicador está no menor nível desde 2014

Indicador que mede o apetite dos investidores estrangeiros na economia, o risco-país fechou em 127 pontos em julho desse ano. O menor nível desde 2014, o índice voltou nesta semana ao patamar de quando o governo brasileiro tinha grau de investimento (selo internacional de bom pagador). O valor está abaixo até de países da Europa, como a Itália (162 pontos).

 

Juros Básicos

Outro fator que tem pressionado para baixo o risco país, segundo o economista, é a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduza a taxa Selic (juros básicos da economia) na reunião da próxima semana. Desde março do ano passado, a Selic está em 6,5% ao ano, no menor nível da história. Mas o indicador pode cair ainda mais com a aprovação da reforma da Previdência.

 

Tendência

Definido como a diferença entre as taxas dos títulos do governo brasileiro de cinco anos, negociadas no exterior e as taxas dos papéis equivalentes do Tesouro norte-americano, considerados os papéis mais seguros do mundo, o risco-país mede a aversão dos investidores estrangeiros em aplicar recursos no país. Quanto maior o risco, mais altos são os juros pedidos pelos investidores internacionais. Portanto, maior o risco-país.

Em setembro de 2018, o indicador estava em 307 pontos. Isso significa que os títulos brasileiros de cinco anos no exterior pagavam 3,07 pontos percentuais de juros a mais que os papéis do Tesouro norte-americano. De lá para cá, o indicador recuou 58,6%. Em 2019, o maior nível do risco foi registrado em 28 de março (187 pontos).

 

O cenário positivo

 

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A diminuição do risco Brasil vem sendo percebida há alguns anos. Isso faz com que os investidores sejam atraídos, o que aumenta a quantidade de dólares no mercado e, tem-se um efeito imediato na taxa de câmbio, bem como na bolsa de valores, que passa a ter mais negociações.

É importante mencionar que o risco deve permanecer baixo se o país contar com um bom ambiente político, que permita a aprovação das reformas fiscais e ocasione a equalização dessa política.

Vale a pena destacar que a política macroeconômica atual é baseada em quatro vieses:

  • Regime de câmbio flutuante;
  • Política de austeridade fiscal (superávit primário);
  • Política monetária de metas de inflação;
  • Desafios para o futuro.

Assim, mesmo que haja elementos que podem comprometer a competitividade sistêmica do país no contexto internacional (como é o caso dos baixos níveis de escolaridade e qualificação de mão de obra), é importante destacar que o desempenho econômico vem apresentando melhoras.

Com a melhoria desse quesito, há mais pessoas acreditando no desempenho da economia, as empresas passam a ter mais rentabilidade, os investidores adquirem mais na Bolsa de Valores, que tende a subir e os resultados se tornam positivos.

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