Quando se fala em investir, muitos brasileiros ainda hesitam em olhar além das fronteiras nacionais. Porém, ao analisarmos a história econômica do Brasil, a importância de diversificar globalmente fica evidente.
Nosso país passou por dez moedas diferentes em pouco mais de 200 anos. Entre réis, cruzeiros e reais, acumulamos 21 zeros cortados em reformas monetárias. Esse dado não é apenas uma curiosidade histórica, mas um alerta sobre a instabilidade que permeia nossa economia.
Desde o Plano Real, em 1994, o poder de compra do real despencou (720% de inflação acumulada). Para você ter uma ideia, veja só este comparativo entre o valor das notas em 1994 e o equivalente em 2024:
Nota de R$ 5: valor atual equivalente a R$ 0,61.
Nota de R$ 10: valor atual equivalente a R$ 1,22.
Nota de R$ 20: valor atual equivalente a R$ 2,44.
Nota de R$ 50: valor atual equivalente a R$ 6,10.
Nota de R$ 100: valor atual equivalente a R$ 12,20.
Por outro lado, o dólar americano, embora também sujeito à inflação, desvalorizou-se muito menos: o equivalente a US$ 1 em 1994 vale aproximadamente US$ 1,12 em 2024. Esse contraste reflete a estabilidade econômica dos Estados Unidos e a fragilidade monetária brasileira.
A diferença de impacto no consumo também é gritante. Em 1999, o salário mínimo era de R$ 136, ou seja, R$ 1 milhão equivalia a 7.352 salários mínimos. Hoje, 25 anos depois, o mesmo valor equivale a apenas 708 salários. É uma queda brutal no poder de compra e uma evidência de como confiar apenas no mercado interno pode ser arriscado.
Embora o Plano Real tenha estabilizado a moeda, episódios recentes, como a crise de 2008, o período de 2010 a 2016 e a volatilidade fiscal dos últimos anos, nos lembram que a instabilidade continua à espreita.
Investir no exterior é, portanto, uma forma de blindar seu patrimônio contra riscos econômicos e políticos locais. A alocação de parte dos seus recursos em ativos internacionais não é apenas diversificação; é sobrevivência.
Por fim, vale a pena citar a performance dos mercados. Observe este gráfico recente que mostra a disparidade da valorização da bolsa americana em relação ao restante das bolsas do mundo.
E tratando-se exclusivamente do Brasil, nos últimos 10 anos, enquanto o S&P 500 rendeu mais de 560%, o CDI rendeu somente 140%, e o Ibovespa, 130%.
Depois desses dados, acredito que seja, no mínimo, razoável pensar em alocar, se não todo, ao menos parte do seu patrimônio no exterior.
Grande abraço,
João Pedro Mello
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