Estrategistas, hoje iremos falar de uma estratégia simples com opções: venda de put ou Short Put. Nessa estratégia vendemos opções de venda (put) de uma determinada ação a um determinado strike (preço-alvo), com isso recebemos um prêmio pela venda de puts e contraímos uma obrigação de, eventualmente, comprar as ações de uma outra pessoa no dia do exercício da opção.
Pode-se dizer que essa estratégia é uma forma de comprarmos ações com desconto, e ainda escolhendo o preço de compra. O grande detalhe é que não sabemos se, de fato, conseguiremos comprar nas condições escolhidas.
Isso porque quando vendemos uma put, necessariamente precisamos escolher o strike em que nos sujeitamos a, eventualmente, comprar as ações (escolha do preço). Ao assumir essa eventual obrigação, ganhamos o prêmio pela venda da opção.
Dessa maneira, quando do exercício da opção, se a ação estiver sendo cotada abaixo do strike da opção que vendemos, o titular da opção exercerá seu direito de vender a ação, obrigando-nos a comprá-la no preço definido pelo strike. Por outro lado, se a ação estiver sendo cotada acima do strike da opção que vendemos, o titular da opção não exercerá seu direito de nos vender a ação pelo preço do strike, já que ele poderá vender a ação por um preço mais alto no mercado. Importante ressaltar que em ambos os casos embolsaremos o prêmio relativo à venda da put.
Assim, pode-se afirmar que se compra a ação com desconto, uma vez que há o prêmio que será embolsado caso levemos a posição vendida na opção até o vencimento. Assim, havendo exercício ou não, embolsaremos o valor do prêmio.
Vejamos um exemplo hipotético para ilustrar a estratégia:
Ação: BBAS3 (Banco do Brasil)
Preço atual: R$ 34,19; referência 05/02/21
Vencimento da put: 15/03/21
Código da put: BBASO337
Prêmio recebido: R$ 1,02 por put vendida.
Strike: R$ 33,01; que é o preço que pagaremos por cada ação que formos obrigados a comprar.
Cenário 1:
Se o preço de BBAS3 ficar abaixo de R$ 33,01 no dia do vencimento, teremos que pagar R$ 33,01 em cada ação que somos obrigados a comprar.
Mas independente do que acontecer, recebemos um prêmio de R$ 1,02 em cada opção put que vendemos. Esse prêmio representa 2,98% do valor atual da ação R$ 34,19.
Cenário 2:
Se no vencimento da opção o preço de BBAS3 ficar acima do strike R$ 33,01, a put não será exercida, e assim lucraremos o prêmio de R$ 1,02 em cada opção vendida. Além disso, não compraremos BBAS3.
ANALISANDO OS CENÁRIOS
Suponha, no cenário 1, que o preço de BBAS3 caia a R$ 32,80 no dia do vencimento da opção (15/03). Seremos exercidos e teremos que pagar R$ 33,01, que é um valor maior que o da cotação do dia 15/03. Ocorre que estaremos comprando com desconto em relação ao preço da montagem da operação (05/02), que era de R$ 34,19, e além disso embolsamos R$ 1,02 do prêmio. Pode-se afirmar que nessas condições, comprou-se BBAS3 com um desconto de R$2,20, o que representa 6,43%.
Agora imagine que, no cenário 2, BBAS3 esteja cotada a R$35,00 no dia do vencimento da opção. Nesse caso, não seremos exercidos, não compraremos BBAS3 e ficaríamos de fora de qualquer alta no papel. Entretanto, embolsaremos o prêmio de R$1,02 da put vendida, que terá virado pó.
PAYOFF DA OPERAÇÃO
Vejamos o gráfico de payoff dessa estratégia:
Vejamos que se BBAS3 no dia do exercício 15/03 estiver cotada a R$ 33,01 ou mais teremos o ponto de lucro máximo: R$ 10.200,00 (10.000 opções x R$ 1.02) .
O ponto de breakeven, ou operação com lucro zero, ocorrerá de BBAS3 cair até R$ 31,99, pois compraremos BBA3 por R$ 33,01. Logo = R$ 33,01 – R$ 31,99 = R$ 1,02 que foi o prêmio que recebemos.
Se a cotação de BBAS3 no dia de exercício estiver abaixo de R$ 31,99 teremos prejuízo na operação. Podendo ter um prejuízo quase infinito pois na teoria uma ação pode cair até ter o preço de R$ 0,00.
Importante afirmar que é possível rolar a operação antes do vencimento para evitar o exercício, ou simplesmente para ganhar mais prêmio. A rolagem, por envolver inúmeras condições e cenários possíveis, será tema de um futuro artigo.
ALERTA
Existem duas formas de se fazer venda de put. Uma é possuindo um lastro, ou seja, um valor que sirva como garantia para cobrir o eventual exercício. Outra é não possuindo qualquer tipo de lastro.
Recomendamos fortemente que não faça esse tipo de operação sem possuir integralmente o valor necessário para arcar com o eventual exercício das puts vendidas. Isso porque caso o investidor não possua tal montante, a operação será alavancada, e os riscos da operação são muito altos, já que a corretora comprará as ações pelo preço de exercício e logo em seguida as venderá a mercado (cujo valor estará abaixo do valor comprado), ficando o investidor como devedor dessa diferença.
Para garantir a obrigação de compra das ações na operação caso ocorra o exercício, o investidor poderá utilizar o saldo disponível em conta, investimentos como CDB, LCI, tesouro direto, ações, dentre outros ativos. Importante verificar com a sua corretora quais são os ativos aceitos como garantia de tal operação.
CONCLUSÃO
Como podemos perceber, o risco da estratégia é bem semelhante ao risco de simplesmente efetuar a compra de uma ação, que são: a perda de fundamentos da empresa, o advento de uma crise não prevista, ou quaisquer outros eventos que possam afetar negativamente o preço sua ação, pois após a montagem da operação se o preço dela cair bastante, o investidor será exercido e pagará um preço bem maior na ação do que ela valerá.
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