VOLATILIDADE EM OPÇÕES

 

Continuando o post anterior sobre opções, que se você perdeu é só clicar aqui, vamos falar sobre a volatilidade dos ativos e como eles afetam o preço das opções. É fundamental que haja o entendimento do conhecimento básico do outro post para irmos para esse.

Algumas pessoas me perguntam como fazer para operar opções. Se vale a pena comprar uma opção ao invés da ação que vai subir, ou no caso se vale a pena comprar uma put, se a ação vai cair.

Em primeiro lugar eu queria deixar claro duas coisas: Acho que ninguém sabe com certeza se uma ação irá subir ou cair, e  que raríssimas são as vezes que compro a seco uma opção. Seja ela uma call (opção de compra), ou uma put (opção de venda). Opção como tentativa de rentabilidade, precisa fazer parte de uma estratégia, em que deve ser observado muito atentamente as duas pontas, tanto o risco máximo que irei correr quanto oretorno que poderei ganhar, caso contrário vira jogo. E um jogo que você tem muito mais chances de perder, como vocês verão ainda neste texto. E existem várias estratégias vencedoras que irei ensinar mais pra frente em um curso. Mas o objetivo de hoje é outro. É falar da volatilidade dos ativos.

As opções têm algumas variáveis importantes, dentre as principais eu poderia citar a volatilidade do ativo e o tempo que falta para o exercício. Diferente das ações, que se você comprar uma ação e você não vender, ela continua sendo sua para sempre, as opções, têm um prazo de vencimento. Ou seja, se chegar no dia desse prazo e você não exercer, ela vira pó. Às vezes, nem vale a pena exercer mesmo, e vale a pena deixar virar pó e o investidor perde todo o seu dinheiro investido em opções, como vocês viram já em duas ocasiões na minha carteira. Naquelas duas ocasiões montei uma estratégia de proteção (hedge) dos ativos que considerava de risco na carteira em um determinado mês. Fiquei até feliz que as opções viraram pó, porque significou a alta dos ativos na minha carteira.

Outro ponto importante de se observar de diferente em ações e opções é o seguinte: Nas ações, caso você esteja comprado, se a ação sobe você ganha, se a ação cai você perde e se ela ficar estável você fica no famoso zero a zero, em tese você tem um resultado favorável e um resultado desfavorável. Já nas opções, como ela tem um vencimento o esquema é um pouco diferente. Se a ação sobe muito você com a opção de compra ganha muito mais que teria ganho com as ações, às vezes ganhos superiores a 100% em um dia. Se as ações sobem pouco, suas opções podem subir, cair ou ficarem estáveis. Se a ação a que as opções se referem ficam estáveis, o investidor perde dinheiro, porque agora tem um dia a menos para chegar no valor de exercício (strike), e obviamente se cair muito ou se cair pouco você perde dinheiro. Se cair muito existe chance da pessoa perder quase a totalidade de seu investimento em um dia. Então em opções, principalmente a seco, você costuma ter no mínimo 3 chances em 5 de perder dinheiro e só de uma a duas chances de ganhar. Por isso, podemos dizer que opções são para quem já tem mais experiência e sempre dentro de uma estratégia.

Já falamos sobre o efeito tempo, mas o nosso artigo é sobre o efeito volatilidade. Vamos imaginar dois ativos: Vale5 e Petr4, os mais negociados na bolsa brasileira. Nos últimos 5 dias, o prazo curto é só pra facilitar a conta, os preços de fechamento desses ativos e as suas variações diárias foram os seguintes:

 

volatilidade_em_opcoes

 

Percebemos na tabela acima que as variações de Vale5 são maiores que as variações de Petrobras (Petr4). A essas variações diárias damos o nome de volatilidade. A forma mais normal de usarmos a volatilidade é na forma de volatilidade histórica anualizada. Embora não seja difícil calculá-la o site da BmfBovespa fornece pra gente esses dados de qualquer ativo negociado no http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/market-data/consultas/mercado-a-vista/volatilidades-dos-ativos/

Lá tem as opções de cálculo em 1 mês, 3 meses, 6 meses e 1 ano. Vale a pena conferir até pra quem opera somente ações. Essa é a principal medida de risco das ações também. A volatilidade histórica anualizada é uma das variáveis que vocês precisam saber para inserir em uma calculadora Black & Scholes. Existem inclusive cálculos matemáticos mais complexos que tentam projetar a próxima volatilidade. Alguns métodos como o método de Garsch e de Ewma  atribuem pesos maiores aos eventos mais recentes que aos eventos antigos, e por isso trazem uma precisão maior do que o método que aprendemos na faculdade em estatística básica, ou das fórmulas do excel.

Sabendo a volatilidade, o tempo para o exercício, o preço de exercício, o preço atual da ação e a taxa de juros (que influencia muito pouco para ações com vencimento curto), que são as que eu normalmente opero, nós podemos calcular em uma calculadora Black & Scholes, o preço que seria justo de uma opção para aquele determinado strike. Existem vários aplicativos de Black & Scholes na internet e no celular que são muito fáceis de baixar e algumas gratuitas inclusive.

Aí o nosso trabalho passa a ser procurar opções que esteja com a volatilidade muito baixa com relação a volatilidade calculada. Porque essas estarão com desconto e sairão mais baratas do que o que deveriam. Depois é só montar a estratégia que você preferir. Mostrei algumas nesse vídeo do youtube  e aqui no site também tem todos os três vídeos de opções que fiz até o momento. Todos eles muito básicos. Ah… e torcer para que a ação se movimente na direção que você planejou para dar resultados. Mas agora você terá maior probabilidade de acerto e menor risco.

 

Abraços,

Daniel Nigri

 

 

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