COMO FICA O TESOURO AGORA?

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COMO FICA O TESOURO AGORA?

Muitas pessoas me acompanham e conhecem a minha estratégia no Tesouro IPCA 2045. Escrevi sobre ela mais de uma vez. Sendo o principal artigo esse daqui. Se vocês lerem ele novamente, ele se baseia no crescimento da economia, na queda das taxas de juros e na inflação controlada. No entanto, a partir de quinta feira passada esse cenário que era o mais provável se tornou incerto.

Isso pode mudar a estratégia ou no mínimo atrasar como farei questão de mostrar nas próximas linhas. Vocês verão que é quase impossível dissociar o tesouro direto da macroeconomia, porque os títulos públicos são títulos da dívida pública federal do país. E eles só são emitidos para financiar o país no “excesso” de gastos e na rolagem das dívidas passadas. Quando eu falo em excesso de gastos públicos, falo daquele que superam o valor da arrecadação.

Quando o Governo define uma taxa de juros que ele vai remunerar os investidores de um país ele parte principalmente de duas variáveis. Ele parte da inflação projetada para o país e do risco desse país. No caso do Brasil, os dois itens cresceram desde quinta feira passada. O Risco EMBI deve chegar a 350 pontos o que daria 3,50% acima do retorno do tesouro americano, que paga em torno de 2% a 3% ao ano em títulos longos. A previsão anterior era que esse risco caísse para até 200 pontos ao fim do ano. Já a inflação que devia ficar em torno de 4% ao fim desse ano, agora com a pressão do dólar deve subir para até 5% ou 6% (menos provável). Como vocês podem ver aquela taxa de 8% ao ano que poderia levar o Tesouro IPCA 2045 para IPCA + 3,90% ao ano fica muito mais difícil de ser alcançada. Isso significa que eu vou vender esses títulos?  Não!!!

Olhe no gráfico abaixo as taxas de juros reais (descontadas a inflação) nos últimos 6 anos. Vocês perceberão que estamos em um momento com a maior taxa de juros reais da década. Antes, acreditava-se que estas taxas de juros reais iriam cair a partir da queda das taxas de juros SELIC, mas agora, existe a possibilidade dela cair devido a alta da inflação que pode ser provocada pela alta do dólar. Neste caso a taxa Selic não cairia ou poderia até subir, dependendo da alta da inflação.

 

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Elaborado pelo autor com dados do site do Tesouro Nacional

 

Para demonstrar como o mercado ficou incerto vejam a taxa dos títulos pré-fixados com relação a Selic, nos últimos dois anos. Olhem como a taxa dos pré-fixados ficavam mais de 1% abaixo da Selic já esperando fortes quedas de juros futura. E agora essa taxa já está acima da Selic atual, o que seria uma expectativa até de aumento de juros para o fim do ano. Claro que isso ainda não é conclusivo. O cenário ainda está nebuloso, para todos nós analistas. Mas, em um primeiro momento, existe uma cautela que se refletiu em uma alta do título pré-fixado de 9,91% para 11,76% no dia seguinte de 17 de maio de 2017 para 18 de maio de 2017. Sabe-se que a SELIC atual está em 11,25%.

 

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 Elaborado pelo autor com dados do site do Tesouro Nacional

 

Como vocês percebem, para entender bem as características e as diversas estratégias no Tesouro Direto não é tão simples assim. Por isso o aprendizado constante é muito importante. Então eu recomendo esse dois cursos. Que além de entender como se movimentam os preços dos títulos, vocês ainda aprenderão algumas estratégias. Estratégia Ladder, Estratégia Bullet só pra ficar em dois exemplos.

Continuando o texto, acredito que então se formaram três cenários. Um otimista, um neutro e um pessimista. Sendo que o otimista e o pessimista possuem a mesma chance de ocorrer.

 

Cenário Otimista

Rápida definição do problema político, seja via impeachment do presidente, ou pela permanência dele. E então, o presidente que estiver consegue seguir em frente com as reformas necessárias para que o país possa voltar a gerar superávit primário, ou seja, volte a gastar menos do que arrecada (excluindo pagamento de juros da dívida pública).

A grande dificuldade de ocorrer esse cenário está na morosidade da justiça brasileira e na vontade do presidente cada vez mais de tentar sobreviver e se manter no cargo, assim como fez sua antecessora que arrastou um processo de impeachment de seis meses.

Nestes seis meses, o Brasil deve ficar parado nas mudanças estruturais que serão necessárias e com isso, deve haver fuga de capital estrangeiro, com aumento do dólar e consequentemente da inflação.

Percebam que mesmo no cenário otimista eu espero um curto prazo (próximos 3 a 6 meses) bem conturbado.

Mas caso tudo isso se resolva favoravelmente e o próximo presidente, ou o atual tenham força suficiente para aprovar o que é necessário ao Brasil, aquela taxa de IPCA + 3,90% ainda pode ser possível, mas com um atraso de alguns meses frente ao prazo anterior. Neste caso comprar pela taxa atual de 5,69% ao ano seria uma estratégia fenomenal.

Outro fator que poderia levar a um cenário otimista antecipado seria prévias das eleições mostrando algum candidato que pretende levar a economia de forma ortodoxa, que respeite o superávit primário, que respeite o empresariado do país, e que se esforce pra fazer o Brasil voltar a crescer de novo.

 

Cenário Neutro

No cenário Neutro, o Brasil iria se arrastar por esses dois anos sem nenhuma reforma e nenhuma melhora estrutural das condições de se empresariar no Brasil. No entanto, a economia iria melhorar, ou haveria aumento de impostos suficientes para equalizar gastos públicos e arrecadação e que conseguiria jogar a solução para daqui há alguns anos.

Como vocês podem ver, essa estratégia não é sustentável no longo prazo. A economia não tem como crescer de forma sustentável 4% ao ano ou 5% ao ano para sempre. E os aumentos de impostos também não seriam bem vindos, ainda mais com a população mais “viva” do que nunca contra os escândalos cada vez mais frequentes de Brasília.

Portanto, seria uma solução tampão e que eu acredito muito pouco nela. Acho muito difícil que essa situação se arraste até as eleições de 2018 sem algum desfecho anterior. Seja ele positivo ou negativo para o país.

Neste cenário o Tesouro IPCA + 2045, iria ter taxas oscilando entre 5,00% e 6,20%.

Cenário Pessimista

No cenário pessimista, eu vejo a manutenção do presidente atual, que consegue se segurar até o fim do mandato. Sem uma base aliada sólida ele não consegue aprovar nada de importante ou relevante ao país e ainda gasta dinheiro público para beneficiar um ou outro setor escolhido.

Ele consegue se segurar adiando a justiça e trocando favores com parlamentares influentes. Ou seja, a prioridade nos dois anos seria a sua manutenção no poder e não o país.

Outra opção seria entrar um novo presidente eleito de forma indireta que tão pouco fizesse as leis necessárias para o Brasil prosperar.

Neste caso, o déficit público poderia chegar ao fim de 2018 (ano eleitoral) em quase 200 bilhões de reais. A dívida bruta chegar a mais de 80% do PIB. Uma grande fuga de capital estrangeiro do Brasil aconteceria, isso elevaria o dólar para a casa dos R$ 4,00 a R$ 4,50 em 2018, o que poderia aumentar a inflação para a casa de dois dígitos novamente e com isso as taxas de juros poderiam subir muito até 2018.

Para piorar o vencedor das eleições de 2018, seria um presidente que não teria o cuidado de se preocupar com a política econômica como se deve e como já foi explicado neste artigo.

Nesta situação a taxa do Tesouro IPCA poderia ir a 7% ou até 8%. E então comprar agora seria ruim.

 

Conclusão

Como vocês puderam ver, eu não faço a mínima ideia do que irá acontecer, portanto estou me protegendo da forma que eu posso. Eu não gosto de vender patrimônio conquistado, portanto estou comprando opções de venda, e comprando ações de empresas que se beneficiam com a alta do dólar, isto é, empresas que tenham muita receita em moeda estrangeira.

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Quanto ao título público IPCA 2045, eu recomendo que a pessoa não venda o que já comprou. Se caso tudo der errado, se ela puder levar para aposentadoria, eu recomendaria continuar comprando. As taxas melhoraram muito. E na pior das hipóteses ganhar 6% ao ano acima da inflação por 28 anos é muito bom. Se você pode precisar desse dinheiro nos próximos 3 anos, não invista nesse título. E se você quer ganhar na queda da taxa, eu ainda não compraria, porque eu não acredito em compra sem um cenário claro.

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Outra coisa que pra mim é clara, é que nesse momento se você quiser investir, você não deve investir muito pesado, você deve ficar com dinheiro na mão para aproveitar as oportunidades que venham a surgir. Então divide o capital em 5 ou 6 parte e compre apenas uma agora. Se a taxa piorar, você compra mais outra parte e assim consecutivamente.

Queria agradecer a todos que tem elogiado o curso de opções. Estou percebendo como o grupo de whatsapp e secreto do facebook tem feito toda a diferença para quem comprou o curso. Dá uma proximidade muito importante de aluno com o professor e o aprendizado cresce muito. Até quem nunca tinha ouvido falar em opções está abrindo um novo horizonte. E está começando a ganhar dinheiro operando de forma simples e segura (risco calculado). Se você ainda não se inscreveu no mini-curso gratuito inscreva-se aqui.

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Abraços e Bons Negócios.

 

Daniel Nigri  Analista CNPI

 

 

 

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