A MINHA ESTRATÉGIA NO TESOURO IPCA 2045

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A MINHA ESTRATÉGIA NO TESOURO IPCA 2045

Acredito que em todo esse tempo me acompanhando, vocês já perceberam que eu sou um caçador de oportunidades. Eu tento procurar assimetrias em empresas boas. O que é uma assimetria? É quando você tem mais chance de ganhar do que perder.. Então se, eu vejo uma empresa descontada, como estava a Ser Educacional em Dezembro por 16,00 eu aumento a posição. Hoje ela está a mais de R$22,00. Quando eu vejo uma empresa como a Direcional que estava cotada a R$ 4,38 em novembro eu aviso que é pra comprar, após comparar com outras 3 do setor de construção civil. Se quiser rever essa análise de novembro clique aqui

Ainda em Outubro de 2016, eu fiz um vídeo no youtube avisando da grande assimetria existente no Título Tesouro IPCA+ 2035. Se você quiser rever clique aqui, este era o título mais longo da época, agora o mais longo, a partir de fevereiro de 2017 passou a ser o IPCA 2045. Naquela ocasião, este título estava cotado a R$ 1069,92. Com taxas de IPCA + 5,61% Incrivelmente, no mês de novembro, tivemos um resultado muito ruim do PIB, contrariando todas as pesquisas, Donald Trump acabou eleito, e chegou a se cogitar a não aprovação da PEC dos Gastos Publicos no governo. Ou seja, no dia 02 de dezembro de 2016, esse título chegou a incríveis IPCA + 6,32% e o valor dele caiu para R$ 956,71. Como vocês podem ver no gráfico abaixo retirado desse link.

 

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Isto significou uma perda superior a 10% em apenas um mês de tesouro. As condições só melhoraram. Ficaram muito boas. Pra vocês terem uma ideia, o objetivo de fundos de previdência é conseguir 6% de retorno real (acima da inflação), e dessa forma eles não precisavam ter trabalho algum, era só comprar títulos do governo federal, que é o papel de menor risco no cenário nacional. Eu sabia que a assimetria tinha melhorado muito e recomendei que aumentassem a posição como eu fiz também. Percebam que a partir de então os títulos do tesouro só subiram. Os títulos do tesouro saíram de R$ 956,71 para R$ 1191,00. Uma alta de 24,5% em 4 meses. Obs: Estou falando de títulos. Não estou falando de ações!!!.

Dificilmente acertamos o ponto exato do valor mínimo, então desde que eu recomendei em outubro tivemos uma valorização de 11,32%, em cinco meses e meio. Fazendo o calculo de juros compostos, seria o equivalente a uma taxa de retorno de (1,1132) ^(1/5,5) aproximadamente 1,97% ao mês. Só para efeito de comparação o CDI do período rendeu 5,91%. Logo, essa simples estratégia de comprar em 17/10 esse título e deixar ele guardado até hoje rendeu quase 200% do CDI. E olha que eu errei o melhor ponto de entrada.

Veja abaixo a quantidade de compras que eu fiz no período desse título, tamanha era a assimetria. Eu comprei o título assim que passou de 6% em 21/11/2016 em 24/11/2016 e em 02/12/2016. E acabei comprando em 20/10/2016 a uma taxa pior que a do vídeo, porque acabei “papando mosca” por três dias.

 

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Mas por que estou falando isso? Porque quando nós vemos uma oportunidade nós precisamos agir.
Depois, em fevereiro o governo emitiu três títulos novos, sendo um deles o IPCA 2045. A taxa inicial dele foi de 5,34%. Cheguei a fazer dois vídeos. Um falando sobre as mudanças, e outro mostrando se valia a pena trocar ou não trocar o IPCA 2035 pelo IPCA 2045, novo. Se você ainda não viu recomendo que clique aqui e aqui e os veja com muita atenção.

Na minha carteira eu preferi modificar pelo IPCA 2045, pelos motivos expostos no vídeo. Mas muitas pessoas têm me perguntado, porque a taxa de juros caiu e os preços dos títulos não se alteraram. Veja no quadro abaixo que estes títulos inclusive perderam um pouco de valor. Esta planilha pode ser baixada gratuitamente no site do tesouro direto, que eu recomendo muito que vocês visitem porque tem muita informação boa, inclusive muitas explicações sobre cada um dos títulos, forma de cálculo, amortizações de cupons de juros, dentre outros.

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Tabela retirada do site do Tesouro Direto

Percebam que em 10 de fevereiro, o título valia R$ 710,67 e agora vale R$ 712,56. Mostrando que ele andou de lado. Neste período a taxa de juros caiu 0,75% para 12,25%, e nesta semana já tem outra reunião do COPOM, que deve baixar a taxa em mais 1% (mais provável) ou 1,25% (menos provável e minha opinião).

Mas, se as taxas de juros estão caindo, porque o preço do título não se valoriza? Já vimos em alguns vídeos e alguns artigos que quando a taxa do título cai o preço sobe. Basicamente a diminuição da taxa (e consequente valorização) ocorre por dois motivos:
1. Mercado se antecipa e já precifica as taxas de juros do fim do ano, assim como a expectativa do IPCA para o fim do ano. Para nos ajudar a encontrar esses valores iremos nos utilizar do Boletim Focus.
2. Parece trivial mas não é. O ganho real desse título não depende apenas das taxas de juros. Depende também da Inflação esperada. Portanto, se as taxas de juros caírem, mas a projeção de inflação cair também o título pode não se alterar ou até desvalorizar.

Vamos começar falando do numero 2. Nesta semana o Banco Central reduziu a expectativa de inflação IPCA para esse ano para apenas 3,6%. Isto fez com que os títulos tivesse um leve aumento no seu ganho real esta semana e perderem valor. Vejam que houve uma redução de 3,90% para 3,60%, e o título subiu apenas de 5,13% para 5,25%. Isso mostra que já existe uma melhoria da taxa. Embora isso não se reflita no valor.

Exemplo de cálculo em 03/04/2017 = 1,0513 x 1,039 = 1,09237 ou 9,23%, esta taxa é comparada a dos títulos prefixados em 03/04/2017 a taxa do prefixado mais curto LTN 2018 estava em 9,78%. Já vimos que o título prefixado tem um risco maior e por isso, ele paga sempre um pouco mais que o tesouro IPCA, principalmente porque o TESOURO IPCA, tem com certeza um ganho acima da inflação.

Em 07/04/2017 = 1,0525 x 1,036 = 1,09039 ou 9,04%, e a taxa atual do prefixado é de 9,70%. Vejam que a taxa do prefixado diminuiu, e a do IPCA aumentou. Isso só ocorre quando há uma redução da projeção do IPCA.
Agora vamos falar do motivo 1 lá de cima e vamos ver a foto abaixo retirado do último boletim Focus que eu tenho disponível. Estou escrevendo no fim de semana, e quando vocês estiverem lendo já terá saído um novo. Sai toda a segunda feira.

 

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Retirada do site do Banco Central

Vemos que para o fim de 2017, o IPCA esperado pelas TOP 5 (as cinco que mais acertam) é de 3,78% para 2017, e a taxa Selic 8,72%. O que daria um premio de 1,0872 / 1,0378 = 1,0476. Ou 4,76%. Esta taxa acho que é plausível de se chegar no curto prazo (entre junho e agosto) se a economia continuar melhorando, e as reformas forem sendo implementadas.

No entanto, o mais importante será quando o mercado parar de olhar tanto o 2017 e passar a prever com olhos de 2018, o que ocorre perto do mês de outubro de 2017. Neste momento, o mercado irá começar a fazer esse cálculo com base nas previsões de 2018. Se nos anteciparmos, e fizermos esse cálculo agora temos o seguinte: IPCA esperado para o fim de 2018 é de 4,42% e a meta da taxa Selic de 8,61%. Fazendo aquele mesmo cálculo temo 1,0861/1,0442 = 1,0401 ou 4,01%. E essa taxa é bem plausível de ser alcançada no ano que vem neste título. Se olharmos aquele primeiro gráfico do artigo de hoje podemos perceber que essa taxa não seria novidade para o Brasil em um título longo. No inicio de 2014, o IPCA 2035 (título mais longo da época) chegou a pagar IPCA + 3,89%.

Por isso, eu já aviso a vocês, amigos leitores. Minha estratégia é manter o título até chegar a uma taxa entre IPCA + 3,90% e IPCA + 4,10%. No IPCA + 4,10% eu já começo a vender uma parte. A partir do IPCA + 4,60% eu paro de comprar e só permaneço com o que eu já tenho. E para terminar vamos ver qual a taxa possível de ganho se esse título chegar a essa taxa de IPCA + 4,00% daqui a um ano. Mas já avisando que se essa taxa chegar daqui a 6 meses, eu venderei em apenas 6 meses. O que importa não é o prazo e sim a taxa. Vejam o quadro abaixo:

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Isto é, estamos falando de uma alta superior a 50% bruta e 42% líquida se o cenário se confirmar. O Brasil, pode chegar a valores menores que o IPCA + 3,90%? Até pode, mas aí eu volto ao início do artigo. Eu procuro por assimetrias. Neste caso a assimetria até olhando a história já se torna desfavorável, e o risco não compensa o acréscimo possível de retorno. E aí o que eu vou fazer com meu dinheiro? Infelizmente, ainda não tenho a resposta para essa pergunta. O mercado é muito dinâmico, e quando isso ocorrer terei que analisar com mais calma as ofertas disponíveis em renda fixa e fundos imobiliários.
Lembrando que retornos passados não são garantias de rendimentos futuros e que essa estratégia é baseada em dados passados e expectativas futuras que podem não se confirmar.

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Abs e Bons Negócios
Daniel Nigri Analista CNPI

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