Se você conhece, mesmo que há pouco tempo, o mercado financeiro, deve ter percebido que quando se fala em renda variável, no ângulo da análise fundamentalista, entende-se que é um investimento precipuamente orientado para o longo prazo.
Parece clichê, mas por que essa é uma visão que deve estar enraizada em nós?
Henrique Bredda, que, além de gestor de Fundos de Ações, tem um forte viés educacional, tece alguns comentários que ajudam a entender essa dinâmica:
Crença em como gerar riqueza
Acredito que uma das formas mais eficientes para se gerar riqueza é através da alocação de capital em bons negócios. E bons negócios são essencialmente empresas com algumas características básicas de rentabilidade, barreiras de entrada, qualidade de produto, com potencial de crescimento e, em especial, gerido por pessoas muito competentes.
Tendo isso em mente, uma das formas mais eficientes de se realizar esses investimentos é através de um Fundo de Investimento em ações. Nele temos benefícios fiscais, e a possibilidade de investirmos e desinvestirmos com facilidade de uma companhia, caso o mercado a precifique muito cara, ou muito barata.
Para se ter um bom retorno sobre um investimento, e gerar riqueza há duas formas básicas de consegui-lo:
(i) comprar por um preço e vendê-lo por um outro acima; ou
(ii) comprar por um preço de forma que a geração de caixa e seu crescimento seja suficiente para remunerar o capital investido.
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Neste segundo caso, não há dependência de uma boa venda ou de quanto a ação está valendo agora. Na primeira forma, é necessário se contentar com o “greater fool theory” (teoria do “mais bobo”: é a crença que um investidor tem de que após pagar um certo preço por um determinado ativo, poderá vendê-lo muito em breve por um preço ainda maior para um investidor “mais bobo”, ou é a compra de algum ativo não por que você acredita que vale o preço, mas por que você acredita que poderá vendê-lo para alguma outra pessoa por um preço ainda maior).
Acreditamos na segunda forma de se obter retorno sobre o capital investido e assim gerar riqueza. Isso faz com que nunca contemos com uma boa venda para termos um bom retorno sobre o investimento. Só venderemos se o mercado pagar mais do que vale, caso contrário carregamos e reinvestimos os dividendos.
Se o preço de uma companhia for abaixo do que pagamos inicialmente, será ótimo, pois teremos a oportunidade de investir mais recursos que o fundo naturalmente gera através dos dividendos recebidos a um preço ainda mais barato para um mesmo fluxo de caixa.
Preço e valor são diferentes
Tudo o que um investidor de longo prazo mais poderia desejar é um mercado depreciado, pessimista e incerto, ingredientes perfeitos para podermos investir em empresas de qualidade a um preço atrativo, o que irá garantir excelentes retornos futuros sobre o capital investido.
Não é o preço de venda que nos interessa, e sim a geração de caixa e dividendos que são nos serão distribuídos. Tratamos nossos investimentos como se fossem a mesma coisa que uma fatia numa cia fechada. Vender é exceção, por conta de algum sobrepreço errado.
O fato de serem negociadas diariamente, as ações nos dão a oportunidade, a possibilidade, de comprarmos mais participação ou vendermos para o mercado ao preço que o “ele” estiver oferecendo. Às vezes paga pouco: compramos. Outras paga muito: vendemos.
Carteiras
Se em um determinado mês a sua carteira de empresa está valendo 10% menos, isso significa que o investidor está “perdendo dinheiro”? Ou isso significa que o mercado apenas passou a precificar essa carteira de empresas num preço 10% inferior?
Um outro ponto que percebo é com relação aos prazos. A cultura do CDI no Brasil criou um ordem de rentabilidade mensal. Isso é válido para investidores que procuram de fato uma rentabilidade no curto prazo.
Mas dificilmente um empresário ou empreendedor prende-se ao preço da sua empresa mensalmente, diariamente. Muito mais importante do quanto os outros (preço das ações na bolsa) estão dizendo que vale a sua empresa, são os resultados da sua empresa, as questões operacionais, os executivos, a cultura, a estratégia de longo prazo e a qualidade na execução das atividades no dia a dia. Cedo ou tarde o mercado enxergará o valor de seu negócio.
De janeiro de 1996 a outubro de 1998, um período de quase 3 anos, em que a ação da Ambev retornou -30%. Nesse período o CDI subiu 83% e a bolsa subiu 24%.
Para algum especulador que tivesse como objetivo ganhar dinheiro naquele período, se ele tivesse apostado na Ambev e precisasse resgatar depois de três anos, teria sido um péssimo investimento.
Comportamento do investidor
Mas um investidor que tivesse percebido que, embora o mercado estivesse “punindo” a ação, a empresa era muito bem gerida e com um portfólio irreplicável de produtos, e portanto cedo ou tarde o mercado iria enxergar isso e precificar corretamente a empresa na bolsa e tivesse mantido seus investimentos até hoje, esse investidor (e não especulador) teria ganho 11.000%, enquanto que o CDI retornou 3.000% e o ibov 2.100%.
Qual é o ponto disso tudo? Prazo. Quando o indivíduo se apega ao resultado do preço das ações no curto prazo, este já virou refém da opinião de terceiros e tenderá a mudar o foco. Se preocupará com o que o mercado irá fazer, e não para onde os resultados da empresa irão.
Vários executivos de empresas incorrem nesse erro, procurando esconder problemas para não machucar o resultado de curto prazo e perder os seus gordos bônus, levando a desastres futuros.
E muitos “investidores” deixam de olhar o fundamento da empresa e se apegam muito mais ao sobe e desce das ações, perdendo assim a grande oportunidade realizar ganhos de capital consideráveis no longo prazo. Longo prazo é longo mesmo. Mas depois de algumas décadas, ele compensa.
Carteira Z
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Abraços e bons investimentos.
Rafael Zattar