Para onde vamos com o dólar?
Essa com certeza é a pergunta que vale um milhão de dólares.
Por quê?
Como os economistas falam: o câmbio veio para desmoralizar os economistas.
Afinal, quando eles pensam que vai tomar uma direção, pode tomar outra diferente.
Primeiramente, o que está acontecendo com o dólar?
Vou recapitular o que falamos no artigo passado.
Trata-se de uma conjunção de fatores.
Com a instabilidade gerada pela guerra comercial, estamos passando por um processo mundial de desvalorização das moedas dos países emergentes frente ao dólar.
No entanto, nas últimas semanas o real tem se valorizado um pouco mais do que a média dessas moedas.
Como afirmei no texto anterior, temos também a redução da taxa de juros em real e sabemos que historicamente muitos investidores entram para especular.
Trazendo dólar para ganhar com a taxa de juros em real. Como essa taxa de juros está muito baixa, passa a não interessar mais.
Sendo assim, não entra mais dólares como entrava antes por causa dessa estratégia.
Também temos muitas pessoas retirando dólares do Brasil, fazendo remessa de dólares, onde o investidor precisa de reais para comprar dólar, o que acaba pressionando a cotação do dólar para cima.
Importante lembrar que também estamos acompanhando a diminuição do superávit da balança comercial;
Nós temos também uma menor oferta de dólares, pois ele caiu.
E como cereja do sundae, também temos o efeito Guedes.
Ontem, em uma conferência nos Estados Unidos, o Ministro afirmou que o governo não estava preocupado com a variação do dólar frente ao real.
Muitos apontam contradições da declaração do Paulo Guedes com a atitude do Banco Central, que interveio imediatamente para conter a variação brusca.
E a declaração de Roberto Campos, que disse que o BACEN iria atuar toda vez que distorções como essa acontecessem novamente.
Será que essa desvalorização do real e a retirada de dinheiro refletiria uma percepção de outras economias do mundo a respeito do Brasil?
Ao contrário do que a grande mídia vem falando, definitivamente não!
Acredito que seja fundamental para o investidor entender que quando falamos na saída de dólar porque a taxa de juros não é mais atrativa, trata-se de um ponto positivo.
Se o Brasil tivesse hoje uma taxa de juros alta, principalmente em um cenário onde o mundo inteiro já trabalha com juros baixos, significa que estaríamos muito pior.
Sendo assim, uma taxa de juros menor nos aproxima do cenário econômico mundial.
E para onde vai o dólar?
Com esses argumentos acima elencados, ainda que o mercado venha falando que agora o dólar vai a R$ 6,00;
Também não temos hoje muitos fatores que justifiquem uma explosão da moeda.
No entanto, tentar prever para onde o dólar vai é sempre uma situação muito turbulenta.
Porque depende de muitos fatores internos como fatores externos que não podemos controlar aqui no Brasil.
Fatores como, principalmente, a guerra comercial entre EUA e China, que está na origem da desvalorização das moedas de países emergentes, ao gerar um cenário de incerteza mundial.
Quando isso acontece, a tendência é que investidores se refugiem em dólar, porque apesar de tudo, quando falamos em moeda, o dólar ainda é a mais segura para se investir.
E por que todos falam sobre o dólar?
Porque esse tema é muito sensível e afeta todos, desde quem planeja viajar para o exterior;
Como uma família que possui um filho estudando no exterior e tem que fazer uma remessa mensal;
Sem falar nos importadores em geral, como também empresas que têm dívidas em dólar.
Até porque quando falamos em flutuações muito fortes no Brasil,estas sempre tiveram associadas a crises muito fortes.
Ainda que a economia venha se recuperando lentamente, não temos uma crise cambial associada à moeda americana e estamos com a inflação muito baixa, e por isso,não preocupa o Banco Central.
Falando em inflação, o que tem a ver a carne bovina com o dólar?
Principalmente pelo aumento das importações chinesas e, quando temos uma exportação a mais e ela é remunerada em dólar.
Também acaba reduzindo a oferta aqui e pressionando o preço interno, que não significa uma escalada da inflação.
Aliás, ontem o presidente do Bacen também afirmou que possivelmente teremos mais um corte na taxa de juros em dezembro, e isso também pode contribuir para o dólar ficar em alta.
E agora, o que fazer?
Vejo muitas pessoas falando em fugir de empresas que possuem gastos em dólar, como aéreas, e também vejo pessoas incentivarem a compra de empresas exportadoras.
Confesso que concordo com esses argumentos, mas não vejo muitas pessoas falando no mercado de dólar futuro.
Uma maneira de surfar na onda da alta do dólar é começar olhar para os derivativos e o mercado de dólar futuro.
Como assim?
É possível assumir uma posição de compra ou venda de contratos de dólar se beneficiando de movimentos de alta ou baixa.
O mercado futuro também faz parte da bolsa de valores B3, assim como as ações, e é necessário possuir uma conta em uma corretora de valores para poder operar por meio do home broker.
Se você montar uma posição de compra no contrato de dólar, você irá ganhar com a alta do dólar e perder com a queda.
Já se você assumir uma posição de venda, você vai ganhar com a queda e perder com a alta.
A grande chave é entender que a posição vai depender da expectativa que você tem sobre a cotação do dólar no futuro.
Lembrando que o contrato mais negociado é sempre o do mês seguinte ao atual.
É importante mencionar que este mercado não é para qualquer um e apresenta forte oscilação, sendo que, se você operar alavancado, precisará de um valor garantia para operar altas quantias de dinheiro.
Por exemplo, é necessário ter de R$ 25 a R$ 100 para operar apenas um contrato de mini dólar, que equivale a US$ 10 mil.
Traduzindo, isso significa que o mercado não precisa se movimentar muito para que você ganhe ou perca muito dinheiro.
No entanto, é arriscado e, por isso, é importante saber mais detalhes sobre o mercado de dólar futuro antes de operar, conhecer o seu perfil e ter auxílio de um profissional da área.
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Debora Toledo