Investimento no exterior: tudo o que você precisa saber para começar
Nas últimas semanas, temos falado frequentemente da importância de colocar parte dos seus investimentos no exterior.
A moeda mais forte e o poder da diversificação estão entre as principais vantagens. Mas, você sabe quais são os principais investimentos que podemos fazer no exterior?
Não sabe? Então vamos conhecer os principais ativos que podemos investir:
- Stocks: são as ações das empresas listadas;
- REITs: similar, mas não igual, aos fundos de investimentos imobiliários brasileiros. São investimentos em empresas negociadas na bolsa que possuem atuação no setor imobiliário;
- ETFs: negociado como se fosse uma ação, é um fundo de índice que replica uma cesta de ativos. Através de uma corretora norte-americana, é possível ter acesso a diversos ETFs que não estão disponíveis aqui no Brasil;
- ADRs: certificado de ações que permite que empresas estrangeiras, sejam negociadas nas Bolsas de Valores dos Estados Unidos;
Através de uma corretora (falamos sobre as opções de corretoras dentro da área de membros do Dica Internacional) nós conseguimos investir em diversas bolsas do mundo. Falando das principais, tanto a NYSE (Bolsa de valores de Nova York), quanto a NASDAQ, abrem às 10h30 e fecham às 17h, no horário de Brasília. Há algumas bolsas que possuem um intervalo de almoço, principalmente na Ásia, mas essas duas citadas não possuem.
Nessas duas bolsas citadas, o fechamento devido a feriados ocorre geralmente 9 vezes ao ano e em 2 dias elas ficam abertas por menos tempo. Segue a lista abaixo dos fechamentos por feriados nos próximos anos:
Fonte: IG
Além do horário normal, a NYSE e a NASDAQ permitem negociações após o fechamento até as 21h. Antes do expediente, tem também o pré market, que funciona das 5h até as 10h30. Todos esses horários são de Brasília.
Agora vamos conhecer as principais bolsas do exterior:
New York Stock Exchange (NYSE)
A NYSE é a principal bolsa do mundo e a mais antiga dos Estados Unidos, estando localizada em Wall Street, centro financeiro mais conhecido do planeta. Conta com quase 3 mil empresas listadas. Os seus principais índices são o Dow Jones Industrial, S&P 500 e o NYSE Composite.
NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations)
A NASDAQ é conhecida por ser a bolsa de tecnologia, e reúne ações das grandes empresas dos setores de tecnologia, telecomunicações, biotecnologia e eletrônica. Foi fundada em 1971, e está localizada em Nova York, bem próxima da NYSE e ainda pertence ao grupo NASDAQ OMX Group, controlador de 8 bolsas de valores de países nórdicos da Europa.
LSE (London Stock Exchange)
Fundada em 1801, é a principal bolsa do Reino Unido, contando com mais de 3 mil empresas listadas, sendo a maior parte, empresas britânicas. Os seus principais índices são: o FTSE 100, FTSE 250 e FTSE 350.
TSE (Tokyo Stock Exchange)
Fundada em 1878, é a principal bolsa de valores do Japão. A TSE foi a primeira bolsa do mundo a abrir diariamente e uma das primeiras instituições do setor. Em 2012, passou por uma fusão com o mercado de ações de Osaka, surgindo, assim, o Japan Exchange Group. O principal índice da Bolsa de valores de Tóquio é o Nikkei 225.
SSE (Shangai Stock Exchange)
Fundada em 1990, é atualmente a maior bolsa de valores da China, sendo gerenciada pela China Securities Regulatory Comission (CSRC), instituição semelhante à CVM e grandes partes das empresas listadas é subsidiária do governo chinês. Seu indicador mais importante é o SSE Composite.
Agora vou listar abaixo os principais índices de mercado, que são extremamente importantes para acompanharmos de perto as tendências e evoluções de determinados segmentos ou das economias de regiões específicas do mundo.
- S&P – Composto pelas 500 empresas abertas mais importantes dos Estados Unidos;
- Dow Jones – Reúne ações de 30 grandes companhias abertas americanas, negociadas tanto na NYSE, quanto na Nasdaq;
- Nasdaq Composite – Índice que contempla quase todas as ações listadas ali, mesmo que não tenham sede nos Estados Unidos;
- FTSE 100 – Composto pelas 100 maiores empresas listadas na Bolsa de Londres, sejam elas britânicas ou não;
- CAC-40 – Reúne as 40 maiores empresas negociadas na Bolsa de Paris;
- DAX – Composto pelas 30 maiores empresas negociadas na Bolsa de Frankfurt, na Alemanha;
- Nikkei 225 – Engloba as 225 empresas mais importantes da bolsa de Tóquio;
- SSE Composite – Principal índice da bolsa de China;
- Hang Seng – Principal índice da bolsa de Hong Kong;
- Sensex – Índice da bolsa de Mumbai, na Índia;
- Euro Stoxx 50 – Reúne as 50 principais ações da zona do euro.
Além desses índices regionais, há ainda outros importantes índices que valem a pena acompanhar, como os índices MSCI, calculados pelo Morgan Stanley, que medem desempenho do mercado em uma determinada área ou em algum quesito específico. São bastante utilizados como referência para fundos de investimentos.
Podemos citar como exemplos, dois bem famosos: os que incluem ações importantes de países emergentes, como o MSCI Emerging Markets e o de países desenvolvidos, o MSCI World.
Apresentado essa parte mais teórica, vamos conhecer os principais indicadores e métricas usados no exterior, e ao mesmo tempo traduzirei para o português, já que também são utilizados por nós aqui no Brasil:
Nomenclatura em inglês | Nomenclatura em português |
Revenue | Receita |
Gross margin | Margem bruta |
Net margin | Margem líquida |
Net income | Lucro líquido |
EPS – Earning per share | Lucro por ação |
PE Ratio | P/L – Preço/lucro |
PB Ratio | P/VP – Preço/Valor patrimonial |
PS Ratio | Preço da Ação/Receita Líquida por Ação |
Debt-to-Equity | Dívida/Patrimônio líquido |
Debt-to-EBITDA | Dívida/Ebitda |
Elaborado pela equipe Dica de Hoje Research
IMPOSTOS
Vamos falar por último sobre a tributação dos investimentos no exterior.
Para começar, é necessário saber que todos os investidores brasileiros que possuem ativos no exterior, precisam declarar esses bens para a receita federal do Brasil, mas nem toda declaração é passível de pagamento.
Esse é um guia básico para você entender as alíquotas e como é feita a declaração. Nós fizemos uma live no youtube com um contador especializado em investimentos no exterior, e que ficará disponível para todos os assinantes do Dica Internacional.
Vamos dividir a declaração em 4 partes: bens e direitos, dividendos, ganhos de capital e capitais brasileiros no exterior.
Bens e direitos
Nessa área é necessário declarar todas as posições que você tinha ao final do ano a que se refere o imposto. Lembre-se que o valor vai ser declarado para a receita federal do Brasil, logo, deverá ser feito em reais.
Para isso, utiliza-se a cotação do dólar de venda do dia que você realizou a aquisição das ações. Essa informação é encontrada facilmente no site do Banco Central.
Ganho de Capital
Em relação ao ganho de capital, será isento para vendas de até R$35 mil por mês (mesmo assim, tem que declarar). Se ultrapassar esse valor, será cobrado 15% em cima do ganho.
Dividendos
O governo norte-americano retém na fonte 30% dos dividendos pagos pelas empresas. No Brasil, o investidor teria que pagar 27,5% do valor dos dividendos ao governo brasileiro, mas, como já foi pago na fonte, esse valor é abatido e não é necessário nenhum pagamento adicional aqui no Brasil, devido a um acordo entre os países.
Capitais brasileiros no exterior (CBE)
Caso você tenha mais de US$ 1 milhão no exterior (podendo ser na forma de bens, direitos, instrumentos financeiros, disponibilidades em moedas estrangeiras, depósitos, imóveis, participações em empresas, ações, títulos e créditos comerciais), esses devem ser declarados ao BC, anualmente ou trimestralmente. Essa declaração é obrigatória para pessoas físicas ou jurídicas residentes, ou domiciliadas no Brasil.
As multas por não declarar capitais brasileiros no exterior variam de R$2,5 mil a R$250 mil, podendo ser aumentada em 50% em alguns casos.
Vale ressaltar também que os valores declarados ao Banco Central e à Receita Federal não podem ser conflitantes, sob a possibilidade de cair na malha fina. Portanto, caso seja elegível para o CBE, é necessário fazer a declaração tanto para o Banco Central, quanto para a Receita Federal.
Fácil, né?
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Abraços e bons investimentos,
Raphael Rocha.