Nesse mês de setembro, até o dia 25, o S&P 500 registra uma queda de 5,7%, a Nasdaq cai 7,3% e o índice Dow Jones tem uma baixa de 4,4%.
Tudo isso acontece impulsionado pela nova onda de coronavírus na Europa, aproximação das eleições americanas e impasse em relação aos novos estímulos também nos Estados Unidos.
Para ter uma noção maior dessas quedas, se o mês de setembro tivesse acabado na última sexta, as ações do Facebook, da Amazon, da Apple, Microsoft e Alphabet (Google), teriam registrado suas piores quedas em um mês na história.
Juntando essas 5 empresas, apenas no mês de setembro, foram perdidos cerca de US$ 817 bilhões em valor de mercado. Com esse mesmo grupo de companhias, a maior queda, que tinha sido registrada foi em outubro de 2018, onde foram perdidos US$ 425 bilhões, um pouco mais que a metade do que está sendo registrado nesse mês.
Apenas a Apple perdeu cerca de US$ 322 bilhões de valor de mercado, sua maior queda na história em apenas um mês. Mesmo considerando que ela vem renovando suas altas desde março, é, ainda assim, uma perda alta considerável.
Essa grande queda não é novidade se analisarmos dados históricos, já que o mês de setembro costuma ser o pior mês para as ações americanas.
Já outubro normalmente é o mês mais volátil do ano e que mesmo assim, em geral, apresenta crescimento das ações. Segue abaixo o gráfico dos desvios padrões das variações diárias mensalmente desde 1896, do índice Dow Jones:
Um dado interessante é que as duas grandes quedas do mercado acionário norte-americano, em 1929 e em 1987, aconteceram justamente em outubro. Mas mesmo retirando esses dois anos das estatísticas, o mês continua sendo o mais volátil da história.
Outro fato que poderia contribuir para a volatilidade é que o mês de outubro antecede as eleições, o que naturalmente traz uma incerteza maior aos mercados. Mesmo assim, considerando apenas os primeiros e terceiros anos do mandato presidencial (excluindo assim os anos das eleições presidenciais e as de meio mandato), outubro continua sendo o mês mais volátil.
Não tenho uma resposta do porquê outubro é um mês estatisticamente mais volátil, mas acredito que nesse ano isso irá continuar, impulsionado ainda mais pelo cenário incerto e de pandemia que vivemos.
E o que isso significa?
Significa que, na minha opinião, nós temos hoje diversas oportunidades boas para comprar grandes empresas com preços bem descontados. No mês que vem, poderemos ter ainda mais oportunidades, com queda de ações decorrentes, principalmente, de eventos que não alterarão a nossa visão de longo prazo.
Vou listar abaixo alguns questionamentos que podemos nos fazer, que corroboram com essa visão:
A possível segunda onda do coronavírus pode atrasar a recuperação econômica?
Sim, pode acontecer, mas dificilmente teremos outro lockdown como o que tivemos a partir de março. Há vacinas no terceiro e último estágio de desenvolvimento, que prometem ficar prontas ainda neste ano.
As eleições norte-americanas podem mudar as perspectivas de alguns setores da economia?
Podem, mas tem diversos outros que terão poucas alterações em todos os resultados possíveis, considerando também a eleição do senado.
Os novos estímulos econômicos, caso saiam, ajudariam sim a economia a se recuperar mais rapidamente. Inclusive, as discussões sobre os valores voltaram recentemente. Nesse caso específico, não acredito que vale muito a pena se preocupar, pois, caso os estímulos não aconteçam, as projeções ainda são boas para o futuro.
A nossa carteira de stocks, lançada no mês de agosto e que está dentro das nossas carteiras internacionais, tem, desde o lançamento, um desempenho melhor que todos os principais índices das bolsas americanas.
Na última semana, inclusive, inserimos uma nova empresa em nossas carteiras, que teve uma queda considerável nesse mês e que acreditamos ser uma boa oportunidade de compra agora.
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Aproveite essa maior volatilidade para investir no exterior com bons preços.
Abraços e bons investimentos,
Raphael Rocha.
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