Alocação de Ativos: Saindo da Inercia
Significado de Inercia
A inércia é uma propriedade física da matéria. Considere um corpo não submetido à ação de forças ou submetido a um conjunto de forças de resultante nula; nesta condição esse corpo não sofre variação de velocidade. Isto significa que, se está parado, permanece parado, e se está em movimento, permanece em movimento em linha reta e a sua velocidade se mantém constante. Tal princípio, formulado pela primeira vez por Galileu e, posteriormente, confirmado por Newton, é conhecido como primeiro princípio da Dinâmica ou princípio da Inércia. Podemos interpretar seu enunciado da seguinte maneira: todos os corpos são “preguiçosos” e não desejam modificar seu estado de movimento: se estão em movimento, querem continuar em movimento; se estão parados, não desejam mover-se. Essa “preguiça” é chamada pelos físicos de Inércia e é característica de todos os corpos dotados de massa. O princípio da inércia pode ser observado no movimento de um ônibus. Quando o ônibus “arranca” a partir do repouso, os passageiros tendem a deslocar-se para trás.
Inercia e preguiça
A preguiça pode ser caracterizada como um estado de prostração, moleza ou desleixo.
A inércia e a preguiça atrapalham demais o investidor porque o impede de tomar atitudes quando o assunto é dinheiro.
Muitas vezes, a pessoa fica tão acomodada que acaba deixando o dinheiro parado, longe dos investimentos por pura preguiça.
Isso significa que ficar na zona de conforto da inércia e da poupança vai te impedir de investir em alternativas mais rentáveis.
Dá trabalho pesquisar, comparar as alternativas e de fato efetuar mudanças. Mesmo que elas sejam para melhorar o rendimento do seu dinheiro.
Quem sofre com a preguiça muitas vezes não monta nem mesmo uma reserva de emergência, que é aquele dinheiro de segurança que vai ajudar a cobrir imprevistos.
Paciência e Inércia
O sucesso nos negócios e na vida depende das decisões que tomamos, mas todos sabem disso. Não há necessidade de repetir frases corriqueiras para explicar o óbvio. Todavia, decisões do tipo comprar e vender ativos no mercado financeiro não são, nem corriqueiras, nem óbvias; elas dependem da paciência e do nível de inércia de cada investidor. Muitos têm pouca paciência e não conseguem esperar pelos bons momentos para negociar, e outros divagam nas decisões. Estes sofrem de inércia natural de quem tem aversão aos riscos. Nada errado nisso, desde que reconheçamos o problema.
A paciência exagerada produz inércia, mas a falta desta pode gerar agitação que produz decisões precipitadas. Destarte, o equilíbrio emocional para aproveitar o momento certo é fundamental. Mas como obter esse equilíbrio é o cerne da questão. Todos sabemos que os preços das ações sobem e descem, mas por que não esperamos para comprar na baixa e vender na alta? Às vezes, sabemos direitinho quando comprar, mas não compramos. Tempos depois, perguntamos: Por que não comprei ou, ainda pior, é dizer, eu deveria ter vendido!
Passo importante
O primeiro passo para se tornar um investidor é vencer a inércia. Para cada etapa descrita neste guia você pode lançar mão de alguns truques para manter a disciplina e não desanimar.
Mas a inércia muitas vezes é causada pelo medo. Ser iniciante causa insegurança, mas também tem suas vantagens.
A partir do momento em que você tiver uma folga financeira e puder poupar, passe a se dedicar à formação de uma reserva de emergência.
Essa poupança, voltada para emergências como a perda de um emprego ou uma urgência doméstica, deve ser o primeiro objetivo financeiro de todo mundo. Ela será seu colchão financeiro, aplicado em investimentos de baixo risco e alta liquidez.
Passada esta etapa, você pode começar a poupar para outros objetivos, de prazos distintos, como a viagem dos seus sonhos, a compra da casa própria e até a aposentadoria.
Conclusão
Vieses comportamentais são características naturais e do ser humano. Eles também estão presentes na forma como lidamos com nossas despesas, controlá-los nessas circunstâncias também lhe será muito útil.
No mundo dos investimentos devemos nos manter racionais, por isso evitá-los é de suma importância e conhecê-los é um bom passo nessa tarefa.
Um fato que acaba sendo uma armadilha é que somos muitas vezes incapazes de perceber nossos próprios vieses. Como eles ocorrem com naturalidade e são fruto de uma tática de nosso próprio cérebro, temos mais facilidade em identificá-los nos outros do que em nós mesmos.
Por isso, busque avaliar em que circunstâncias eles podem ocorrer com você e reflita sobre momentos que você enxerga que esses vieses possam ter te guiado em alguma decisão.
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