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O SETOR QUE PROMETE BOMBAR EM 2022

Os últimos 2 anos não foram fáceis para a maioria das empresas. Pandemia, crescimento na taxa de desemprego, inflação e juros elevados, assombraram muitos negócios brasileiros.

Apesar dos fortes prejuízos causados por uma crise, situações complicadas servem de aprendizado e, quando tratamos do mercado de ações, esses momentos podem gerar boas oportunidades para se associar a excelentes companhias a um preço atraente.

A bolsa de valores é impaciente. No meio do caos e do medo, a maioria não toma decisões de forma racional e a reação imediatista pode culminar em fortes distorções entre o valor de uma ação e o seu preço.

Para que esse efeito não existisse, seria necessário que investidores cercados por notícias devastadoras e pessimistas, tomassem decisões racionais e com foco no longo prazo. Entretanto, sabemos que isso não acontece.

Se você procura se diferenciar da maioria dos investidores, tomar decisões racionais enquanto todos estão sendo carregados pelas suas emoções e pensamentos de curto prazo, o texto a seguir fará muito sentido para você.

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O SETOR DE SEGUROS

 

Assim como em toda crise, cada uma terá suas peculiaridades e afetará em maior ou menor proporção determinadas empresas.

No caso da pandemia, por ser uma crise sanitária, um dos setores mais afetados foi o de seguros e isso ocorreu devido à forma como as seguradoras funcionam e ganham dinheiro.

De forma sucinta, as seguradoras são compradoras de risco.

Quando você contrata o serviço de uma seguradora, um compromisso é assinado. O acordo é: você cumprirá com o pagamento da anuidade e a seguradora irá arcar com os custos de determinados eventos que podem surgir. Normalmente, ligados a problemas de saúde e/ou acidentes. Então, basicamente, ela está comprando o dever de cumprir com suas obrigações a qualquer momento caso algum imprevisto aconteça e você está a remunerando por ela correr esse risco por você.

Diante disso, entendemos que as seguradoras recebem dinheiro proveniente da anuidade dos seus segurados de forma recorrente e, caso não exista nenhuma emergência que o reembolso precise ser realizado, o dinheiro fica para elas. Certo?

Dessa maneira, como forma de rentabilizar esse dinheiro que fica parado no caixa e não é demandado pelos segurados, as seguradoras optam por investir esse montante (chamamos isso de Float). Afinal, é uma boa quantia de dinheiro que se aplicada, mesmo de forma conservadora, pode render juros interessantes, os quais ficarão para a seguradora!

Existem algumas normas estabelecidas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) que determinam onde e quanto as seguradoras podem investir o dinheiro do seu caixa.  Mas, resumindo, elas podem investir na bolsa de valores, em renda fixa, dentre outros.

Tendo em vista todo o comentado, já compreendemos que as seguradoras ganham dinheiro de duas formas: a anuidade dos segurados e os juros do caixa investido. Fácil, não é?

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O QUE PODE PREJUDICAR O RESULTADO DE UMA SEGURADORA?

Pois bem, agora vamos conhecer o que pode prejudicar o resultado de uma seguradora para assimilarmos como a pandemia influenciou negativamente o resultado dessas empresas.

O ponto mais relevante quando avaliamos o resultado de uma seguradora é observar como a sinistralidade está se comportando, pois ela ditará a performance dos outros números.

A sinistralidade consiste, essencialmente, na taxa de reembolso da seguradora.

Em ocasiões que os segurados estão demandando bastante os serviços da seguradora, a taxa de reembolso sobe, pois como combinado, eles pagariam a anuidade e a seguradora cumpriria com suas demandas.

Em contrapartida, circunstâncias que os segurados estão demandando pouco os serviços da seguradora, a taxa de reembolso cai, pois eles seguem pagando a anuidade, só não estão utilizando os serviços contratados.

Assim, assimilamos que quando a sinistralidade está alta, mais dinheiro a seguradora precisa retirar do caixa para pagar pelos serviços ou produtos demandados pelos segurados. Logo, com menos dinheiro no caixa, menos dinheiro sobra da anuidade paga pelos segurados e, consequentemente, menos dinheiro pode ser investido, o que ocasionará em menores rendimentos. Portanto, situação negativa para as seguradoras.

Todavia, quando a sinistralidade está baixa, menos dinheiro a seguradora precisa retirar do caixa para pagar pelos serviços ou produtos demandados pelos segurados. Logo, com mais dinheiro no caixa, mais dinheiro sobra da anuidade paga pelos segurados e, consequentemente, mais dinheiro pode ser investido, o que ocasionará em maiores rendimentos. Portanto, situação positiva para as seguradoras.

Correlacionando a sinistralidade com o que vivemos durante a crise da Covid-19, percebemos que em virtude do aumento de consultas médicas, diagnósticos, internações, óbitos, dentre outros, a taxa de reembolso da parte de saúde das seguradoras aumentou significativamente. Sendo assim, o resultado da maioria das seguradoras foi severamente impactado por esta conjuntura.

PERSPECTIVAS PARA 2022

 Contudo, de acordo com o que temos observado no resultado das seguradoras, especialmente do 4T21, a sinistralidade tem diminuído com o passar dos meses e já retornaram a patamares pré-Covid.

Por conseguinte, entendendo como funciona o setor de seguros, notamos que caso a queda da sinistralidade das seguradoras se mantenha, os próximos resultados tendem a surpreender positivamente.

Adicionalmente, ressaltamos que em períodos de juros e inflação elevados – como o que estamos vivendo – o Float (dinheiro investido pelas seguradoras) tende a ter rendimentos melhores, pois ao alocar o caixa em investimentos atrelados à inflação ou a taxas de juros elevadas, os rendimentos são ainda melhores.

Deste modo, combinando ambos os fatores citados, interpretamos que o momento que estamos vivendo tende a ser bastante favorável para as seguradoras e, ao longo dos próximos meses, é provável que sejamos positivamente surpreendidos com o resultado apresentado por estas companhias.

DICA DE HOJE – AÇÕES

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