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Os setores que mais se beneficiam da queda da taxa Selic

Nesta última quarta-feira, dia 21/09, tivemos mais uma reunião do Copom e a decisão foi de manter a taxa Selic em 13,75%. Desde o início de 2021, temos observado um forte avanço da Selic, a qual subiu rapidamente no intuito de conter a escalada da inflação brasileira.

Diante dos recentes dados econômicos divulgados, a economia brasileira tem conseguido respirar melhor. A taxa de desemprego e a inflação tem caído, as projeções de crescimento do PIB têm crescido e, portanto, tem existido motivo para otimismo com o Brasil.

Sabendo que as taxas de juros são o principal remédio contra a inflação, ao constatarmos que a inflação brasileira tem arrefecido, é natural que vejamos as taxas de juros a acompanharem.

Quando os juros subiram, a pergunta era: quais empresas poderiam se beneficiar da alta dos juros? E, na época, se falava muito em seguradoras e bancos (inclusive, escrevi um artigo sobre isso). Agora, o cenário é o inverso e surge o questionamento: quais empresas podem se beneficiar da queda dos juros?

Se você acompanha o mercado financeiro, deve ter notado que alguns setores sofreram bastante com a alta dos juros e da inflação. De modo geral, os maiores impactos percebidos foram nas empresas ligadas ao consumo discricionário e a construção civil.

Apesar disso, estes efeitos já eram esperados. Em tempos de alta inflação, ou seja, perda do poder de compra do dinheiro, é natural que a população priorize gastos com produtos e serviços de primeira necessidade (saúde, alimentos, dentre outros).

Por outro lado, caso, de fato, estejamos perto de um ponto de virada da inflação e dos juros, a tendência deve ser oposta ao vivido anteriormente.

Com a expectativa de baixa da inflação e dos juros, é possível que o mercado comece a ficar mais otimista, justamente, com as ações ligadas ao consumo discricionário e a construção civil.

Tendo em vista que a redução da inflação favorece o bolso da população, estes ficam mais propensos a voltar a consumir produtos e serviços além dos de primeira necessidade. Além disso, a queda das taxas de juros também serve de incentivo para a tomada de crédito, a qual pode servir de estímulo para as pessoas financiarem apartamentos e casas.

Por fim, considerando todos os pontos expostos, os setores que mais tendem a se beneficiar desse arrefecimento da inflação e dos juros, são os de consumo discricionário e de construção civil.

Fez sentido?

Grande abraço e bons investimentos,

João Pedro Mello

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