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O que o mercado quer saber do governo Lula?

Passadas as eleições presidenciais, o mercado tem se questionado sobre alguns tópicos que podem fazer total diferença no próximo governo. Diante disso, resolvi trazer os principais para que você entenda o que está acontecendo e ainda pode gerar bastante volatilidade na bolsa e, principalmente, em alguns ativos específicos.

De maneira resumida, acredito que os pontos centrais da discussão hoje sejam os seguintes:

  • Equipe Econômica
  • Gastos Públicos
  • Petrobras
  • Banco do Brasil

 

Sobre a equipe econômica e gastos públicos, o importante é sabermos logo quem assumirá. É crucial que saibamos se a equipe será mais liberal ou mais populista. Com uma equipe mais liberal, talvez o mercado se anime mais, afinal, tentarão fazer um governo com mais controle em termos de gastos. Assim, o mercado mais convencido de que teremos um fiscal mais saudável e previsível, as expectativas para inflação e juros podem cair e beneficiar os ativos da bolsa.

Por outro lado, uma equipe mais populista tende a fazer exatamente o contrário. Nesse caso, poderíamos esperar maiores gastos públicos, os quais resultam em aumento de impostos e inflação. Desse modo, o mercado traçando esse cenário, os juros e inflação tenderiam a ficar altos por mais tempo e, assim, os ativos de bolsa permaneceriam sem muita atratividade.

 

Estes são os dois primeiros pontos. Em seguida, falando exclusivamente de duas estatais, temos Petrobras e Banco do Brasil.

Sobre a Petrobras, as especulações giram em torno do que foi falado por Lula ao longo dos últimos meses. O futuro presidente chegou a falar, algumas vezes, sobre rever o modelo Preço Paridade de Importação (PPI) e sobre reduzir o pagamento de dividendos da companhia para utilizar os recursos para investimentos em refino e energias renováveis.

Sabendo que, nos últimos dois anos, os dois grandes holofotes que trouxeram investidores para a Petrobras foram, justamente, a sua bela política de remuneração aos acionistas, somada a sua enorme geração de caixa e o Valuation atrativo, retirar a gorda distribuição de proventos da empresa desagrada bastante o mercado e, com certeza, reduz os preços-alvo calculados pelos analistas.

Por fim, sobre Banco do Brasil, imagino que os receios sejam em torno de dois comentários principais. O primeiro em que o futuro presidente diz que precisaria “enquadrar” o banco para voltar a se comportar como banco público e não como banco privado e o segundo em que especulam sobre a utilização do BB para fornecer crédito a taxas de juros inferiores às do mercado.

Se tudo isso entrar em vigor, ambas medidas, tanto da Petrobras quanto do Banco do Brasil seriam extremamente prejudiciais à rentabilidade das estatais.

Lembrando que o intuito deste artigo não é falar sobre política, mas o impacto de tais eventos na bolsa como um todo. No mais, vamos acompanhar de perto e aguardar os próximos movimentos.

 Grande abraço, João Pedro Mello

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