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Jean Paul Prates na Petrobras, o que esperar?

Recentemente, o futuro presidente Lula anunciou o senador Jean Paul Prates (PT-RN) como presidente da Petrobras (PETR4). Particularmente, o anúncio me trouxe certo receio acerca do futuro da empresa, os quais gostaria de compartilhar com vocês.

Para quem não conhece, Jean é advogado, economista e possui mais de 37 anos de experiência na assessoria de empreendimentos público-privados nas áreas de petróleo, gás, biocombustíveis e energias renováveis no Brasil. Em termos jurídicos, seu currículo parece atender bem à Lei das Estatais para ocupar o cargo em que foi indicado.

 

Por outro lado, embora tenha certa vivência, Prates também é conhecido por defender algumas propostas que tendem a ferir bastante a rentabilidade da companhia. Dentre elas, destaco:

  • Fim da Paridade de Preços de Importação (PPI);
  • Aumento dos investimentos em refino;
  • Aumento dos investimentos relacionados à transição energética;
  • Fim dos desinvestimentos;
  • Redução dos dividendos para crescimento dos investimentos;

Inicialmente, vale a pena comentarmos sobre acabar com a PPI. Essa política faz, basicamente, com que os combustíveis, por mais que extraídos, refinados e consumidos dentro do país, sigam a variação do preço internacional do barril de petróleo e do câmbio. Desse modo, o preço da gasolina, diesel, querosene, dentre outros, fica suscetível às variações do dólar e do preço do barril de petróleo.

No entanto, é um “mal” necessário, pois garante: a prática de preços competitivos, o equilíbrio para que não ocorra desabastecimento e o suprimento de derivados do petróleo que o Brasil precisa importar. Inclusive, esta é uma dúvida comum de muitos brasileiros. Dizem que o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo e, de fato, é. Todavia, o Brasil não é autossuficiente no refino e, por isso, precisa importar gasolina, diesel, etc.

Tratando-se de investimentos, a questão a ser levantada é: para se fazer investimentos, é preciso ter em mente que ele será rentável. Caso contrário, será dinheiro desperdiçado. Nesse caso, pensando em refinarias, já li alguns especialistas comentando que é um dos investimentos de maior custo e menor retorno da cadeia do petróleo. Além disso, não é uma área de grande expertise da Petrobras, ou seja, a chance dos investimentos feitos trazerem retornos ruins ou até negativos, é grande. Na parte de transição energética, pode até ser que exista algum futuro, mas não seria mais interessante explorar mais a principal área de atuação da estatal e realizar investimentos nesse sentido ao invés de focar em outras especialidades? Fica o questionamento.

 

O penúltimo tópico são os desinvestimentos. A Petrobras não optou por vender ativos rentáveis, mas aqueles que não trouxeram os retornos projetados e que necessitam – em alguns casos – de recursos da própria companhia para se manterem. Sendo assim, por que acabar com isso? Não faz sentido para uma empresa manter ativos que mais gastam do que geram dinheiro, concorda?

Por fim, os dividendos. Depois de termos visto os últimos tópicos, os quais abordam o crescimento dos investimentos e o fim dos desinvestimentos, entendemos que a empresa tende a aumentar seu CAPEX (investimentos) e gastar mais dinheiro com projetos não-rentáveis que tem no portfólio. Logo, o lucro e geração de caixa da estatal tendem a diminuir na mesma proporção e o dinheiro que sobra para pagar dividendos, também.

Será que os investidores que estavam aproveitando a alta do barril de petróleo para receber dividendos gordos da empresa continuarão com as ações? Vamos ver…

Gostou? Envie este artigo para um(a) amigo(a) investidor(a) que tem ou planeja ter ações da Petrobras!

Grande abraço, João Pedro Mello

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