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As empresas da bolsa que já foram acusadas de fraude contábil

 A renúncia do CEO, Sergio Rial, das americanas causou um tumulto grande no mercado nesta última quinta-feira (12/01). Segundo ele, o motivo principal de sua saída foram problemas com a transparência na empresa.

Até agora, o que sabemos é de uma inconsistência contábil de R$ 20 bilhões (um valor bem expressivo). Por enquanto, não podemos afirmar que trata-se de fraude, pois não há comprovações, mas, como sabemos, o mercado não gosta muito de incertezas e sua desconfiança custa caro:

Escândalos como este, apesar de não serem comuns em companhias de capital aberto, não são tão raros assim. Sendo assim, hoje trago mais dois eventos parecidos para que você possa conhecer e ficar atento.

O primeiro deles é o famoso caso da IRB Brasil (IRBR3).

Não sei se você conheceu a IRB Brasil antes da fraude ser detectada, mas era uma empresa muito querida pelo mercado. Após seu IPO em julho de 2017, a resseguradora ganhou bastante atenção dos investidores devido aos resultados muito acima da média que reportava (subsequentes crescimentos dos prêmios acima dos sinistros). Para se ter uma ideia, a empresa conseguia manter um ROE de 40-45% enquanto outras resseguradoras ao redor do mundo não passavam de 10-15%. Obviamente, tal qualidade se refletiu no preço das ações que saíram de menos de R$ 10,00 para mais de R$ 40,00 ao longo de 3 anos.

Eis que em fevereiro de 2020, uma grande e renomada gestora brasileira, Squadra Investimentos, publicou uma carta de 184 páginas apontando diversas inconsistências no balanço da IRB Brasil. A carta repercutiu bastante no mercado, a IRB Brasil tentou se defender, mas cerca de uma semana depois, outra carta reforçando os pontos abordados na primeira foi divulgada e a situação se complicou ainda mais. Por fim, a IRB ainda comentou que a holding de Buffett, Berkshire Hathaway, teria participação na empresa e foi desmentida publicamente pelo próprio Warren Buffett, a maior lenda da bolsa de valores.

A desconfiança tomou conta e o mercado penalizou as ações da IRB Brasil:

 

O segundo caso foi com a maior operadora de turismo do Brasil, CVC Corp (CVCB3).

Por mais que tenha passado mais despercebido do que o caso de IRBR3, a fraude na CVC foi bastante relevante. Também em 2020, após uma investigação interna conduzida pela Trindade Advogados e a consultoria ICTS, foram detectados R$ 362 milhões em erros contábeis. Tais equívocos levaram à conclusão de que houve indícios de fraude e manipulação de resultados nos 5 exercícios fiscais anteriores, sendo os mais pronunciados a partir de 2017.

Por mais que os erros pareçam pequenos para uma companhia tão grande, os mesmos foram responsáveis por fazer as ações dobrarem de preço de 2016 a 2018. E não para por aí, tal performance da ação beneficiou bastante os executivos (CEO e CFO) que tinham stock options à época. Situação complicada, não? E o mercado, como sempre, reage (não apenas a fraude, mas a outros fatores também):

 

 

Por último, temos o caso da Americanas (AMER3), o qual temos – até então – inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões apontadas. Segundo a mídia, o que sabemos é que, em tese, o erro estaria ligado ao endividamento da empresa, o qual deveria ser muito maior do que o apontado nos demonstrativos financeiros.

Apesar de toda a repercussão, o erro pode ter sido cometido por práticas contábeis, as quais podem ter sido adotadas por outras empresas do setor que talvez precisem ser avaliadas. Se confirmado, sem dúvidas, pode mexer bastante com o mercado.

Vamos acompanhar de perto!

Grande abraço, João Pedro Mello

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