Investir em empresas em recuperação judicial (RJ) pode parecer uma oportunidade tentadora para comprar ações a preços baixos e colher lucros substanciais quando (e se) a empresa se recuperar.
No caso da Americanas, a empresa entrou em RJ com uma dívida de R$40 bilhões, uma situação bem complicada. E, atualmente, teve uma dura queda de receita (-40%) e acumula um prejuízo bilionário.
O que significa estar em Recuperação Judicial?
Quando uma empresa está em recuperação judicial, isso geralmente significa que ela não conseguiu pagar suas dívidas e está buscando proteção legal para reestruturar suas finanças.
Quais os riscos de investir em uma empresa em RJ?
Risco 1 – imprevisibilidade
Um dos principais riscos de investir em uma empresa em recuperação judicial é a incerteza quanto ao seu futuro. Muitas vezes, pode ser que as empresas passem por grandes transformações, o que torna ainda mais difícil prever qual será o desdobramento do negócio e, consequentemente, quanto ele vai valer.
Risco 2 – diluição
Além disso, durante o processo de recuperação judicial, os acionistas geralmente ficam em segundo plano em relação aos credores. Isso significa que mesmo que a empresa se recupere com sucesso, os acionistas podem não recuperar todo o valor de seus investimentos.
No caso da Americanas, por exemplo, segundo o último plano de reestruturação que tenho conhecimento, os bancos (credores) ficariam com 50% da empresa, a 3G Capital injetaria R$12 bilhões e ficaria com outros quase 50%, e os minoritários com algo em torno de 2-3%. Uma diluição de quase 90%.
Risco 3 – volatilidade
Outro risco significativo é a volatilidade do mercado. As ações de empresas em recuperação judicial podem experimentar oscilações extremas de preço à medida que os investidores reagem às notícias sobre o progresso da reestruturação ou a novos desenvolvimentos no processo judicial.
Essa volatilidade pode resultar em ganhos rápidos, mas também pode levar a perdas significativas. É crucial que você saiba se o seu perfil de investidor está adequado para aguentar essas variações.
Se você estiver interessado na Americanas ou em qualquer empresa em recuperação judicial, é fundamental fazer uma análise cuidadosa e compreender plenamente os riscos envolvidos.
Isso inclui avaliar a saúde financeira da empresa, o plano de reestruturação proposto e as perspectivas do setor em que ela opera.
Se quiser uma sugestão: acompanhe de longe o processo nos primeiros 1 a 4 anos. É preferível pagar mais caro para ter menos incertezas do que pagar muito barato e investir praticamente no escuro.
Grande abraço,
João Pedro Mello
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