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Controlador e Acionista, o indispensável alinhamento de interesses

Quando pensamos em empresas, normalmente, os primeiros questionamentos são direcionados aos números do negócio: receita, margem, lucro, fluxo de caixa, dentre outros. No entanto, antes de se atentar aos números que o negócio gera, é crucial avaliar o alinhamento de interesses entre os controladores e o acionista.

Um dos pontos que muitas vezes é deixado de lado pelos investidores é a avaliação da remuneração da diretoria da empresa. A política de remuneração de controladores seguida pela companhia é capaz de te dizer se o objetivo de quem realiza a gestão do negócio está interligada com a sua.

 

Pense, por exemplo, em uma empresa que remunere sua diretoria com base no crescimento de sua receita. A princípio, pode parecer um ótimo incentivo para que os controladores façam o negócio crescer e invistam ativamente em prol do avanço do faturamento da companhia. Por outro lado, também pode ser um “tiro no pé”, afinal, não basta a receita crescer, o lucro e a geração de caixa precisam acompanhar esse crescimento, concorda?

Nesse caso, os controladores – visando um ótimo bônus de final de ano – poderiam simplesmente começar a fazer aquisições de outras empresas para que a receita total aumentasse cada vez mais. Entretanto, tendo em vista que sua remuneração leva em conta apenas a receita e não as margens dos negócios, a diretoria poderia estar adquirindo empresas com margens pequenas ou até negativas. Sendo assim, a companhia controladora finalizaria o ano com diversos novos negócios e com uma robusta receita, o que acarretaria em uma gorda remuneração aos diretores, todavia, com margens extremamente comprometidas e talvez sem apresentar lucro.

 

É nítido que este tipo de atitude faz com que existam claras divergências entre os interesses dos acionistas e dos controladores. De um lado, os controladores não se preocupam com as margens, lucro e geração de caixa da companhia para ter mais retorno, do outro, os acionistas se preocupam justamente com esses pontos deixados de lado para elevar sua rentabilidade. Desse modo, fica difícil essa sociedade funcionar, concorda?

Agora, vamos imaginar outra situação. Suponha que, desta vez, a remuneração dos controladores esteja diretamente atrelada à performance ou manutenção do preço das ações da empresa acima de R$XXX.

Nessas circunstâncias, um possível movimento a ser observado é, por exemplo, vermos constantes declarações otimistas dos controladores ao mercado e uma possível falta de transparência à situações difíceis que a companhia possa passar. Assim, caso as falas sejam efetivas e causem o efeito esperado nas ações, a remuneração de diretores estaria assegurada, contudo, o valor gerado aos acionistas seria insustentável a longo prazo.

Claro, estes são apenas exemplos de algumas possibilidades que podemos imaginar com base nessas políticas de remuneração. Não existe certeza de que os eventos aconteceriam 100% de acordo com o descrito, mas não podemos descartar essa alternativa.

Portanto, esteja sempre atento(a) à essas políticas e se as mesmas estão alinhadas com seus interesses como sócio do negócio.

Fez sentido?

Grande abraço e bons investimentos,

João Pedro Mello

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