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Cuidado com os maiores Dividend Yield da bolsa

 No início da jornada de – quase – qualquer investidor ou investidora, é normal que os dividendos sejam o centro das atenções. A ideia de obter uma renda passiva por meio do dinheiro investido costuma ser bem atrativa para quem vê de fora.

A questão é que saber quanto uma ação pagou de dividendos nos últimos 12 meses pode ser tanto atraente quanto perigoso.

Fiz um breve levantamento utilizando o aplicativo do TradeMap para saber quais ações do índice Bovespa estão com o maior Dividend Yield. Observe:

Perceba o padrão. Os sete maiores DY são de empresas commoditizadas.

E qual o problema disso?

Nesse caso, o principal ponto a ser levado em consideração é o ciclo das commodities e a variação do dólar no período.

Para os que não estão familiarizados com o termo, commodities são produtos básicos globais não industrializados, os quais são utilizados por diversas indústrias como matéria-prima. Dentre as commodities, podemos citar, por exemplo: barril de petróleo, minério de ferro, boi gordo, soja, milho, etc…

Adicionalmente, vale a pena ressaltar que todas as commodities são negociadas em dólar, ou seja, para empresas com sede brasileira, esse ponto também tende a ser um fator positivo na contabilização dos resultados.

Dito isso, para entender o que pode ter beneficiado essas companhias nos últimos doze meses a distribuírem bons dividendos, basta analisarmos a variação no preço dos produtos comercializados por cada uma delas, assim como, do dólar.

Ao longo dos últimos 2 anos, em meio à toda crise causada pela pandemia, vivemos um ciclo de alta das commodities. O preço de muitas commodities, os quais são as principais fontes de receita dessas sete empresas, subiram bastante e estão em patamares bem superiores do que víamos anos atrás.

Em paralelo, também temos notado que o dólar, apesar das oscilações, ainda permaneceu – na média – acima dos R$ 5,00.

Por outro lado, é importante ter em mente que esse ciclo de alta não é eterno. Como já dito anteriormente, trata-se de um ciclo!

Desse modo, não faz sentido perpetuar os resultados e volume de dividendos distribuídos por essas companhias. Essas empresas têm vivido um momento favorável tanto da moeda principal de sua receita quanto do preço dos seus principais produtos.

Agora, quando o ciclo irá virar? Ninguém sabe.

Logo, se você tem o intuito de se expor a essas empresas e aproveitar possíveis novas robustas distribuições de dividendos, saiba do risco que você corre. Afinal, não sabemos até onde esse ciclo favorável irá se estender.

Fez sentido?

Grande abraço e bons investimentos,

João Pedro Mello

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