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Empresa americana, pouco conhecida, que subiu mais de 100% desde agosto

Hoje em dia está muito difundido o investimento no exterior. Se você investe no Brasil, muito provavelmente você já investe no exterior ou está em dúvida por onde/quando começar.

Que é importante investir lá fora, você com certeza já sabe.

Com a liberação dos BDRs, ficou ainda mais simples e fácil, e você pode fazer isso da sua corretora no Brasil.

Mas hoje eu não quero falar das principais empresas lá de fora, como Apple, Amazon e Netflix. Isso tem em tudo o que é lugar.

Aliás, quero aproveitar para fazer uma crítica, até para mim mesmo: todas as matérias e recomendações de investimento lá fora, sempre incluem essas mesmas empresas. Fica sempre muito repetitivo.

Ora bolas!

Temos mais de 5.000 ativos para investir no exterior. Será que é bom investir apenas nessas empresas mais conhecidas?

Claro que não!

Não estou dizendo que elas não são boas, pelo contrário, mas tenho certeza que, para compor um portfólio, temos que ser mais criativos e incluir empresas com diversificação, tanto de operação quanto de geografia.

Por isso, hoje quero falar sobre uma empresa que pouca gente aqui no Brasil conhece e não é muito falada, mesmo podendo ter uma importância muito grande no mundo no futuro: a Albemarle.

No ano passado, no lançamento da nossa carteira internacional (agosto de 2020), uma das empresas da carteira de stocks era justamente a Albemarle, que teve uma valorização de mais de 100% durante esse período (menos de 5 meses). Impressionante, não?

Empresa americana

Fonte: Macrotrends

 

Mas o que ela faz de tão importante assim?

É isso que vou te contar agora!

A empresa possui 3 operações: lítio, bromo e catalisadores. Trazendo aqui big numbers, o lítio corresponde a 50% do lucro operacional, enquanto o bromo 30% e catalisadores 20%. E a parte mais importante aqui é justamente o lítio.

Com o maior uso de carros elétricos, a demanda por lítio tende a crescer muito nos próximos anos, já que eles são usados e possuem um papel muito importante nas baterias desses veículos. Para você ter uma ideia, a consultoria Roskill, especializada no assunto, aponta para um crescimento de 19,7% ao ano na demanda de lítio até 2030. Não só ela. Há diversas outras empresas especializadas com projeções parecidas.

Em geral, os números mudam um pouco, mas o crescimento robusto é comum em todos os reports.

Americana

Fonte: Roskill

 

Mesmo que venhamos a ter um maior uso mais perto de 2030 do que de 2020, o mercado sempre se antecipa e hoje é isso que está acontecendo.

A Albemarle, sabendo disso, direciona praticamente todo o fluxo de caixa gerado nas operações de bromo e de catalisadores, justamente para o segmento do lítio, para aumentar sua produção.

Mesmo com a redução de investimentos que houve no mundo, por causa do coronavírus, a companhia ainda espera dobrar sua operação em 2021, em comparação com a de 2019. Inclusive, ela divulgou recentemente investimentos para ampliar sua capacidade de produção em Nevada, que junto com as operações do Chile e Austrália, são as maiores da empresa.

Por falar em Nevada, a Tesla divulgou em setembro que iria produzir o próprio lítio que usará nos seus veículos, e isso, como podemos ver naquele gráfico acima, levou a ação da Albemarle a cair 15% em apenas um dia. Sim, só com esse fato o mercado derrubou a ação da Albermale.

Lembro como se fosse hoje: eu tinha acordado um pouco mais tarde neste dia, pois fiquei até tarde escrevendo um relatório, e quando vi, tinha algumas mensagens no grupo de assinantes do Telegram perguntando sobre essa queda.

Eu tinha visto no dia anterior a conferência da Tesla, mas não achava que a ação ia cair tanto.

Até porque, produzir lítio, por mais que não seja um elemento escasso, não é tão simples assim. Em média, são necessários de 8 meses a 3 anos, além de altos investimentos, já que os custos também não são baixos. Tem que ter escala, e a região também faz diferença.

Em relação exclusivamente à divulgação da Tesla naquele dia, no Telegram, e depois em vídeo na nossa monitoria, eu alertei que a área que a Tesla estava obtendo a concessão não era o bastante para suprir suas produções de VEs. É possível ainda que ela obtenha outras concessões, mas aqui estamos falando de um mercado muito grande, com diversos players crescendo, principalmente da China.

Como eu disse, o produto não é escasso e a demanda vai crescer muito. Então, invariavelmente, surgirão novos players no mercado, seja a Tesla ou qualquer outro.

Por isso, optamos pela maior produtora de lítio do mundo e que também possui um dos menores custos de produção. Isso nos deixa muito mais confortáveis com o investimento. Além disso, a companhia paga dividendos, crescentes, há 26 anos.

Após essa queda brusca, a empresa não parou de subir. Esses ruídos sempre trazem ótimas oportunidades.

Investindo apenas aqui no Brasil, é muito mais difícil conseguir comprar uma empresa assim. Não foi só a Albemarle que teve crescimento explosivo, tem mais companhias com um cenário bem promissor pela frente e que o mercado já antecipou.

Por outro lado, tem outras companhias que o mercado ainda não antecipou e também possuem grande potencial de crescimento.

Claro que algumas empresas conhecidas e grandes são boas opções de investimento, mas queria abrir seu olho para as opções que não estão “na boca do povo”.

E é isso que também buscamos fazer no Dica Internacional.

Na semana passada, inseri uma empresa na carteira, que também tem um bom potencial de crescimento (menor que o da Albemarle, é verdade), que paga um bom dividendo (~2%) e que também pode se beneficiar de mudanças tecnológicas. Além disso, o risco é bem menor que o da ALB.

Vou ficando por aqui. Caso queira saber mais sobre o Dica Internacional, é só clicar neste link.

Abraços e bons investimentos,

Raphael Rocha.

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