O índice referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa, encerrou o pregão desta quinta-feira (28), o último de 2023, em queda de 0,01% aos 134.185 pontos, pouco abaixo de seu recorde histórico de fechamento, que ocorreu ontem (27), aos 134.193 pontos. No ano, o índice subiu mais de 20% – em 2 de janeiro, no primeiro pregão do ano, o Ibovespa fechou a 106.376 pontos. Essa é a maior alta anual desde 2019.
Em dezembro, o índice somou alta de mais de 5%, no oitavo mês de subida em 2023. Somente em fevereiro (-7,5%), março (-3%), agosto (-5,%) e outubro (-3%), o Ibovespa acumulou queda.
O mês de 2023 em que o índice teve sua maior alta acumulada foi novembro, com ganho de 12,5%, o melhor desempenho mensal em três anos.
O Ibovespa é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3 e reúne as empresas mais importantes do mercado de capitais brasileiro. A composição do índice é reavaliada a cada quatro meses, com as ações mais negociadas e com maior volume financeiro do mercado de capitais.
Cenário Externo
Nos Estados Unidos, a percepção de que a inflação está enfraquecendo e de que o Federal Reserve terá espaço para cortar juros em breve animou investidores, puxando os ativos americanos para cima e arrastando junto deles os de países emergentes como o Brasil.
Pelo fato de o título da dívida pública americana ser considerado o “ativo mais seguro do mundo”, quando há um recuo das taxas por lá, aumenta-se o apetite por risco e há um fluxo de saída para outros investimentos. O mercado, então, aceita tomar mais risco para conseguir retornos maiores.
A tônica do movimento dos mercados foi a relação entre a inflação global e a taxa de juros. Tivemos, ali pelo fim de fevereiro, a primeira alta de 25 pontos-base na fed funds
Desde o início de 2022, a instituição monetária americana vinha aplicando uma sequência de alta 50 pontos-base, o que durou seis reuniões. A taxa de referência saiu do intervalo de 0% a 0,25% em novembro de 2022 para o de 4,50% a 5% em fevereiro deste ano. Depois, houve mais três altas de 25 pontos, com a taxa fechando no intervalo de 5,25% e 5,50%, patamar no qual está desde julho deste ano.
De forma geral, o que explica as decisões do Fed em 2023 foi que a inflação, por lá, vem se assentando. No começo do ano a variação anual de preços medida pelo PCI, um dos indicadores mais importantes, passava dos 6%. Em novembro, último dado publicado, ela se encontrava em 3,1%, bem mais perto da meta do Fed, que é de 2%.
O exterior ajudou muito na melhora do cenário, principalmente a partir do momento em que os indicadores passaram a mostrar que o Fed poderia parar com as altas dos juros e até mesmo antecipar o ciclo de queda. Esse movimento ficou mais claro na última reunião de política monetária, a partir da qual passou-se a admitir que a redução dos juros pode ocorrer a partir de março de 2024.
Cenário interno também ajudou o Ibovespa
Apesar de o cenário externo ter sido, em parte, um forte impulsionador do Ibovespa, o Brasil também fez sua lição de casa.
Gala destaca que o IPCA, principal índice da inflação nacional, também está convergindo para a meta já há algum tempo, fechando o ano por volta dos 4,5%, abaixo do teto da meta do Banco Central, que é de 4,75%.
E a inflação no Brasil vinha sendo destaque já há algum tempo. Em abril, por exemplo, o Ibovespa teve sua maior alta diária de 2023 e sobe 4,29%, chegando, então, aos 106 mil pontos, na esteira do anúncio do IPCA de março, que foi aquém do esperado.
O número da inflação, publicado pelo IBGE, desencadeou uma onda de otimismo e reprecificação dos ativos de risco, com investidores esperando que ele permitisse ao Banco Central brasileiro iniciar o ciclo de queda dos juros, bem como cortá-los de forma mais rápida. O movimento de queda começou em agosto e já conta com quatro baixas, com a Selic saindo de 13,75% para 11,75% atualmente, com quatro cortes de 50 pontos-base.
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