Em tese o ideal é comprar uma ação quando ela está “barata” e o bom momento para vender é quando ela está “cara”.
Mas a realidade é mais dura do que isso. Seja porque o investidor pode errar na avaliação de que a empresa estava barata — e o papel cair ladeira abaixo. Seja porque, quando a ação sobe, pode existir tanto o erro de vender cedo demais como também a chance de demorar demais pra embolsar o lucro.
São muitos fatores envolvidos — seu objetivo financeiro, o comportamento da ação até aquela data, alternativas de investimento para aquele dinheiro, perspectivas futuras para a empresa investida, distância do preço justo e etc
Efeito manada
É bastante comum que os investidores entrem no chamado “efeito manada” e acabem vendendo suas ações depois de uma sequência de quedas, desesperados com a possibilidade de perder muito dinheiro. Quando um grupo começa a vender e os preços caem muito, todo mundo começa a querer vender também, por não aguentar ver suas ações no vermelho
Esse comportamento deve ser evitado ao máximo. A variável emocional pesa muito em relação ao investimento em renda variável. Por isso, é importante controlar as emoções e estar preparado para quedas, pensando que a ação tende a subir no longo prazo.
Balanço das empresas
Acompanhamento constante trimestralmente vai conseguir perceber se a estratégia da empresa está sendo seguida, melhorada ou se ela mudou o foco de forma que não tem mais, por exemplo, o mesmo poder no preço de seus produtos como antes.
Situações como reestruturação da companhia, nova administração, entre outras, podem levar a empresa a um período de estagnação temporário. Se não houver uma razão que justifique a estagnação, a companhia pode estar em um final de ciclo e as ações tendem a se desvalorizar.
Muitos tem dificuldade de realizar prejuízo
O investidor tem muita resistência em realizar o prejuízo. Não existe um fundo para as quedas, a empresa pode ir a zero. O investidor tem que entender que, na bolsa, vai ter tese de investimento que vai dar errado. O investidor de sucesso é aquele que, na média, acerta mais do que erra.
Uma importante contribuição das finanças comportamentais ao mundo dos investimentos é o estudo da influência das emoções de orgulho e arrependimento no comportamento dos investidores.
Quem já investiu sabe que é difícil admitir que uma ação ruim foi escolhida (até para si mesmo). Sentimentos de arrependimento podem ser ainda mais amplificados quando é preciso admitir o erro para amigos ou familiares.
Por outro lado, os investidores costumam ficar bastante orgulhosos ao contar para o mundo inteiro (principalmente para o vizinho ou para o tio/primo no churrasco da família) sobre seus investimentos bem-sucedidos, que resultaram em grandes lucros.
É comum, principalmente dentre os menos experientes, o sentimento de que se uma posição perdedora for mantida, eventualmente ela vai se recuperar e o arrependimento será evitado.
Essas emoções de orgulho e arrependimento também podem estar por trás da tendência que os investidores têm de segurar suas posições com prejuízo por mais tempo do que deveriam e vender suas posições lucrativas antes da hora.
Mesmo que você acredite que a ação no vermelho possa se recuperar no futuro, simplesmente não há nenhum motivo para recuperar o prejuízo com essa ação se existem oportunidades melhores de investimento no mercado.
Duas situações que tem que considerar
Situação 1
Ocorre ao identificar que você cometeu um erro de avaliação em relação à empresa na qual foi feito o investimento. Assim, é melhor se desfazer daquela sociedade antes de ter maiores prejuízos. Pode acontecer quando não há informações adequadas – ou experiência – para a tomada de decisão.
Situação 2
Acontece quando, por algum motivo, mesmo que não tenha ocorrido erro de avaliação inicial, os fundamentos da empresa tenham mudado em relação à época da compra. Ela pode, por exemplo, ter problemas na gestão ou perder espaço no mercado. Assim, não faz sentido manter o papel na carteira – já que as condições não são mais as mesmas do passado.
Usar o prejuízo a seu favor
A regra da Receita Federal diz que os prejuízos acumulados na bolsa de valores podem ser descontados dos lucros dos meses subsequentes. Dessa forma, quando você compensar prejuízo em ações, o valor de imposto incidido sobre o lucro será menor. Em alguns casos, pode haver a isenção total, pois o IR só tem de ser pago em meses em que os lucros superam as perdas.
Um exemplo
Supondo que você tenha vendido a ação X com R$ 10 mil de lucro, seu imposto será de R$ 1.500 mil (15%). Porém, você possui também o papel Y, em baixa, valendo R$ 4 mil a menos do que você comprou.
Caso você realize esse prejuízo, vendendo Y, o seu lucro total passa a ser de R$ 6 mil (R$ 10 mil de X MENOS R$ 4 mil de Y). Logo, o IR a pagar passa a ser de R$ 900 (15% de R$ 6 mil).
Crise na era da internet
O cenário de adversidade pelo qual o mundo passa tem algumas características diferentes que contribuem para o pânico dos investidores e erros de não fazer o que tem que fazer Esta é a primeira grande crise na era das redes sociais e das fake news.
O fato de todo mundo estar falando sobre a bolsa em queda, o dólar disparando, acaba reforçando – muitas vezes, de maneira errônea – o senso de desespero. Esse excesso de exposição do assunto leva a crer que o problema é maior do que realmente é;
Conforme a informação vai passando de pessoa pra pessoa, os aspectos positivos vão se minimizando, até desaparecem, e os aspectos de risco acabam sendo magnificados.
Diversificação de risco
A diversificação de investimentos serve para reduzir o risco de perdas financeiras. Portanto, se um setor sofrer baixa, você errar, as coisas não acontecerem da forma que planejou.
Investimentos sempre possuem uma parcela de risco. Porém, a diversificação da carteira ajuda o investidor a proteger o capital.
Ao decidir investir em uma empresa, é impossível saber o que será dela no futuro. Mesmo realizando análises antes de investir, ainda assim, investir em uma empresa na bolsa de valores, é um risco.
A teoria de Markowitz que já escrevi um artigo sobre ela, até hoje influencia a forma como grandes investidores elaboram suas carteiras de investimentos. De acordo com ela, os ativos financeiros não seguem uma tendência única.
Markowitz fez vários cálculos e demonstrou que cada investimento apresenta um determinado risco versus retorno esperado. Porém, ao adicionar vários investimentos em um portfólio (ou uma carteira), o risco versus retorno esperado desse mix pode ser mais eficiente do que o de um investimento isolado.
Em outras palavras, uma carteira com investimentos variados sofre menos com o sobe e desce do mercado. E, durante esses movimentos, a instabilidade de um investimento é compensada pelos demais.
Diversificar não é pulverizar
A pulverização acontece quando você investe pouco dinheiro em uma quantidade muito grande de ativos, maior do que o necessário.
Diversificar não é comprar uma grande quantidade de produtos financeiros de forma aleatória. Isso, em vez de minimizar os riscos, pode acabar reduzindo e até zerando as chances de ganhos.
Concluindo
Faça uma seleção de investimentos que rendem de acordo com cenários diferentes – e eles não precisam ser muitos.
Você precisa selecionar os ativos financeiros que façam sentido para seus objetivos e sua estratégia.
Esforçar mais para cumprir suas metas financeiras e é fundamental revisar de tempos em tempos suas metas financeiras, pois algumas são cumpridas e outras podem ser adaptadas.
Abraço e até aproxima
Veja as possibilidades de planos