Eu sei que este é um momento desafiador para você, mas vamos trabalhar juntos para encontrar os melhores passos para reconstruir sua estabilidade financeira.
Acredito que uma forma de doação também seja o conhecimento, então aqui vão alguns direcionamentos de utilidade pública para todas as vítimas das enchentes que precisarão se reerguer financeiramente!
Vamos começar falando sobre os seguros.
- Imóveis financiados, existe o Seguro de Danos Físicos ao Imóvel (DFI). Ele é obrigatório para contratos de financiamento imobiliário e cobre danos causados por desastres naturais, como enchentes e vendavais. Você pode acioná-lo entrando em contato diretamente com a instituição financeira onde tem seu financiamento, que fornecerá orientações sobre a documentação necessária, como boletim de ocorrência e fotos dos danos. O valor da indenização dependerá da extensão dos danos e do valor segurado.
- Automóvel com financiamento, pode haver uma apólice de seguro embutida no contrato. É comum que financiadoras incluam seguro total ou parcial para os veículos, cobrindo danos por enchentes, incêndios ou colisões. Verifique a apólice do seguro e entre em contato com a seguradora ou instituição financeira para entender o que está coberto e como proceder para o reembolso. Normalmente, será necessário fornecer fotos, boletins de ocorrência e outros documentos que comprovem o dano.
- Seguro automotivo fora do financiamento, como uma apólice contratada separadamente, verifique se você possui cobertura contra danos por enchentes. No Brasil, a cobertura compreensiva (popularmente chamada de “cobertura total”) geralmente inclui danos causados por eventos naturais. Entre em contato com sua seguradora para abrir um sinistro, fornecendo fotos, boletins e documentos que comprovem a situação. Eles enviarão um perito para avaliar os danos e calcular a indenização.
- Seguros residenciais são outra linha de defesa contra enchentes. Muitas apólices oferecem cobertura para reconstrução e substituição de bens, caso estes tenham sido danificados. Entre em contato com sua seguradora, forneça evidências dos danos e um perito será enviado para avaliar a extensão das perdas e organizar o processo de indenização.
- Linhas de crédito, o crédito consignado é uma opção de menor custo. As taxas de juros médias para esta modalidade giram em torno de 1,5% a 2% ao mês, pois os pagamentos são descontados diretamente do salário ou benefício do INSS.
Além disso, os bancos oferecem linhas especiais de crédito para vítimas de desastres naturais, com taxas de juros variando entre 1,8% e 3% ao mês. Outra opção é o saque do FGTS, que pode ser liberado em casos de desastres em regiões reconhecidas pelo governo.
É importante evitar o uso do cartão de crédito como fonte de financiamento, pois suas taxas de juros podem ultrapassar 10% ao mês, o que pode levar a um ciclo de endividamento muito difícil de controlar.
Se você tem alguma reserva financeira ou colchão financeiro, vamos definir algumas orientações claras:
- Estabelecer um orçamento temporário: Faça um levantamento das suas necessidades imediatas e crie um orçamento provisório para cobrir essas despesas durante os próximos meses. Identifique o valor necessário para alimentação, moradia, assistência médica e itens indispensáveis para a sua sobrevivência e de sua família.
- Evitar gastos desnecessários: Mantenha suas despesas dentro do orçamento e evite compras supérfluas ou de baixa prioridade. Use a reserva apenas para cobrir gastos que não podem esperar.
- Reservar uma parte para despesas inesperadas: Deixe uma parte da reserva de emergência como margem para despesas imprevistas, como tratamentos médicos ou reparos temporários.
Vamos organizar essas etapas cuidadosamente para ajudar você a se reerguer com segurança e evitar soluções financeiras que possam prejudicar ainda mais seu orçamento.
Grande abraço,
João Pedro Mello