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Perspectiva de Jeremy Siegel para 2021

Nos meus textos voltados para o mercado internacional, gosto muito de trazer dados históricos, estatísticas e conteúdo em geral sobre o mercado externo.

Hoje vai ser um pouco diferente.

Vou trazer uma parte da entrevista de um dos famosos nomes do mercado financeiro, e que eu, não só acho que faz muito sentido, como vou acrescentar alguns pontos na tese dele.

Mas antes de falar das perspectivas de Siegel para 2021, primeiro eu tenho que fazer uma pergunta básica: você conhece Jeremy Siegel?

Jeremy Siegel é professor de finanças da Wharton School, Universidade da Pensilvânia, e autor de um livro muito bom sobre investimentos, o “Investindo em Ações no Longo Prazo: O Guia Indispensável do Investidor do Mercado Financeiro”.

Se você nunca leu, recomendo.

Pois bem, em uma entrevista à CNBC na sexta, dia 27 de novembro de 2020, Jeremy Siegel disse que 2021 será um ano muito positivo para o mercado acionário e trouxe 3 motivos que justificam essa tese:

  • Aumento da liquidez;
  • Notícias sobre a vacina;
  • Resultados eleitorais melhores que o esperado.

 

Tanto o FED (Banco Central norte-americano) quanto o governo americano têm promovido ações que injetam dinheiro na economia, aumentando a quantidade de moeda em circulação. Com a eleição do Biden e a necessidade de recuperação econômica pós-pandemia, essa injeção tende a continuar no ano que vem.

Além disso, podemos somar o fato das taxas de juros nas principais economias do mundo estarem próximas de 0%, o que traz cada vez mais dinheiro de ativos de baixo risco para ativos de risco.

Se aqui no Brasil muito se fala que a renda fixa acabou (algo que não concordo), pensando em um contexto mais global, com taxas de juros ainda menores, essa renda fixa fica cada vez mais com uma rentabilidade ruim.

Para ter mais rentabilidade, os indivíduos precisam tomar risco e irem para o mercado acionário – não tem jeito. Com mais pessoas indo nessa direção, os ativos se valorizam.

Podemos pensar também por um outro prisma: com taxas de juros mais baixas, as empresas captarão dívidas mais baratas, assim como vai cair o retorno exigido pelo investidor. Nesse caso, a taxa de desconto dos fluxos de caixas (o famoso wacc) também irá cair, o que aumentará o valor justo das empresas.

Esse ano eu ainda acredito que possa ter alguma oscilação mais relevante nos preços das ações, já que as vacinas ainda não saíram, mesmo estando bem perto, e os casos de Covid-19 estão aumentando em todas as partes do mundo.

Fatalmente outros governos adotarão mais medidas de restrições, o que trará mais problemas para economia e que no curto prazo pode refletir sim em uma queda das ações.

Mas pensando em 2021, esse risco é muito menor.

No início do ano a vacina da Pfizer já deve estar sendo aplicada nos grupos de risco e, possivelmente, outras vacinas também já estarão aprovadas com o mesmo objetivo.

Naturalmente eu também acredito que em janeiro o número de casos já estará caindo novamente, assim como aconteceu após as fortes ondas de março e abril. No panorama de janeiro, podemos considerar ainda que o número de pessoas que já tiveram Covid será bem maior (imunidade de rebanho), o que também corrobora com a tese de queda.

Por último, o mercado imaginava uma onda azul, com os democratas tomando a presidência e o Senado dos Estados Unidos, algo que não deve acontecer, já que o Senado foi para o segundo turno e tem grandes chances de terminar com maioria republicana.

Esse resultado vai impedir que todo aquele plano de maiores impostos, dos democratas, seja aprovado no congresso.

Sinceramente?

Tudo isso é o que eu acredito que acontecerá.

Sei que em 2021, caso toda essa tese se confirme e o mercado suba, vai ter muita gente me perguntando se ainda dá tempo de investir no exterior, se o dólar vai cair e etc.

Isso sempre vai acontecer.

Se você ainda não investe no exterior e está pensando se agora é uma boa hora para investir ou se quer saber se o dólar ainda vai cair, aqui vai um conselho de Warren Buffet: “never bet against America” (nunca aposte contra os Estados Unidos).

Por isso, vamos juntos com eles!

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Abraços e bons investimentos,

Raphael Rocha.

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