Ao longo dos últimos 3 meses, o índice utilizado pelo Banco Central para medir a inflação brasileira tem registrado quedas de -0,68% (julho), -0,36% (agosto) e -0,37% (primeira metade de setembro).
Embora a notícia de que a inflação esteja desacelerando no nosso país seja, para a grande maioria, positiva, para alguns ativos pode ser que esse cenário não seja dos melhores.
Desde que a inflação brasileira começou a subir, era comum encontrarmos conteúdos falando sobre ações, FIIs e títulos de renda fixa que poderiam se beneficiar desse quadro. Agora que a situação está mudando, precisamos compreender quais investimentos podem ser prejudicados.
Primeiramente, comentando um pouco sobre títulos de renda fixa, é factível imaginarmos que o arrefecimento da inflação pode causar, num futuro próximo, uma queda das taxas de juros, afinal, os juros brasileiro só sobem para controlá-la. Sabendo disso, podemos inferir que títulos pós-fixados ao CDI (CDBs de liquidez diária, por exemplo) ou a índices inflacionários (Tesouro IPCA) tendem a reduzir seus ganhos nominais.
Tratando-se de renda variável, o raciocínio segue a mesma lógica.
Pensando em FIIs, sabemos que a maioria possui contratos indexados à índices inflacionários (IPCA ou IGP-M) ou ao CDI, portanto, podem ter seus rendimentos nominais, também, diminuídos no curto/médio prazo.
No caso das ações, empresas que se favorecem da alta dos juros ou da alta da inflação (seguradoras, transmissoras de energia elétrica, etc) também devem ter seus retornos nominais um pouco encolhidos.
Por fim, vale lembrar que embora os ganhos nominais desses investimentos atrelados à inflação caiam devido a queda do índice, os ganhos reais (ganhos nominais descontados da inflação) não devem cair, afinal, o contrato permanece índice + juros prefixados.
Fez sentido?
Grande abraço e bons investimentos,
João Pedro Mello
Veja as possibilidades de planos