Impactos Covid-19 nos Negócios da COSAN:
(Por: Leo Bittencourt)
Hoje (dia 23/abril/2020) aconteceu um Webinar realizado pela COSAN. Estavam presente Luis Henrique Guimarães (CEO), Marcelo Eduardo Martins (CFO) e Paula Kovarsky (Head NY).
O objetivo da COSAN era apresentar ao mercado os impactos causados pelo novo Coronavírus (Covid-19) nos negócios da Companhia.
Vamos apresentar os pontos mais importantes citados na videoconferência:
– Raízen Combustíveis:
– Apresentaram redução de 50% nas vendas de combustíveis (Gasolina e Etanol) e 25% no Diesel (foi mais resiliente na crise!). No segmento de Aviação (querosene de aviação QAV), a demanda segue impactada pela redução das malhas operadas por seus principais clientes, chegando a cair até 80%.
– Grande redução da demanda de combustível, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro que o “lockdown” foi mais rígido. Identificaram aumento nas vendas nos últimos dias em alguns estados que já estão relaxando com o lockdown.
– O setor mais afetado está sendo a venda para Transporte Público.
– Na Argentina o lockdown foi mais forte que no Brasil (impacto na venda dos combustíveis foi maior).
– Os postos revendedores vão ter problemas, pois continuam com custos fixos. Os pontos que forem mais capitalizados e mais bem localizados vão estar melhor posicionados quando acabar a crise. O CEO acredita que vai ter fechamento de postos de revendedores!
– Os preços da gasolina e etanol estão em queda nos postos.
– As refinarias pararam as atividades de refino, já possuem estoque suficiente para próximas semanas.
– Raízen Energia:
– A demanda por Etanol tem apresentado uma redução em linha com a menor demanda por combustíveis no país.
– No Açúcar, as vendas já haviam sido contratadas para a safra 2020/21 que acaba de iniciar, não tendo apresentando impactos relevantes na sua programação de comercialização. A Safra 2020/21 está muito boa, com alto nível de qualidade das culturas. Vão produzir mais açúcar que Etanol.
– Safra está com hedging muito bom em 2020 e 2021: Hedge 80% do açúcar e 50% do Etanol.
– Comgás:
– A demanda por gás natural no segmento Industrial já sofreu redução de até 40%, refletindo a suspensão ou redução das atividades de algumas indústrias.
– No segmento Comercial, a demanda vem apresentando redução de até 60%. Foi o setor mais afetado por conta dos fechamentos de bares, restaurantes e shoppings.
– No segmento Residencial observa-se um crescimento da demanda em cerca de 10% em função da restrição na circulação dos indivíduos. Este setor representa 35% da receita da companhia e vem apresentando aumento de instalações nas residências.
– Estão identificando um aumento no Contas a Receber, principalmente de pequenas e médias empresas que estão com dificuldade para realizar seus pagamentos.
– Mercado de gás natural: vai ter atraso nos leilões das termoelétricas. Sobre o gasoduto Rota 4: as licenças e os projetos vão continuar acontecendo. O CEO afirmou que o gás natural mais barato pode ajudar na expansão da sua utilização na indústria. O gás com preço mais baixo e competitivo é bom para distribuidores como eles, pois competem com outras fontes de energias. Mas tudo isso ainda depende muito de como vai ficar a demanda futura.
– Moove:
– A demanda por Lubrificantes vem apresentando redução média de cerca de 50% nas últimas semanas, no Brasil e nos demais países de atuação. No entanto, o CEO afirmou que o posicionamento deles no mercado e suas marcas fortes ajudam numa retomada pós-crise.
– Por conta da crise a Companhia reduziu a velocidade de produção de lubrificantes, para não aumentar seus estoques.
– Rumo:
– O Brasil está com uma safra muito boa, com boas perspectivas no transporte de alimentos. A Companhia não observa problema de demanda, o foco agora é manter as operações funcionando normalmente. Aumentaram os cuidados com as pessoas nos locais de operação para impedir a contaminação.
– As chuvas em março atrapalharam o transporte, mas abril está bem melhor.
– A construção em Rondonópolis continuou e no meio do ano deve terminar, melhorando ainda mais setor de transporte.
– A Rumo foi o negócio da COSAN menos afetado por esta crise.
– Dados econômicos:
– Liquidez: reforçaram a posição de caixa em todos os negócios da companhia. Fizeram uma captação no mercado de cerca de R$ 5 bilhões (sendo uma parte com BNDES). Com exceção da COSAN S.A. que já tinha um bom caixa.
– Estão com um total em caixa de R$ 17 bilhões no momento, e estão utilizando estes recursos para refinanciamento de dívidas que vencem este ano de 2020.
– A Rumo é a empresa que vai ter mais caixa que as outras, pois tem um maior CAPEX.
– Fornecedores: O CEO falou que estão revisando contratos com fornecedores e que possuem uma relação muito próxima com Petrobras (no setor de gás e lubrificantes).
– Dividendos 2020: vão seguir o que tinham planejado, com pagamentos de dividendos da Comgás e Cosan Limited. No entanto, podem não pagar os dividendos da Raízen, pois preferem utilizar o recurso para renegociarem suas dívidas.
– Oportunidades Futuras:
– O CEO falou podem surgir oportunidades no futuro, pois vão ter empresas que vão sofrer com essa crise, mas não é o foco no momento da Cosan. Tem que esperar pra ver o que vai acontecer no futuro. O foco da Companhia é manter a sua operação de forma sustentável para ultrapassar bem por esta crise.
– Confirmaram que estão avaliando ativos da Petrobras, mas tem que ter sentido para empresa, vão ainda analisar todos os impactos desta crise nestes ativos. Não vão fazer nada no momento que vai afetar o equilíbrio financeiro da Cosan.
– O CFO falou que vão acelerar a recompra de ações aproveitando o menor preço da ação no momento.
Até a próxima pessoal!
Abraços
Leo Bittencourt
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